Desde o Congresso electivo de Passos Coelho que o PSD tem vindo a insistir, com excessiva frequência, na experimentação de ideias-teste, como quem tacteia soluções onde elas parecem efectivamente escassear.
Foi, desde logo, o caso do precipitado lançamento de um Projeto de revisão constitucional. O que, como é óbvio, para nada mais serviu, senão para deixar claro que o PSD defende e preconiza propósitos de pôr em causa o serviço nacional de saúde e o papel do Estado na educação e na segurança social, para além da defesa explícita da erradicação da justa causa nos despedimentos laborais.
Mas se tais asserções eram por demais conhecidas, e até glosadas de forma irónica, mesmo no interior do partido, o que raia os limites do despautério são algumas das recentes iniciativas de um grupo de reflexão denominado “Mais Sociedade” e que vem sendo usado como arma de arremesso político à boleia da situação de grave crise.
Falando “sem papas na língua”, recentemente, o PSD, ou pelo menos grupos de apoio integrados por destacados neo-liberais travestidos de políticos, vêm experienciando a ideia de fazer pagar aos desempregados parte das suas reformas em função do tempo em que involuntariamente estão em situação de desemprego.
Vale por dizer, que querem fazer repercutir no subsídio de desemprego, para o qual os trabalhadores descontam, a penalização do desemprego para o qual não contribuíram.
Tal, mais que imoral e não conforme com os preceitos constitucionais, nem sequer tem em conta que no nosso país, como em toda a Europa, se vive um período de recrudescimento do desemprego, que tendencialmente se agravará com a prevista austeridade.
Mas não satisfeitos, “os jovens turcos”, apoiantes do PSD, esgrimem também contra os trabalhadores da função pública, visando lançar no desemprego os que se encontrem em trabalho a termo ou precários.
Estes exemplos, colhidos a eito no decurso do início desta semana, se forem olhados à luz das declarações de Passos Coelho a propósito do que, displicentemente, ou por ignorância, chamou de “união nacional”, referindo-se a palavras do presidente da República, logo patenteiam o quanto se pode enviesar algo que ocorreu em situação de ditadura, assim se tripudiando sobre a formação de um “governo com apoio parlamentar”, já que tais foram as palavras de Cavaco Silva.
Tal estilo arrogante, mas titubeante e revelador de uma clara impreparação por parte do líder do PSD, é um grave indicador da falta de sentido de estado que vem sendo revelado por parte dos principais dirigentes do PSD.
A verdade é que o nosso país está a negociar um acordo de ajuda externa com entidades europeias e com o FMI e tudo imporia que os partidos responsáveis, ou mais responsáveis, se contivessem no domínio do dislate ou da confrontação política inapropriada.
A não ser que o PSD queira trilhar o caminho do protesto irreverente e demagógico que o BE, o PCP e o PEV já percorreram, fingindo ignorar que as Centrais sindicais não temeram nem deixaram os seus galardões arrastados na lama por, responsavelmente, terem ido defender pessoalmente os seus pontos de vista junto das entidades da chamada “troika”.
A continuar assim, o PSD, partido indispensável para encontrar uma solução pós-eleitoral negociada, como os demais, designadamente o PS, pode está a comprometer irremediavelmente a saída da crise nacional e a salvação do país. Bom seria que o PSD parasse para pensar nos interesses nacionais antes de se deixar mergulhar nos cantos das sereias do interesse eleitoral e partidário.
Foi, desde logo, o caso do precipitado lançamento de um Projeto de revisão constitucional. O que, como é óbvio, para nada mais serviu, senão para deixar claro que o PSD defende e preconiza propósitos de pôr em causa o serviço nacional de saúde e o papel do Estado na educação e na segurança social, para além da defesa explícita da erradicação da justa causa nos despedimentos laborais.
Mas se tais asserções eram por demais conhecidas, e até glosadas de forma irónica, mesmo no interior do partido, o que raia os limites do despautério são algumas das recentes iniciativas de um grupo de reflexão denominado “Mais Sociedade” e que vem sendo usado como arma de arremesso político à boleia da situação de grave crise.
Falando “sem papas na língua”, recentemente, o PSD, ou pelo menos grupos de apoio integrados por destacados neo-liberais travestidos de políticos, vêm experienciando a ideia de fazer pagar aos desempregados parte das suas reformas em função do tempo em que involuntariamente estão em situação de desemprego.
Vale por dizer, que querem fazer repercutir no subsídio de desemprego, para o qual os trabalhadores descontam, a penalização do desemprego para o qual não contribuíram.
Tal, mais que imoral e não conforme com os preceitos constitucionais, nem sequer tem em conta que no nosso país, como em toda a Europa, se vive um período de recrudescimento do desemprego, que tendencialmente se agravará com a prevista austeridade.
Mas não satisfeitos, “os jovens turcos”, apoiantes do PSD, esgrimem também contra os trabalhadores da função pública, visando lançar no desemprego os que se encontrem em trabalho a termo ou precários.
Estes exemplos, colhidos a eito no decurso do início desta semana, se forem olhados à luz das declarações de Passos Coelho a propósito do que, displicentemente, ou por ignorância, chamou de “união nacional”, referindo-se a palavras do presidente da República, logo patenteiam o quanto se pode enviesar algo que ocorreu em situação de ditadura, assim se tripudiando sobre a formação de um “governo com apoio parlamentar”, já que tais foram as palavras de Cavaco Silva.
Tal estilo arrogante, mas titubeante e revelador de uma clara impreparação por parte do líder do PSD, é um grave indicador da falta de sentido de estado que vem sendo revelado por parte dos principais dirigentes do PSD.
A verdade é que o nosso país está a negociar um acordo de ajuda externa com entidades europeias e com o FMI e tudo imporia que os partidos responsáveis, ou mais responsáveis, se contivessem no domínio do dislate ou da confrontação política inapropriada.
A não ser que o PSD queira trilhar o caminho do protesto irreverente e demagógico que o BE, o PCP e o PEV já percorreram, fingindo ignorar que as Centrais sindicais não temeram nem deixaram os seus galardões arrastados na lama por, responsavelmente, terem ido defender pessoalmente os seus pontos de vista junto das entidades da chamada “troika”.
A continuar assim, o PSD, partido indispensável para encontrar uma solução pós-eleitoral negociada, como os demais, designadamente o PS, pode está a comprometer irremediavelmente a saída da crise nacional e a salvação do país. Bom seria que o PSD parasse para pensar nos interesses nacionais antes de se deixar mergulhar nos cantos das sereias do interesse eleitoral e partidário.
Osvaldo Castro
2 comentários:
Caro Osvaldo,
Fiz link :)
Obrigado.
Um abraço.
Um post da maior clarividencia politica, parabens por isso.
Temos um governo formado por experimentalistas neoliberais que aproveitam a inexperiencia de um primeiro ministro de laboratório, e atacam de um modo predador um sistema social criado para acorrer em situações de catastrofe como a actual. Com as suas recentes declarações, Mário Soares com a inteligencia politica que o caracteriza, deu à direcção do PS um respaldo para continuar uma ainda maior demarcação das medidas que Passos Coelho tem implementado muito para alem do negociado com a troika. O PS deve, e cada vez mais pode, continuar num caminho que lhe permitirá desamarrar-se progressivamente do plano de "assistencia".
Que astuta ajuda a António José Seguro desta raposa velha . Será que assim ajudado, mesmo com as suas limitações, Seguro consegue lá chegar?
Mário Soares no seu melhor.
Um abraço
Anibal Curto
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