quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Secretas: Marques Júnior ouvido na quinta-feira no Parlamento

Lisboa, 03 ago (Lusa)

"O presidente do Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações, Marques Júnior, será ouvido na quinta-feira na comissão de Assuntos Constitucionais, foi hoje decidido naquela comissão parlamentar.

A reunião, marcada para as 17:00, será à porta fechada, estando os deputados obrigados a “sigilo e confidencialidade”, referiu o presidente da comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, Fernando Negrão (PSD).

Em causa está o funcionamento dos serviços de informação depois de o semanário Expresso ter avançado nas últimas semanas que o ex-diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa Silva Carvalho terá passado informações para a empresa Ongoing antes de abandonar a chefia dos serviços, em novembro de 2010.

Silva Carvalho, afirmou, entretanto, que "não enviou informação do serviço de informações para a Ongoing, nem nunca tal afirmou".

Marques Júnior tem já concluído o inquérito que conduziu ao funcionamento dos serviços de informação, explicou Fernando Negrão.

“Esta data foi acordada porque o senhor coronel Marques Júnior tem o seu trabalho feito e pode vir a esta comissão apresentá-lo”, afirmou.

O deputado socialista Jorge Lacão levantou a questão de a audição a Marques Júnior poder esperar pelas conclusões do inquérito ordenado pelo primeiro-ministro, Passos Coelho, mas não se opôs à realização da audição.

Fernando Negrão disse que a observação de Lacão fazia “algum sentido”, mas sublinhou a necessidade de “separar as coisas”, referindo-se aos dois inquéritos ordenados.

O primeiro-ministro solicitou ao secretário-geral dos Serviços de Informação a realização de um inquérito para "apurar e esclarecer quaisquer factos relacionados" com alegadas fugas de informação naqueles serviços.

Numa nota enviada aos órgãos de comunicação social, o gabinete do primeiro-ministro afirmou que Pedro Passos Coelho, responsável máximo pelos Serviços de Informação da República, "não tem conhecimento de quaisquer ‘fugas de informação’ que possam ter ocorrido no passado".

ACL/Lusa

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