terça-feira, 17 de agosto de 2010

Primeiro casal "adúltero" apedrejado até à morte, no Afeganistão,desde 2001

"Homem de 28 anos e mulher de 20 foram apedrejados até à morte num mercado.
Pela primeira vez desde que o seu regime foi derrotado, em 2001, os talibãs ousaram apedrejar até à morte, em praça pública, um casal de afegãos. Aconteceu domingo, no mercado da aldeia de Mullah Quli - na província de Kunduz, norte do Afeganistão. Sadiqa, de 20 anos [ou 23], e Qayum, de 28, foram executados na presença da população, convocada para o efeito através de altifalantes a partir da mesquita local.
Este crime dos talibãs faz lembrar as execuções que, quando eram donos e senhores do Afeganistão, faziam à sexta-feira no estádio nacional de Cabul, para onde também era convocada a população. O facto de terem lapidado estes jovens - acusados de adultério - em praça pública revela até que ponto os insurrectos aliados de Ussama ben Laden sentem ganhar terreno no norte do
país, poder e capacidade para espalhar..."

6 comentários:

Ana Paula Fitas disse...

Caro Osvaldo Castro,
Obrigado pela divulgação de mais este crime hediondo... pelas altas funções que desempenha, a sua voz é fundamental na denúncia desta ignomínia que atenta contra os mais elementares direitos da pessoa e viola o mais elementar espírito de compaixão.
Um grande abraço.

MFerrer disse...

E que se retirem destes crimes as respectivas consequências.
Falo de quê?
Falo de intervenções estrangeiras para impor nova ordem de valores e que vão desembocar no reforço das posições extremistas e fundamentalistas daqueles "religiosos".
A Europa cuja História está cheia de ultrajes e de hediondos crimes racistas, religiosos e étnicos,ao longo de séculos, talvez devesse ter uma outra política de abordagem da violência religiosa e extremista.
Aliás, se me permite, qual a diferença entre um bando de energúmenos que lapidam um casal de eventuais amantes e os bombardeamentos com bombas de fósforo sobre hospitais em Gaza?
Qual é o maior criminoso?
Um exército regular bem tratado, melhor alimentado e armado, formado nas melhores universidades e que construiu um muro de centenas km entre Israel e a Cisjordânia? E que bombardeia e assassina chefes de família, mulheres e crianças ou pirateia em águas internacionais barcos de ajuda humanitária?
Portugal não devia ter participado nestas guerras petro-religiosas e, quando os americanos forem ali derrotados, como estão a ser, e se retirarem, o que se preparam para fazer dentro de meses, qual foi o nosso papel?
Qual o crédito que terá a NATO por ter interferido e por ter tentado colonizar o Iraque e o Afeganistão?
Desculpe o imenso desabafo e ter-me desviado da condenação do linchamento religioso que noticia e que a todos repugna.
Cumps.

Carta a Garcia disse...

Cara Ana Paula Fitas,

Creio que, para além das funções que desempenho, sempre me motivaria pela denúncia de crimes tão graves como os que têm ocorrido no Irão, no Afeganistão e noutros países que praticam a lapidação, mesmo quando a lei já nem o permite, como terá sido o caso do Afeganistão...
Há um recrudescimento do talibanimo contra os sectores muçulmanos que querem respeitar os direitos humanos.
Também por isso a cumprimento pela denúncia que fez recentemente a propósito da expulsão de ciganos em França...
Abraço Amigo,
OC

Carta a Garcia disse...

Caro MFerrer,

Obrigado pelo Comentário.
Sim entendo bem a ideia e sei dos erros reiterados cometidos por acção da ocupação de países por tropas internacionais...Porém, em certos casos é difícil encontrar alternativa, o Paquistão, o Afeganistão careceram de intervenção interacional...e a Onu deu o seu "agreement".
E no Iraque, o que me parece é que o processo foi mal conduzido desde o início pelo Bush e demais lideres que se acoitaram nos Açores...
Mas, insisto, há um recrudescimento das concepções talibãs...e penso que só o reforço pontual e adequado do auxílio internacional poderá socorrer as populações indefesas, designadamente mulheres, crianças e velhos...
Abraço Amigo,

Ana Paula Fitas disse...

Caro Osvaldo Castro,
Claro que independentemente das altas funções que exerce, o meu bom amigo está sempre na linha da frente na defesa dos Direitos Humanos e na denúncia de todas as injustiças que atentam contra a Liberdade, a Igualdade e os Direitos dos Povos e dos Cidadãos. Isso é inquestionável e só reforça e enobrece a justeza do exercício das suas funções que o seu protagonismo tanto dignifica. Entretanto e pela admiração que me merece, deixe que, uma vez mais, agradeça a solidariedade desta vez em relação à comunidade cigana que, perseguida há mais de 500 anos, continua a ser discriminada sem pudor e sem reservas, agravando, com o pior dos exemplos (o do Estado) as práticas de coexistência pacífica que é preciso reforçar num contexto tão difícil como é o das crises económicas que evidenciam com facilidade a xenofobia mais elementar...
Um grande abraço amigo.

Carta a Garcia disse...

Cara Ana PaulaFitas,

Fico-lhe muito grato pelas S/ palavras, que agradeço.Agora, eu considero que, tal como Você, o meu empenhamento na defesa dos direitos humanos, é mais que um dever...é uma obrigação.
Dizendo de outro modo, lutar pelos direitos dos cidadãos do mundo, lutar contra a xenofobia ou a discriminação são princípios de que não abdico...e já nem tenho idade para ser diferente.
Obrigado pela S/ Amizade e consideração.
Abraço Amigo,
OC