sábado, 3 de setembro de 2011

Crise: Famílias devem fazer orçamentos rigorosos e evitar desperdícios para conseguir poupar

Lisboa, 03 set (Lusa)

A redução dos rendimentos e o agravamento nas despesas pressionam mais as famílias, que devem apostar na elaboração de um orçamento rigoroso para descobrir custos onde ainda podem cortar, das compras no supermercado aos consumos de eletricidade ou água.

Da DECO, associação de defesa do consumidor, partem alguns conselhos para tentar minorar as consequências da crise, através da mudança de hábitos.


Organizar um orçamento familiar é o "aspeto principal" para conseguir poupar nas despesas e garantir uma gestão mais eficiente dos recursos, o que não quer dizer necessariamente regredir na qualidade de vida ou no conforto, defende o técnico da DECO Tiago Branco.

Em declarações à Lusa, o responsável pela iniciativa 'brigada GerirEpoupar' de Lisboa salientou que o orçamento familiar terá de incluir todos os rendimentos disponíveis e todos os gastos, mesmo os muito pequenos, e "não só aqueles que estamos habituados a contabilizar", como as faturas da eletricidade ou da água.

"Só depois de listados mesmo todos os gastos é que é possível analisar de forma crítica e aferir quais os que são supérfluos e tentar cortar e até, se possível, reduzir nos gastos essenciais", apostando sempre na comparação de preços e na escolha de alternativas de produtos e serviços mais adequados a cada um, mas também na redução de desperdícios.

Mesmo os pequenos gastos diários resultam em algum peso no final do mês: um café por dia, por exemplo, no final do mês totaliza 18 euros.

No 'site' da Direção Geral do Consumidor, os conselhos vão no mesmo sentido: alerta para a atitude a ter antes de comprar qualquer produto ou serviço, como obter informações sobre características e adequação à sua necessidade, comparação de preços, condições de troca ou garantia e a assistência pós-venda.

"Evite tomar decisões de compra por impulso, sobretudo nas vendas na rua, à porta, por telefone, em excursões. É preferível ter tempo para pensar melhor e aconselhar-se", salienta.

Alimentação, eletricidade, consumos em casa, telecomunicações, ou transportes são áreas a "estudar atentamente" visando cortar despesa. As marcas brancas também podem ser uma opção, garantindo uma qualidade que "acaba por ser idêntica" àquela das marcas dos fabricantes, diz a DECO.

No supermercado, os consumidores não devem deixar-se "influenciar", optando por elaborar uma lista de compras e segui-la, além de conferir a fatura, levar sacos de casa, comparar sempre preços e estar atento às promoções.

Quanto à poupança nos consumos em casa, Tiago Branco aponta a adesão à tarifa bi-horária da eletricidade, o resultado positivo de desligar na ficha os aparelhos quando estão em modo de espera, ou trocar lâmpadas incandescentes por economizadoras.

Modelos mais recentes de autoclismo podem evitar desperdício de água de 20 litros por pessoa, a que se juntam novos hábitos de utilização tanto na casa de banho, como na cozinha.

Nas telecomunicações, "tarifas triplas são geralmente mais baratas, mas só são mais vantajosas se necessitarmos dos três serviços".

Com as aulas prestes a recomeçar, a DECO sugere que as famílias façam pequenas poupanças ao longo do ano, para evitar um investimento tão pesado nestes meses.

E os materiais devem ser usados até ao fim, reutilizando o que é possível e comprando só o que "é realmente necessário".

EA/Lusa

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