sábado, 16 de abril de 2011

Execução orçamental: Bons resultados poderão moderar austeridade do FMI,diz Manuel Caldeira Cabral

Lisboa, 15 abr (Lusa)

Os resultados preliminares da execução orçamental hoje divulgados, que apontam para uma melhoria de 1.750 milhões de euros nas contas do Estado poderão “moderar” as negociações com a 'troika' e atenuar as medidas de austeridade exigidas ao país.

“Tendo em conta que as medidas de consolidação orçamental estão a ter o efeito previsto, isso é uma boa notícia e significa que mesmo que se peça um esforço adicional, é um argumento para que não seja preciso pedir mais medidas de consolidação”,
disse à Lusa o economista Manuel Caldeira Cabral.

Segundo considerou, o facto de “as contas públicas estarem a ter bons resultados, em paralelo com o facto de as exportações estarem a ter resultados muito acima do previsto, são fatores que podem entrar nestas negociações como fatores que podem moderar a necessidade de novas medidas”.

De acordo com os dados preliminares hoje divulgados à Lusa, o Governo vai apresentar uma melhoria de cerca de 1.750 milhões de euros nas contas da administração central e segurança social na sua execução orçamental do primeiro trimestre deste ano quando comparado com o mesmo período de 2010.

Este resultado da administração central - que integra o Estado, serviços e fundos autónomos - e segurança social é fruto de um superavit de 432 milhões de euros na execução orçamental até março quando, no mesmo período do ano passado, se os números demonstram, segundo Caldeira Cabral, que “está a haver uma redução da despesa efetiva à volta de 4 por cento e que a receita está a ter um crescimento bastante importante e superior ao esperado”.

Logo, “são resultados muito positivos e sugerem que o objetivo de redução do défice para 4,6 por cento em 2011 está perfeitamente ao alcance”.

O economista lamenta, contudo, que tenha havido uma crise política na sequência do chumbo, no Parlamento, do chamado PEC IV, pois, "se o país não tivesse tido a crise política que teve, não teria necessidade de recorrer à ajuda externa, sinal que os portugueses estavam a conseguir resolver os problemas por si próprios".

SMS/Lusa

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