segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Jerónimo acusa Governo de "falsidade e embuste" nas promessas eleitorais e diz que "luta" vai crescer

Seixal, 4 set (Lusa)

O secretário-geral do PCP afirmou hoje que o Governo PSD/CDS-PP tem revelado “a falsidade e embuste das suas promessas” eleitorais e defendeu que a execução do seu programa será “a tragédia do país”.

No discurso de encerramento da 35ª Festa do Avante, Jerónimo de Sousa afirmou que, “a manter-se esta política e este pacto” haverá outro “decénio que, tal como este último, não será apenas perdido mas de completo afundamento nacional”, considerando “insuportável” o aumento do custo de vida.

“O sucesso do Governo PSD/CDS será a tragédia do país, o sucesso na concretização do seu programa de Governo será a catástrofe e a ruína dos portugueses (…) Disseram e quase juraram que não tocariam no subsídio de Natal, disse-o e quase jurou Passos Coelho, mas foi a primeira medida que tomou”, assinalou Jerónimo, falando em “omissões deliberadas” como “o escandaloso aumento dos transportes”.

O líder comunista, numa intervenção de quase uma hora, lançou diversos apelos à mobilização contra medidas que são “o sufoco das camadas populares” e respondeu diretamente a Passos Coelho, que hoje deixou um aviso para os que pretendem “trazer o tumulto para as ruas”.

“Tumulto social e destruição é aquilo que o Governo está a fazer”, considerou Jerónimo, acrescentando que o primeiro-ministro “vai ter de contar com o começo e o crescendo da luta dos trabalhadores e do povo” e recebendo longos aplausos.

O secretário-geral do PCP disse ainda que “bastaram dois meses de Governo de Passos e Portas para mostrar a falsidade e o embuste das promessas e a real dimensão das consequências do programa” acordado com a ‘troika’.

Em contraponto, Jerónimo de Sousa acusou o Executivo de coligação “tapar o sol com a peneira” e de “manobrar com uma pequena e pontual cedência na taxação dos grandes rendimentos que é uma falácia, tendo em conta o seu contributo ridículo, pelo seu valor global e em comparação com o esforço imposto a todos os trabalhadores assalariados”.

“Os trabalhadores sempre foram o motor do desenvolvimento de lutas”, afirmou, apelando já à presença na manifestação da CGTP, a 1 de outubro.

“Duros combates? Sem dúvida. Dificuldades? Muitas. Perigos? Imensos. Mas as possibilidades, a confiança no partido, nos trabalhadores e no povo dão-nos muita força, muita esperança, muita coragem de que sim, é possível encetarmos um caminho novo e a luta redobrada por um futuro melhor”, concluiu.

ATF/Lusa

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