O líder do PS, António José Seguro, defendeu hoje, em Estrasburgo, o esclarecimento do caso que envolve o ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, e o jornal Público.
"A vida política, a vida pública numa democracia tem que ter níveis de transparência a 100 por cento. E por isso, quando há dúvidas sobre o comportamento de membros do Governo, ou de outros políticos, elas devem ser cabalmente esclarecidas. Não pode ficar nenhuma dúvida, doa a quem doer e seja quem for", disse Seguro, num encontro com jornalistas portugueses, em Estrasburgo.
António José Seguro reiterou ainda que "o Partido Socialista exigiu que o ministro responda no Parlamento e é preciso que esses esclarecimentos sejam feitos.
O líder socialista reuniu-se hoje, em Estrasburgo, com o líder do Parlamento Europeu, Martin Schulz, no âmbito de um périplo europeu que o levará, na quarta-feira, a Bruxelas.
Segundo um comunicado conselho de redação do Público divulgado na sexta-feira, o ministro Miguel Relvas ameaçou queixar-se à ERC, promover um "blackout" de todos os ministros a este jornal diário e divulgar na Internet dados da vida privada de uma jornalista, se fosse publicada uma notícia sobre o caso das secretas.
De acordo com o conselho de redação do Público, "as ameaças foram confirmadas pela editora de Política, que recebera um telefonema de Relvas depois de Maria José Oliveira ter enviado ao ministro questões para uma notícia de 'follow-up'" e "foram reiteradas num segundo contacto telefónico".
O gabinete do ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, através de um comunicado, considerou essas acusações de "supostas ameaças ou pressões" sobre o Público "totalmente destituídas de fundamento, repudiando-as categoricamente".
A notícia em causa, da autoria de Maria José Oliveira, pretendia evidenciar "as incongruências" das declarações feitas pelo ministro, na terça-feira, no Parlamento, sobre o caso das secretas, mas acabou por não ser publicada.
Através de uma nota, direção do Público justificou a não publicação dessa notícia alegando não existir "matéria publicável" e garantiu ter tomado essa decisão antes de conhecer as ameaças do ministro.
Mais tarde, ainda na sexta-feira, a direção do Público noticiou que Miguel Relvas pedira, nesse dia, desculpa ao jornal, depois de a direção ter feito um protesto por "uma pressão" do governante sobre a jornalista que acompanha o caso das secretas.
Diário Digital com Lusa-hoje-15,45horas
Sem comentários:
Enviar um comentário