segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Euro/crise: Governo "fará tudo" o que for necessário para alcançar défice de 4,6% – Sócrates

Lisboa, 28 fev (Lusa)

O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou hoje que o Governo "fará tudo" para que o défice seja de 4,6 por cento, incluindo medidas adicionais que a execução orçamental venha a demonstrar necessárias.

O primeiro-ministro falava no encerramento da II Conferência Reuters/TSF, em Lisboa.

“Se a execução orçamental vier a revelar que são necessárias mais medidas, tomá-las-emos, mas, até ver, não temos indicação nesse sentido”, disse José Sócrates, acrescentando que a execução orçamental de janeiro deixa o Governo “tranquilo” nessa matéria.

O chefe de Governo sublinhou, contudo, afirmando-o várias vezes, que o seu Executivo “fará tudo o que for necessário para alcançar o défice de 4,6 por cento”.

“Quero reafirmar o que disse o ministro das Finanças. Este Governo fará tudo o que for necessário para alcançar o défice de 4,6”,
insistiu.

Sócrates reconheceu que “2011 é um ano difícil, com uma execução orçamental exigente”, mas defendeu que “o importante para a execução orçamental de 2011 foi fazer o Orçamento do Estado e tomar as decisões necessárias”, que, disse, foram “muito difíceis, tomadas por um Governo que não tem maioria no Parlamento”.

O primeiro-ministro defendeu que a crise da dívida soberana – o tema da conferência que decorreu num hotel de Lisboa – é a “segunda fase da crise financeira” internacional, que “não foi resultado de nenhum excesso de endividamento seja de quem for”, mas, defendeu, da “desregulação dos mercados financeiros”.

Para Sócrates, “a resposta a esta crise tem que ser à escala europeia”, defendendo a necessidade de serem tomadas medidas no sentido de maior “integração económica”.

“É uma crise da dívida soberana europeia, é uma crise do euro, e temos que lhe responder à escala europeia. O problema é sistémico, há uns países mais afetados que outros, sim, há uns países que estão mais na berlinda, mas o problema é sistémico”, sustentou.

Todos os Estados-membros da União Europeia devem “fazer a sua parte”, disse, sendo “a responsabilidade e o desafio" português “fazer a consolidação das contas públicas”.

O chefe do Governo recusou também a ideia que a última década tenha sido a “década perdida”, considerando que, por outro lado, existiram “duas fases” nos últimos dez anos, sublinhando indicadores positivos nas áreas da Ciência, Inovação e Educação nos últimos cinco anos.

A sustentabilidade da Segurança Social, que, disse, antes de 2005 era uma “bomba ao retardador”, e a diminuição em “dez por cento” do número de funcionários públicos foram outras medidas apontadas pelo primeiro-ministro para defender uma distinção entre as “duas fases” da década.

ACL/Lusa

Migrações: Portugal mantém-se no segundo lugar do ranking internacional de políticas de migração

Lisboa, 28 fev (Lusa)

Portugal mantém-se no segundo lugar do ranking internacional de políticas de integração de migrantes, liderado pela Suécia e do qual constam 31 países
.

Num comunicado hoje divulgado, a Presidência do Conselho de Ministros refere que para esta classificação “foi particularmente relevante o 1.º lugar atribuído a Portugal no ‘ranking’ do acesso à nacionalidade (com a Lei da Nacionalidade portuguesa a ser assim considerada como a melhor do mundo desenvolvido)”.

A nota refere ainda “o 1.º lugar atribuído a Portugal nas políticas de reagrupamento familiar (na sequência da Lei de Estrangeiros, de 2007)”.

Os resultados da terceira edição do Índex de Políticas de Integração de Migrantes (MIPEX), apresentados hoje em Bruxelas, são da responsabilidade do British Council e do Migration Policy Group.

Na preparação do relatório, que analisa 31 países da Europa e da América do Norte tendo em conta 148 indicadores, colaboraram também peritos e instituições independentes.

Portugal ficou ainda em 2.º lugar na integração dos imigrantes no mercado de trabalho (a Suécia lidera este ponto), 4.º no acesso dos imigrantes à educação (Suécia) e no acesso a autorizações de residência permanentes (Bélgica), 5.º nas políticas anti-discriminação (Canadá e Estados Unidos da América) e 7.º na participação política dos imigrantes (Noruega).

O comunicado lembra que o relatório “refere positivamente os Planos para a Integração de Imigrantes de 2007-2009 e de 2010-2013, a Lei de Estrangeiros, de 2007, os programas para reforçar a inserção dos imigrantes no mercado de trabalho e o reforço do Programa Escolhas, agora na sua 4.ª Geração”.

JRS/Lusa

Óscares: "O discurso do rei" grande vencedor da noite em Hollywood

Los Angeles, Califórnia, 28 fev (Lusa)

"O discurso do rei" foi o grande vencedor e "Indomável", dos irmãos Coen, o maior derrotado da 83ª edição dos Óscares, atribuídos no domingo em Los Angeles, Califórnia.

A longa-metragem de produção britânica estava nomeada em 12 categorias, mas arrecadou apenas quatro prémios, só que foram os mais cobiçados da noite: melhor filme, realização, ator principal e argumento original.

Tom Hooper, inglês de 38 anos, pela primeira vez nomeado pela Academia, arrecadou o Óscar de melhor realizador e David Seidler o de melhor argumentista.

Colin Firth, que esteve nomeado em 2010 com "Um homem singular", venceu agora no papel de George VI de Inglaterra, um monarca gago e tímido em "O discurso do rei".

Se for avaliado apenas pelos números, "A Origem", de Cristopher Nolan, também saiu vencedor, porque conquistou quatro Óscares. No entanto foram todos em categorias técnicas, incluindo melhor fotografia.

"A rede social", de David Fincher, apontado por muitos críticos como o verdadeiro rival de "O discurso do rei", levou para casa três Óscares: argumento adaptado, banda sonora original e montagem.

Sem surpresas, a atriz Natalie Portman foi premiada por "Cisne Negro", enquanto Melissa Leo e Christian Bale foram distinguidos como atores secundários em "The Fighter - O Último Round".

Melissa Leo protagonizou o momento politicamente incorreto da noite quando deixou escapar a palavra "fuck" no discurso de agradecimento, tendo pedido depois desculpas na sala de imprensa.

"Indomável", dos irmãos Ethan e Joel Coen, que somava dez nomeações, não arrecadou qualquer estatueta dourada.

O drama dinamarquês "Num mundo melhor", de Susanne Bier, foi eleito o melhor filme em língua não inglesa e tem estreia assegurada em Portugal a 07 de abril.

O Óscar de melhor documentário foi atribuído a "Inside Job - A verdade da crise", de Charles Ferguson, sobre a crise financeira de 2008.

"Perdoem-me, mas tenho que começar por dizer que três anos depois da horrível crise financeira, causada por fraudes fiscais, nem um executivo financeiro foi detido, e isso está errado", disse o realizador.

Outro dos momentos sérios da cerimónia ficou por conta de David Seidler, argumentista de "O discurso do rei", que sofreu de um problema de gaguez e passou por vários terapeutas, tal como a personagem do filme, o monarca George VI.

"Eu digo isto em nome de todos os gagos do mundo: nós temos uma voz", disse o argumentista, de 73 anos, no discurso de agradecimento.

"Toy Story 3", de Lee Unkrich, dos estúdios Pixar, venceu como melhor filme de animação e melhor canção original, de Randy Newman, compositor vinte vezes nomeado para os Óscares e duas vezes premiado.

A edição foi conduzida pelos atores James Franco e Anne Hathaway e embora tenham mostrado empatia em palco, ela mais à vontade do que ele, no papel de anfitriões, nem sempre conseguiram segurar a cerimónia.

No caso de James Franco, foi quase mais interessante o que mostrou nos bastidores, através de pequenos vídeos divulgados no Twitter, do que aquilo que fez em palco.

Os melhores registos da noite aconteceram, por exemplo, com o ator Kirk Douglas que, apesar da dificuldade em falar, arrancou sonoras gargalhadas da audiência, especialmente nos elogios a Anne Hathaway, e com o comediante Billy Cristal, em tempos apresentador dos Óscares.

Celine Dion interpretou o tema "Smile" no momento de homenagem às figuras de Hollywood que morreram em 2010, enquanto a cantora norte-americana Lena Horne, falecida também no ano passado, teve direito a um tributo especial.

A cerimónia terminou com todos os vencedores em palco acompanhados por um grupo de crianças que interpretou "Somewhere over the rainbow", tema do filme "O feiticeiro de Oz".

SS/Lusa

Natalie Portman, "Black Swan" dançou para vencer o Oscar

domingo, 27 de fevereiro de 2011

A ler Outras Cartas

Questão de Moral,"Direitos Outros",A.R.

O último a saber,"Crónicas do Rochedo", Carlos Barbosa de Oliveira;

Grau zero, "A Causa Nossa",Vital Moreira;

A santa aliança contra as reformas,"Câmara Corporativa",Miguel Abrantes;

PGR diz que não tem poder p/investigar escutas,"Sem embargo",Célia de Sousa;

Da Regionalização, Hoje, "A Nossa Candeia",Ana Paula Fitas;

Aviso aos Mercados, "O Grande Zoo", Rui Namorado;

Conselho de Segurança:ONU pede investigação sobre crimes contra a Humanidade na Líbia

27.02.2011 - 07:47 Por Kathleen Gomes, em Washington

O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou unanimemente no sábado à noite a imposição de sanções a Muammar Khadafi e Barack Obama defendeu pela primeira vez a saída do líder líbio.
Como se pode ler no "Público on line"

Ana Moura, A Sós com a Noite

Black Swan, Natalie Portman dança por um Óscar?

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Kadhafi está cada vez mais cercado na capital da Líbia

PS: Sócrates diz que crise política deitaria por terra o esforço dos portugueses

Lisboa, 26 fev (Lusa)

O secretário-geral do PS, José Sócrates, afirmou hoje que qualquer crise política “deitaria por terra” o esforço dos portugueses para defender a economia e acusou a direita de querer impor uma “agenda ideológica contra o Estado”.

Na apresentação da moção de estratégia ao congresso socialista, José Sócrates centrou parte da intervenção na ideia de “estabilidade”, um dos temas centrais do texto que leva à reunião magna do partido.

Sublinhando que Portugal “só terá sucesso se tiver estabilidade política”, José Sócrates voltou a deixar críticas à oposição, insistindo na tese de que “qualquer crise política prejudicaria a economia e o país”.

“As crises políticas e a instabilidade política deitarão por terra aquilo que é o esforço dos portugueses, é por isso que a estabilidade é fundamental para enfrentar os desafios e as dificuldades, é fundamental para respeitar aquilo que foi a vontade dos portugueses”,
declarou.

Ao longo de mais de 45 minutos, o secretário-geral socialista e primeiro-ministro aproveitou também para voltar a recusar qualquer intervenção nas funções do Estado, atacando a direita que “quer impor uma agenda ideológica” contra o próprio Estado.

“A agenda política da direita é aproveitar esta crise para impor uma agenda ideológica contra o Estado, contra todos os serviços públicos e uma batalha pela privatização de tudo
”, acusou, recordando que a origem da atual crise nada teve que ver com excesso de Estado.

Pelo contrário, sublinhou, “teve a ver com a falta de Estado na regulação dos mercados financeiros internacionais”.

Prometendo que o PS estará mobilizado contra a privatização do Estado, José Sócrates reiterou que a direita apenas tem na cabeça “o enfraquecimento do Estado, o combate ao Estado e a promoção da privatização, a privatização em particular dos serviços públicos essenciais”, nomeadamente a Educação e a Saúde.

José Sócrates lembrou algumas das marcas da governação socialista, fazendo alusão à aprovação da despenalização do aborto, do casamento homossexual ou à nova lei do divórcio.

Como marca dos últimos seis anos, o primeiro-ministro apontou ainda a aposta feita na Educação, Ciência e Tecnologia.

“No passado houve algumas governações que ficaram marcadas pelo investimento em estradas ou investimento em betão, esta governação ficará marcada pelo investimento em educação, em ciência, em tecnologia”, frisou.

As eleições diretas para a liderança do PS decorrem a 25 e 26 de março, realizando-se a 8, 9 e 10 de abril, no Porto, o congresso dos socialistas.

Além de José Sócrates, apresentaram candidaturas à liderança do PS o líder do PS-Madeira, Jacinto Serrão, Fonseca Ferreira e António Brotas.

VAM/Lusa

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Josef Strauss (1827-1870)


Interpretada no tradicional Concerto de Ano Novo (2011) pela Orquestra Filarmónica de Viena, a Polka Mazurca do compositor austríaco Josef Strauss, aqui ilustrada por essa outra linguagem universal que é o bailado.

Revoltosos em Tripoli prometem invadir Praça Verde

Todos os testemunhos dão conta de que Trípoli, a capital Líbia, é hoje uma cidade armada, em suspenso, sob o cerco das forças leais ao regime de Muammar Khadafi. Tanques e veículos blindados patrulham as ruas, soldados e mercenários armados são vistos por todo o lado. Mas o movimento de revolta não dá sinais de intimidação: das cidades “libertadas” no Leste e Oeste do país, chega a promessa de marchar sobre Trípoli e, mesmo dentro da capital, muitos opositores dizem que vão manifestar-se à Praça Verde logo após o fim das orações da manhã.

Cinco medidas para inserir mais jovens no mercado

O primeiro-ministro anunciou hoje "cinco medidas" para a "promoção da inserção dos jovens no mercado de trabalho", entre as quais o aumento para 50 mil do número de estágios profissionais remunerados.

Danúbio em Viena

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Gustav Klimt (1862-1918)

Do pintor simbolista austríaco "A Árvore da Vida".

Minuto a minuto: Aperta-se cerco a Khadafi

24.02.2011 - 11:40 Por Dulce Furtado, Pedro Crisóstomo

O leste da Líbia está “libertado” e partes do Oeste do país estão também a fugir ao controlo do regime líbio. Há relatos de confrontos e os balanços de centenas ou milhares de mortos são impossíveis de confirmar. Muammar Khadafi promete lutar até ao fim para manter o controlo do país que lidera há 42 anos. O minuto a minuto da terceira revolução do mundo árabe em dois meses.

Catedral de Viena

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Zeca Afonso, 24 anos depois...


Em 23 de Fevereiro de 1987, foi-se a voz da Liberdade que sempre manteremos viva!

Conselho de Segurança condena por unanimidade violência na Líbia


23.02.2011 - 08:46 Por Dulce Furtado

Foi esforçada, mas saiu em unidade: a declaração do Conselho de Segurança das Nações Unidas de condenação da violência por parte das autoridades líbias sobre os protestos contra o regime de Muammar Khadafi recorreu a linguagem considerada “forte”.
Tudo como se pode ler no Público on line

Palácio Hofburg,Viena


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A ler outras Cartas

Da claustrofobia democrática,"Câmara Corporativa",Miguel Abrantes;

Qualidades,"Causa Nossa", Vital Moreira;

Passos,o traquinas,"O Grande Zoo",Rui Namorado;

A entrevista de Passos Coelho,"Politeia",JMCorreia Pinto;

Coligação á vista,"PuxaPalavra",Raimundo Narciso;

Laicidade...da Tunísia ao resto do mundo,"A Nossa Candeia",Ana Paula Fitas;

Tony Judt...os nossos descontentamentos,"Mainstreet",Weber;

PS recusa projeto-de-lei do PSD que promove “profunda precarização” do trabalho jovem

Lisboa, 22 jan (Lusa)

O líder parlamentar socialista, Francisco Assis, recusou hoje o projeto-de-lei social-democrata de medidas “transitórias e excecionais de promoção do emprego”, defendendo que representa uma “profunda precarização” dos vínculos laborais, sobretudo dos jovens, e um “grande retrocesso”.

“Este projeto aponta no sentido de uma profunda precarização do trabalho jovem e, nesse sentido, não pode deixar de merecer a nossa discordância”, afirmou Francisco Assis, em conferência de imprensa na Assembleia da República.

Para o líder da bancada do PS, “esta iniciativa insere-se numa linha de atuação política da atual direção do PSD que vai no sentido de pôr em causa alguns princípios fundamentais da nossa legislação laboral”.

Em causa está um projeto-de-lei do PSD, que será discutido na quinta-feira, que “institui medidas transitórias e excecionais de promoção do emprego”.

Assis contesta o “novo conceito de admissibilidade de contratos a termo e de contratos de trabalho temporário verbais”, argumentando que significa “um grande retrocesso” e “debilita fortemente a posição do trabalhador na relação contratual”.

O líder parlamentar socialista criticou também “o princípio da caducidade automática dos contratos” da proposta social-democrata, sublinhando que “até aqui, o que prevalece é o oposto, a renovação automática dos contratos”.

A “previsão de ausência de qualquer compensação pecuniária em caso de cessação de contrato”
é outro dos aspetos que os socialistas condenam na iniciativa legislativa do PSD.

“A solução aqui apontada é uma solução que tem uma única consequência, aumenta a precariedade e a precariedade do trabalho jovem é já um dos problemas com que o país se confronta e que tem que ser enfrentado”, sustentou.

Assis anunciou que o grupo parlamentar socialista vai promover na quinta-feira uma audição parlamentar com a presença da ministra do Trabalho, Helena André, e especialistas no setor, “para discutir a questão do emprego jovem, das medidas e iniciativas para responder a este problema”.

“O Governo tem vindo a tomar medidas de incentivo e de promoção do trabalho jovem. Temos, porém, consciência que este é um problema que se coloca, não apenas em Portugal, mas em vários países”, afirmou.

Assis insistiu na recusa de “um caminho que, à boleia da crise, tem a consequência de retirar direitos aos jovens trabalhadores”.

Para o líder parlamentar do PS, trata-se de uma “via de tentar aproveitar dificuldades sérias conjunturais para introduzir modificações que teriam efeitos estruturais, no sentido da diminuição dos direitos da parte mais fraca”.

ACL/Lusa

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Rodrigo Leão&Cinema Ensemble ( A Mãe)


Histórias/Vida Tão Estranha/A Corda

Sócrates atribui mérito aos funcionários públicos e diz que país "está farto da maledicência" sobre esta classe

Lisboa, 21 fev (Lusa)

O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou hoje que o primeiro lugar de Portugal no ‘ranking’ da Comissão Europeia é mérito dos funcionários da administração pública e considerou que “o país está farto da maledicência” relativamente a esta classe.

“Em apenas cinco anos nós mudámos a face da administração pública, em termos eletrónicos passámos de um modesto lugar, abaixo das médias europeias, para a liderança do Governo eletrónico em termos de disponibilização dos serviços públicos ‘online’ e de sofisticação dos serviços, qualquer que seja o ângulo pelo qual se analise o ranking, não há dúvida que em Portugal obtivemos uma liderança absolutamente incontestável”,
disse.

O chefe do Governo falava durante a apresentação do relatório europeu sobre serviços públicos eletrónicos, que coloca Portugal em primeiro lugar pelo segundo ano consecutivo.

Na sua intervenção, que se seguiu às do ministro da Justiça e da Presidência, José Sócrates referiu-se aos que falam em reformas “sem ter feito nenhuma reforma” e defendeu que “aquilo que o país exige não é tanto o discurso retórico sobre reformas, mas é de quem as faça”.

Eu venho aqui para homenagear todos os funcionários públicos portugueses, porque foram eles que deram o contributo para esta mudança, este primeiro lugar que obtivemos é da administração pública, dos funcionários públicos”, afirmou Sócrates, considerando que o trabalho desta classe precisa “de ser mostrado e enaltecido”.

“O país está farto da maledicência sobre a administração pública e daquilo que significa o apoucamento dos funcionários públicos, a verdade é que em muitos domínios, Portugal está na linha da frente de uma administração pública eficaz, moderna e que presta bons serviços aos cidadãos e à economia”, referiu.

Os resultados do estudo da Comissão Europeia, segundo José Sócrates, devem-se a uma administração pública “competente, qualificada e capaz, capaz de, com orientação e com políticas adequadas”, se transformar.

“Tantas vezes vemos a administração pública desconsiderada no discurso político, tantas vezes que se esquecem os bons exemplos, o contributo de tanta gente dedicada e generosa que está empenhada em fazer do seu país um país melhor”, referiu, no mesmo tom, acrescentando que “a verdade é que a administração pública e o esforço de muitos dirigentes e funcionários permitiu que projetos que pensávamos ser impossíveis há uns anos se transformassem em projetos possíveis e dos quais já ninguém quer abdicar”.

O primeiro-ministro notou que, por exemplo, em 2010, mais de 60 por cento das empresas foram criadas com o programa “Empresa na Hora” e que, devido ao programa “Casa Pronta”, Portugal “é hoje o país do mundo onde é mais rápido comprar e registar uma casa”.

Antes da sua intervenção, o primeiro-ministro visitou as instalações do Instituto de Registos e Notariado, no Campus da Justiça, e visitou a exposição do Centenário Registo Civil Obrigatório, acompanhado por vários membros do Governo.

ATF/Lusa

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Sociais democratas conquistam cidade-estado de Hamburgo, infligindo pesada derrota ao partido de Merkel

Merkel e o presidente (cessante) da câmara de Hamburgo, Christoph Ahlhaus (Morris Mac Matzen/Reuters)

Os democratas-cristãos da chanceler Angela Merkel sofreram hoje uma pesada derrota na cidade-estado de Hamburgo, conseguindo apenas 21 por cento, contra os 42,6 obtidos na última votação.

A ser confirmado o resultado avançado pelas sondagens à boca das urnas, será o pior resultado eleitoral do partido do pós-guerra e a maior queda numa eleição num estado-federado.

Os sociais-democratas aparecem com 49,6 por cento, ainda segundo as sondagens à boca das urnas, podendo assim governar em maioria.

Tudo a ser lido no "Público online"


UE: Portugal é primeiro da Europa na disponibilidade 'online' de serviços públicos

Lisboa, 20 fev (Lusa)

Portugal é o país da União Europeia mais avançado em sofisticação e disponibilidade de serviços públicos ‘online’, de acordo com o relatório "eGov Benchmark 2010", a ser apresentado na segunda-feira.

Segundo dados a que a agência Lusa teve acesso, Portugal ocupa o primeiro lugar nos níveis de disponibilidade e sofisticação dos seus serviços públicos virtuais dirigidos a cidadãos e empresas: no que refere à sofisticação o primeiro lugar é partilhado com Irlanda, Malta e Áustria, ao passo que no campo da disponibilidade também a Itália, Malta, Áustria e Suécia apresentam níveis máximos de eficiência.

O estudo da Comissão Europeia destaca para Portugal "boas práticas" como a implementação do Cartão do Cidadão, a ferramenta Empresa Online, o serviço de declarações eletrónicas de impostos e a página virtual da Segurança Social.

A experiência do utilizador na experiência virtual, o ‘eProcurement’ (compras eletrónicas) e diversas soluções que facilitam o fornecimento dos serviços ‘online’, como a identificação eletrónica, são campos destacados pela Comissão Europeia como tecnicamente evoluídos em Portugal.

O Plano Tecnológico implementado em Portugal levou a que o país subisse no ‘ranking’ europeu: em 2005, antes da entrada do programa, Portugal apresentava um nível de disponibilidade de 40 por cento e um nível de sofisticação de 68 por cento, de acordo com os dados.

Este é o nono estudo conduzido pela Comissão Europeia de avaliação do desempenho europeu em matéria de governação eletrónica.

PPF/Lusa

Mais de 200 mortos, só na cidade líbia de Bengasi

Mais de 200 pessoas foram mortas e 900 feridas nas acções de repressão de manifestantes em Bengasi, a segunda maior cidade da Líbia, segundo fonte médica citada pela BBC.

Modigliani,Amadeo, "Cabeça de perfil"-1918

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Ministro das Finanças alemão sem críticas ao governo português

Primeiro ministro visita as "obras históricas" que decorrem no túnel do Marão

Paulo Gonzo, "Jardins Proibidos"

OE2011: Números da execução orçamental de janeiro são "um bom começo" - José Sócrates

Vila Real, 19 fev (Lusa)

O primeiro-ministro, José Sócrates, confirmou hoje que o défice das contas públicas desceu 58,6 por cento para 281,8 milhões de euros em janeiro, o que é um "bom começo para a execução orçamental durante todo o ano".

"Nós temos já os números que dizem respeito à execução orçamental de janeiro e esses números são muito bons. O que é referido na imprensa de hoje é verdade, os números que temos da execução de janeiro são números que nos dão muita confiança para a execução orçamental
", disse o chefe do Executivo, quando questionado pelos jornalistas em Vila Real, depois de subir o Túnel do Marão, e reagindo à manchete do Expresso, que refere que "Défice trava a fundo em janeiro".

De acordo com o semanário, o défice das contas públicas fixou-se em 281,8 milhões de euros em janeiro, o que revela uma redução de 58,6 por cento face ao primeiro mês de 2010. "O défice consolidado da Administração Central (Estado mais fundos e serviços autónomos) era de 680 milhões de euros e diminuiu 398,2 milhões", refere o Expresso.

"Isso é a questão mais importante para a economia portuguesa, é assegurar o seu financiamento e que os compromissos internacionais a que nos propusemos de redução do défice orçamental serão cumpridos",
vincou o primeiro-ministro, acrescentando que "a execução [orçamental] de janeiro e a redução muito significativa do défice que hoje é reproduzida na imprensa é uma boa notícia e um bom começo para a execução durante todo o ano”.

Os números da execução orçamental são conhecidos no final de uma semana que ficou marcada pelas notícias segundo as quais Bruxelas já tem preparado um plano de resgate a Portugal, mas que foram sempre desmentidas pelo Executivo, que garante que não vai ser preciso recorrer a ajuda internacional.

Na sexta-feira, o Banco Central Europeu tinha comprado, de acordo com a agência financeira Bloomberg, dívida pública portuguesa, impedindo a manutenção das taxas de juro acima dos 7 por cento.

Ao princípio da tarde, as taxas a 10 e a 5 anos aliviaram, num movimento já habitual depois das compras do banco central. A taxa média de sexta-feira sobre a dívida a cinco anos estava nos 6,909 por cento, depois de ter batido o máximo na quinta-feira, com uma média de 7,039 por cento.

Já a taxa média sobre a dívida a 10 anos estava a negociar, nessa altura, nos 7,322 por cento, aliviando dos máximos de quinta-feira, dia em que a média das transações nesta maturidade foi de 7,453, a mais elevada desde que Portugal aderiu à moeda única.

PLI/MBA/Lusa

Cristina Branco, "Não há só Tangos em Paris"


Aí fica o tema do novo disco de Cristina Branco

Brasil e Portugal vão realizar cimeira conjunta ainda este ano

Brasília, 18 fev (Lusa)

Uma cimeira entre Brasil e Portugal deverá realizar-se ainda este ano, tendo sido este um dos assuntos tratados na reunião de hoje entre a presidente do Brasil e o ministro de Negócios Estrangeiros de Portugal, em Brasília.

A informação foi confirmada após o encontro entre Dilma Rousseff e Luís Amado, pelo chefe da diplomacia brasileira, Antonio Patriota, durante uma entrevista coletiva no Palácio do Itamaraty. "Esse ano deveremos ter uma cimeira, como se diz em Portugal, uma cúpula, como dizemos aqui; e esperamos que seja no Brasil. A data ainda não foi marcada", disse o ministro, que deverá ir a Lisboa para os preparativos.

Os representantes dos dois países confirmaram também a intenção, para 2012, de realizar, de forma conjunta e simultânea, o Ano de Portugal no Brasil e o Ano do Brasil em Portugal, eventos decididos na última cimeira.

Ainda com data a fixar, deverá ocorrer, também neste ano, uma visita oficial de Dilma Rousseff a Portugal, convite que o primeiro-ministro, José Sócrates, lhe fez pessoalmente, logo após a tomada de posse da nova presidente brasileira.

A última cimeira realizou-se em maio do ano passado, em Lisboa, contando com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro português, José Sócrates, tendo sido tratados temas relacionados com infraestruturas e possíveis negócios de empresários portugueses no Brasil, em virtude da realização do Mundial de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

ALYS/Lusa

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Magistrados/Estatutos: Sem medidas excecionais "haveria bloqueio no funcionamento dos tribunais"

Coimbra, 18 fev (Lusa)

Sem a consagração de medidas excecionais nas alterações aos Estatutos dos Magistrados Judiciais e do Ministério Público (MP), hoje aprovadas pelo Parlamento, “haveria um bloqueio no funcionamento da Justiça”, afirmou, em Coimbra, o ministro Alberto Martins.

“Se não houvesse estas medidas excecionais haveria um bloqueio no funcionamento da Justiça e na necessária progressão e ocupação de lugares essenciais” no setor, sublinhou Alberto Martins, que falava, ao princípio da tarde de hoje, no Governo Civil de Coimbra, numa conferência de imprensa, durante a qual se congratulou com aquela decisão da Assembleia da República (AR).

As alterações hoje aprovadas pela AR – com o voto favorável do PS, abstenção do PSD e votos contra do CDS-PP, BE e PCP – contemplam “a possibilidade de soluções excecionais para progressão nas carreiras, para evitar a solução fechada, contida no Orçamento de Estado” (OE), que impede a “progressão nas carreiras”, salientou o ministro.

“A regra geral é válida para toda a administração pública, para todo o serviço público, e que é de não haver possibilidade de progressão nas carreiras”, mas, neste caso, sustentou o titular da pasta da Justiça, “justifica-se por razões muito excecionais”.

A AR “sufragou que o artigo 24 da Lei do OE pudesse ter este conjunto de aberturas para resolver” situações de “interesse nacional”, justificou.

Instado pelos jornalistas se receia a reação dos magistrados a estas alterações aos seus estatutos, designadamente com recurso à greve, o ministro da Justiça frisou que “a República portuguesa é um Estado de direito e constitucional” e no qual “o primado da lei” se impõe “a todos os cidadãos, independentemente do seu estatuto”.

Embora gostasse de consensos mais alargados, Alberto Martins considerou a votação de hoje, na AR, “expressiva”, pois “só um terço dos deputados se opuseram” às propostas do Governo de alterações aos Estatutos dos Magistrados Judiciais e do MP.

“Os consensos não são aqueles que nós gostaríamos de ter em absoluto”, disse o ministro, admitindo que “gostava que as [suas] propostas tivessem sempre o apoio dos 230 deputados, mas as regras da democracia é que as deliberações são tomadas por maioria”.

“O Governo partiu para este processo legislativo na base do princípio da boa fé negocial e procurando os maiores consensos possíveis”, garantiu.

JEF/Lusa

Marcha da Vitória para celebrar derrube de Mubarak

José Sócrates lançou a primeira pedra da barragem da foz do Tua

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Dulce Pontes/Ennio Morricone, "Balada de Sacco e Vanzetti"

Governo aprova extinção do número de eleitor e a sua substituição pelo número de identificação civil

Lisboa, 17 fev (Lusa)

O Governo aprovou hoje um diploma que determina a extinção do número de eleitor e a sua substituição pelo número de identificação civil, mas a alteração só irá produzir efeitos a partir de 01 de janeiro de 2013.

De acordo com a proposta de lei, aprovada na reunião do Conselho de Ministros e que será agora submetida à Assembleia da República, o número de identificação civil passará a ser o elemento de identificação dos eleitores no processo eleitoral, ficando os cadernos eleitorais de cada assembleia de voto organizados segundo a ordem desse número.

Contudo, dada “a complexidade da reorganização administrativa” que esta alteração acarreta, está previsto, conforme explicou o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, “um período de transição que confira segurança a esta mudança”, pelo que as alterações apenas produzirão efeitos a partir de 01 de janeiro de 2013.

O diploma agora aprovado pelo Governo prevê, no entanto, a “adoção imediata” de “medidas adicionais destinadas a facilitar o conhecimento pelos eleitores das condições de exercício do direito de voto”, nomeadamente a “notificação obrigatória aos novos eleitores e aos que veem alterada a sua situação eleitoral”.

“É, ainda, estabelecida a obrigação legal de as comissões recenseadoras disporem das listagens alfabéticas dos respetivos eleitores para utilização nos atos eleitorais como elemento supletivo de informação”,
é referido com comunicado do conselho de ministros.

Na conferência de imprensa realizada no final da reunião semanal do Conselho de Ministros, o ministro da Presidência classificou a alteração agora aprovada como “o corolário lógico do recenseamento automático que está já hoje em vigor”.

Pedro Silva Pereira disse ainda que o objetivo do Governo é “reunir um grande consenso em torno dessa matéria”, que “implica a reorganização do processo eleitoral, do sistema de administração eleitoral”.

A proposta de extinção do número de eleitor e sua a substituição pelo número de identificação civil tinha sido avançada na semana passada pelo ministro da Administração Interna, Rui Pereira, durante uma audição no Parlamento.

Rui Pereira não tinha, contudo, adiantado prazos para a sua concretização, falando apenas numa alteração a fazer “algures no futuro”.

“Para o futuro, é necessário fazer tudo para que não volte a falhar”, defendeu na altura o ministro da Administração Interna, numa referência aos problemas que ocorreram nas eleições presidenciais de 23 de janeiro, altura em que muitos eleitores com cartão do cidadão não conseguiram ou tiveram dificuldades em aceder ao portal do eleitor e aos sistemas de mensagens por telemóvel para saber qual o novo número de eleitor.

Na audição no Parlamento, Rui Pereira tinha também feito alusão à necessidade de se estabelecer a “notificação obrigatória” aos novos eleitores e aos que veem a sua situação eleitoral alterada, bem como à obrigatoriedade das comissões recenseadoras estarem “previamente munidas das listagens”.

VAM/(JH)/Lusa

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A Ler Outras Cartas

Uma pastilha elástica,"Vermelho cor de Alface, M.Gomes Coelho;

Quanto pior melhor, "Causa Nossa", Vital Moreira;

Ainda que mal pergunte..."Câmara Corporativa",Miguel Abrantes;

É Carnaval, "Crónicas do Rochedo",Carlos Barbosa de Oliveira;

Denúncia Anónima 1,"Direitos Outros",A. R.;

Irão- dos Protestos pela Mudança..., "A Nossa Candeia", Ana P. Fitas

Governo e PS rejeitam "de forma clara a agenda da direita" em matéria Laboral, diz Silva Pereira

Lisboa, 16 fev (Lusa)

O ministro da Presidência disse hoje rejeitar a “agenda da direita” em matéria laboral, como a liberalização e o aprofundamento da precariedade do mercado de trabalho, enquanto o PCP prometeu a luta dos trabalhadores contra as políticas do Executivo.

O Executivo e o PS recusam “de forma clara a agenda da direita, de liberalização do mercado de trabalho, de eliminação da proibição do despedimento sem justa causa e precarização quase obrigatória do mercado de trabalho”, afirmou o ministro Pedro Silva Pereira, no encerramento da interpelação ao Governo sobre legislação laboral, marcada pelo PCP.

Silva Pereira criticou “a posição da esquerda conservadora e radicalmente conservadora, sempre imune à realidade”, para quem, sustentou, não deve haver “nenhuma flexibilidade, nenhuma adaptabilidade”, afirmando que sem estas medidas “não teria sido possível salvar muitas empresas e postos de trabalho”.

O CDS tem uma agenda “exclusivamente populista, apenas feita de benefícios fiscais e de apoios do Estado”, enquanto o PSD “aproveita a oportunidade para propor o recuo do Estado e uma liberalização do mercado de trabalho”.

“É extraordinário que, perante esta agenda da direita, o PCP venha aqui mais uma vez insistir que não consegue ver diferenças entre essa agenda e a do PS e do Governo”,
salientou o ministro.

O Governo, acrescentou, propôs à concertação social “medidas pontuais para melhorar os nossos indicadores quanto à rigidez do mercado de trabalho, com salvaguarda dos direitos essenciais do trabalhadores e alinhando pontualmente a legislação portuguesa pelas regras mais avançadas da Europa, designadamente quanto às indemnizações em caso de despedimentos legais”.

Medidas a aplicar para o futuro, “sem afetar a situação dos atuais trabalhadores contratados”, referiu Silva Pereira.

Antes, o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, rejeitou a ideia de que o Governo está contra a eliminação da proibição do despedimento sem justa causa e afirmou que este já existe, “para todos os trabalhadores precários, em particular os jovens”.

Os jovens que, “de cada vez que ouvem o primeiro-ministro a falar de estabilidade governativa sabem que ele está a falar da instabilidade das suas vidas”, afirmou o deputado comunista.

Para o PCP, não há oposição entre “direitos e interesses dos trabalhadores jovens e dos menos jovens, nem entre os que têm contrato de trabalho e os precários: a estabilidade que não querem dar a uns é a mesma que querem tirar a outros”.

Bernardino Soares sustentou que “os recibos verdes estão hoje instituídos como uma verdadeira praga social, que o Governo incentiva e legitima”, acusando o Executivo socialista de querer “alargar e perpetuar no futuro para todos a precariedade”.

“Diz a senhora ministra [do Trabalho] que o Governo não está a dormir. Dorme com um olho aberto para a reivindicação do patronato e um olho sempre fechado para os direitos dos trabalhadores”, que, sublinhou, “vão lutar contra esta política e derrotá-la”.


JH/Lusa

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Francisco Louçã, ou do verbalismo radical até à doença infantil do bloquismo

É mesmo o que apetece começar por dizer, a propósito da insensata deriva oportunista dos dirigentes do BE quando anunciam, à distância de um mês, uma “jacquerie” teatreira para o Hemiciclo de S.Bento. Quando, além do mais ousam fazê-lo como se de edital se tratasse e publicasse no decurso de um debate com o 1ºministro.
A consequência e a coerência do património de atitudes dos dirigentes do BE tem, forçosamente, de andar muito por baixo para se consentirem agir em conformidade com o que dias antes criticavam ao PCP. Ou melhor, na disputa dos restos da esquerda parece que, para alguns, pode valer tudo quando se trate de confronto por proeminências, em claro sinal de que a irresponsabilidade já não se deixa perturbar com o peso do ideológico e que vale tudo, mesmo rastejado, para chegar à meta antes do concorrente mais próximo.
Como alguém já disse, Francisco Louçã e o seu “inner circle” não estiveram à altura de saber digerir com sageza a derrota das presidenciais. Mal habituados a derrotas, pensando que os crescimentos e sucessos partidários são uma interminável colina ascendente, os bloquistas, face ao primeiro grande revés, assobiaram contra o vento e buscaram a saída tática que lhes desse alento e oportunidade de continuarem na primeira fila do benefício das pantalhas mediáticas. Ledo engano e pura estultícia. Óbvio se mostra que, desta vez, a opinião pública e a publicada já não perdoam mais grosserias irresponsáveis, sem tino e sem sentido político.
O generalizado clamor contra a proposta do BE assenta em muito na sua irrelevância política e na sua falta de real objecto. Por mais duro que seja o conteúdo frásico da anunciada moção, a verdade é que não passará de mais um discurso, contra o governo e contra a direita, assevera Pureza, mas, mesmo assim, nada mais que um texto proclamatório.
Ora brincar às moções de censura sem efeito prático, é tão inútil como Louçã apodou idêntica ideia, oriunda do PCP. Tão só dois dias antes de anunciar, de forma lapidar, a sua moção de censura, a um mês de vista…
Tais atitudes estultas e ocas de conteúdo costumam ser apresentadas como “case study” em qualquer manual de ciência política e habitualmente catalogadas como o paradigma do verbalismo radical de tendência oportunista.
Foi por aí que o BE, irresponsavelmente, optou, mesmo expondo-se, ou abrindo caminho, a futuras soluções que poderão conduzir a direita pura e dura aos corredores do poder.
Que depois o BE, e o PCP, se também lhe fugir o pé para a chinela do radicalismo verbalista, se não queixem sobre o leite azedo e derramado de um eventual governo de direita que destrua tudo o que se veio logrando em matéria de igualdade de direitos, de costumes ou de práticas de natureza social, educacional e de garantias em matérias de direitos laborais, para abordar tão só algumas das conquistas dos últimos 6 anos.
A moção de censura do Bloco de Esquerda é provavelmente o maior “flop” político da esquerda radical, desde que logrou entrar por direito próprio e constituir grupo parlamentar no Parlamento.
O BE salivou e escorregou na sofreguidão de se ver antecipado por uma simples “ideia abstrata” do PCP e ainda nem sequer o quis admitir.
Os seus eleitores e militantes mostram-se severamente dececionados. O país em nada beneficia com a inabilidade política do BE, e se o PSD demorar muitos dias a cortar as vazas às imponderações bloquistas, o país continuará a ser fustigado pela dúvida dos mercados.
O BE não tinha necessidade de ser tão comezinho e vulgar do ponto de vista tático. Teve uma recidiva na doença infantil do verbalismo radical. Que recupere depressa da recaída, antes que o seu eleitorado e os seus militantes se lembrem de um partido que dava pelo nome de PRD.

Osvaldo Castro

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Edith Piaf, "La Vie en Rose"

Egito, Exército dissolve o Parlamento e suspende a Constituição

Manifestante abraça emocionado um militar egípcio na Praça Tahrir(da Libertação)

"O conselho militar no poder no Egito anunciou hoje, domingo, a dissolução do Parlamento e a suspensão da Constituição e afirmou que o período de transição política será de seis meses, segundo um comunicado.

No texto, os militares para quem Hosni Mubarak transferiu o poder quando renunciou à presidência, há dois dias, afirmam que vão dirigir o país durante seis meses ou até que seja possível realizar eleições presidenciais e legislativas.

O exército informou também que vai criar uma comissão para emendar a Constituição e organizar um referendo sobre as futuras emendas."
DN online/Lusa

Sócrates acusa PSD de fazer depender o país de moção de partido radical

Kurt Weil e Bertolt Brecht-"Ascensão e Queda da cidade de Mahagonny-Alabama


Michal Saphira interpreta.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Exército egípcio promete transição para "poder civil eleito"

Os militares egípcios prometeram uma “transição pacífica” para um “poder civil eleito”. O Conselho Superior das Forças Armadas, a quem o ex-Presidente Hosni Mubarak cedeu o poder, garantiu ainda que no período de transição, a nova autoridade vai “respeitar todos os tratados”, algo que preocupava Israel.

Vitorino, "Queda do Império"

A Festa Egípcia pela saída de Mubarak...


... "O Povo Saiu à Rua Num Dia Assim..." - diria Zeca Afonso... e bem!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Cairo festeja queda de Hosni Mubarak



Revolta social no Egipto
Cairo festeja queda de Hosni Mubarak
por LUÍS NAVES
in Diário de Notícias On-Line, www.dn.pt

Fotografia © Dylan Martinez - Reuters



Hosni Mubarak abandonou a presidência egípcia, após 31 anos no poder. A sua saída foi confirmada pelo vice-presidente Omar Suleiman, cujo abandono é também reclamado pelos manifestantes. Ao ouvirem o anúncio da queda do regime, centenas de milhares de pessoas festejaram ruidosamente no Cairo, agitando bandeiras egípcias e dançando nas ruas.

Mubarak queria garantir uma saída honrosa e falou ontem ao povo. Mas a sua recusa em abandonar o poder enraiveceu os egípcios, fazendo aumentar os protestos. O destino do líder egípcio já parecia traçado ontem, sendo claro que a Casa Branca e os militares queriam a sua saída, a única forma de iniciar a transição política.

O Alto Conselho Militar que agora está no poder é chefiado pelo ministro da defesa egípcio Mohamed Hussein Tantawi, militar desde 1956.

Os manifestantes exigem também a saída do vice-presidente Omar Suleiman, que antes dos protestos era o chefe dos serviços secretos.

Opositor El Baradei saúda demissão de Mubarak como o dia mais feliz da sua vida

Cairo, 11 fev (Lusa)


"Este é melhor dia da minha vida, o país foi libertado", afirmou hoje o opositor egípcio Mohamed ElBaradei após o anúncio da demissão do Presidente Hosni Mubarak.

ElBaradei, que falou à agência noticiosa norte-americana AP, disse esperar uma "bela transição".

Mubarak demitiu-se da presidência e entregou o poder ao exército, anunciou hoje o vice-presidente egípcio, Omar Suleiman.

Maria de Deus Rodrigues (LUSA)

"O Discurso do Rei", trailer

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

PS desafia oposição a esclarecer rapidamente sentido de voto face à moção de censura do BE

Lisboa, 10 fev (Lusa)

O PS desafiou hoje todas as oposições, especialmente o PSD, a esclarecerem nos próximos dias como votarão a moção de censura, advertindo que Portugal não pode viver um mês em “insegurança” e em situação política “pantanosa”.

A posição foi transmitida em conferência de imprensa pelo líder parlamentar do PS, Francisco Assis, depois de o Bloco de Esquerda ter anunciado para 10 de março uma moção de censura ao Governo.

“Na intervenção em que anunciou a moção de censura, o deputado [do Bloco de Esquerda] Francisco Louçã foi muito claro sobre os fundamentos desta iniciativa” e todos os partidos já conhecem esses fundamentos. O país não pode viver um mês num estado de pré-instabilidade política, de insegurança do ponto de vista político e é preciso que o mais rapidamente possível se faça uma clarificação política por parte de todos as forças parlamentares sobre o sentido de voto que vão adotar”, declarou Francisco Assis.

Segundo o presidente do Grupo Parlamentar do PS, Portugal “não pode viver um mês pantanoso”, razão pela qual “é necessária uma clarificação absoluta da situação”.

“O PS nada teme e naturalmente votará contra esta moção de censura irresponsável. Lançamos o repto a todos os grupos parlamentares para que no mais curto prazo de tempo clarifiquem a sua posição face à moção de censura do Bloco de Esquerda. Não colhe o argumento de que estão à espera de que conhecer o texto literal da moção de censura pela razão simples de que os motivos subjacentes foram hoje claramente apresentados em debate parlamentar”, argumentou o presidente da bancada socialista.

De acordo com Assis, se o país vivesse agora um mês de incerteza sobre o futuro do Governo, estaria “contaminado o debate político, prejudicando a ação do executivo para salvaguardar os interesses do país dos pontos de vista económico e financeiro”.

“O Bloco de Esquerda colocou-se do lado da instabilidade e nós queremos saber de que lado estão os outros grupos parlamentares”,
sustentou.

Francisco Assis referiu depois que ainda hoje, em declarações públicas, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, avisou que o país “não pode viver de 15 em 15 dias sob ameaça de crise política”.

“O país não pode viver um longo mês sob suspeita de crise política. E é evidente que o PSD é um partido com especiais responsabilidades na vida política portuguesa”,
apontou Assis.

Para o presidente do Grupo Parlamentar do PS, do PSD “um grande partido, espera-se sentido de responsabilidade”.

“Mas o nosso repto dirige-se a todos os grupos parlamentares”, acrescentou.

PMF /Lusa

Ministro da Presidência diz ser "absolutamente lamentável" que PSD insista em "campanha permanente contra o país"

Lisboa, 10 fev (Lusa)

O ministro da Presidência considerou hoje “absolutamente lamentável” que o líder do PSD insista em declarações de “campanha permanente contra o país”, sublinhando que os portugueses esperam que os políticos se concentrem nos esforços que estão a ser feitos.

“O Governo considera absolutamente lamentável que o líder do maior partido da oposição insista nesta declarações de campanha permanente contra o país no estrangeiro”, afirmou o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, na conferência de imprensa realizada no final da reunião semanal do Conselho de Ministros.

Esta manhã em Paris, o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou que a liquidez de Portugal tem sido feita à custa de “taxas insustentáveis” com um “custo insuportável a médio e longo prazo”.

Referindo-se “às declarações negativas sobre a economia portuguesa e sobre o paísque Pedro Passos Coelho fez em Paris, Pedro Silva Pereira defendeu que, ao contrário do que fez o líder do maior partido da oposição, “do que o país precisa é de mensagens positivas, que sublinhem os resultados” que estão a ser alcançados e o esforço que os portugueses e as empresas estão a fazer.

“Isso corresponde à realidade das coisas e isso sim seria um contributo para o país poder vencer as suas dificuldades”,
frisou.

O ministro da Presidência referiu-se às declarações do líder do PSD a propósito de uma questão que lhe tinha sido colocada sobre o apelo feito pelo presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, aos deputados nacionais eleitos pela Madeira para que votem favoravelmente qualquer moção de censura ao Governo da República.

Sem responder diretamente a esse apelo, Pedro Silva Pereira sublinhou que os portugueses esperam dos agentes políticos que estejam à altura do momento e que se concentrem naquilo que o país precisa de fazer.

“A instabilidade, o permanente comentário sobre as crises políticas que vimos sobretudo do maior partido da oposição, do PSD, mas não só, também de outros partidos que se entretêm ciclicamente a especular sobre a instabilidade política em Portugal, esses comentários não ajudam o país”, sustentou.

Pelo contrário, acrescentou, esses comentários são aliás “o pior que se pode fazer para que Portugal consiga vencer esta situação e superar a crise”.

VAM/Lusa

Carlos do Carmo e Bernardo Sasseti, " O Sol"

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Passos Coelho promete ajoelhar perante os interesses das corporações

O líder do maior partido da oposição, por inexperiência ou nervoso miudinho, é useiro e vezeiro em dizer disparates, quer debaixo da pressão dos holofotes ou mesmo no remanso das entrevistas de jornalistas amigas. Desta vez foi ao Diário Económico, na passada semana.
Face a perguntas, um tanto simplórias, Passos Coelho não soube dizer melhor que é preciso “criar condições para que as reformas se façam. Se não, cairemos num maniqueísmo de achar que o Estado tem de fazer reformas contra as corporações, contra os médicos, os polícias, os professores…É um absurdo, ninguém muda a sociedade contra a sociedade!”.Tal resposta vale por dizer, preto no branco, que o líder do PSD e eventual candidato a primeiro-ministro, se lá chegasse, faria apenas as reformas que os interesses corporativos das diversas profissões lho permitissem. A isto chama-se “pôr-se de cócoras” perante os interesses organizados das corporações mais poderosas e sempre em detrimento dos reais interesses do Estado e daqueles, que são milhões, que não dispõem de força organizada para impor o seu ponto de vista.
Numa democracia um pouco mais exigente, tal declaração, somada aos dislates que também enuncia sobre a justiça, entre outras pérolas, constituiria, desde logo, facto impeditivo e grave, bem susceptível de garantir o clamor envergonhado dos seus correligionários. O mesmo é dizer que Passos Coelho, a continuar por esta senda tortuosa de declarações asnáticas, bem que poderá contar com a dúvida, cada vez mais reiterada, sobre a sua viabilidade para a disputa eleitoral, por parte do seu “inner circle” e por parte do seu partido.
Considerar, como ele o sublinhou, que fazer “reformas contra as corporações é um absurdo” é não ter ainda entendido que o país já vai há mais de dez anos no século vinte e um e que se debate com a crise mais grave dos últimos oitenta anos.
O mesmo é dizer que a Passos Coelho sempre faltaria a coragem e a determinação que o actual primeiro-ministro tem posto na defesa e concretização da execução orçamental, e com os resultados de 2010 em linha com o exigível, o que surpreendeu muitos dos seus incrédulos detratores.
É também pela leviandade declaratória do líder do PSD que não se compreende como se podem compaginar as declarações já mencionadas com aquelas outras em que Passos Coelho vocifera pelo encerramento das empresas públicas que dão prejuízo, mesmo quando prestam serviços de natureza social inquestionável. Encerrar empresas, como as de transportes, por exemplo, com o cortejo de despedimentos que implicaria ou acabar com os passes sociais, só pode revelar o vezo de radicalismo liberal que se apossa do novel líder do PSD quando olvida o peso das corporações que diz não querer afrontar. Balelas, portanto!
E de igual modo se não congraçam as declarações mencionadas, com a fúria privatizadora que Passos Coelho frequentemente revela. Ou melhor, nesse caso, as corporações patronais sempre o acompanhariam, mas os interesses organizados dos Sindicatos, obviamente, que reagirão em defesa dos interesses dos seus associados, o que vale por dizer que Passos Coelho, no seu afã de não afrontamento, acompanha os interesses dos primeiros, ou cede às reivindicações dos trabalhadores? O líder do PSD pensou detida e detalhadamente nas verdadeiras consequências do que afirmou ao Económico, ou fez apenas um número de demagogia rasteira?
Creio poder asseverar-se que à semelhança da revisão constitucional, Passos Coelho deve pensar antes de disparar declarações incompagináveis com a sensatez e o grau de preparação de quem ambiciona ser primeiro-ministro. É que ninguém esquece que sob a sua liderança, o PSD apresentou e bate-se por uma agenda ultra-liberal em matéria de revisão constitucional, que põe em causa a garantia constitucional dos despedimentos com justa causa e o princípio geral de gratuitidade do Serviço Nacional de Saúde, para além de pretender pôr fim à missão do Estado de assegurar uma rede pública de educação.
Tudo coisas por demais gravosas e violentadoras dos princípios inscritos na Constituição e que por banda do Partido Socialista serão obviamente rejeitadas, especialmente por colocarem em questão a dignidade pessoal e a estabilidade social dos cidadãos mais desfavorecidos e desprotegidos do nosso país.
O que vale por dizer que, se Passos Coelho quer ajoelhar perante os interesses das corporações, particularmente num período exigente de crise global, tal só significa que não está preparado para enfrentar as complexidades e as exigências que a direção política do país impõem.
A prosseguir por tão tortuosos caminhos, Passos Coelho não dá as garantias suficientes para defender os reais interesses nacionais. É isso que os portugueses poderão ter de avaliar.


Osvaldo Castro

domingo, 6 de fevereiro de 2011

"Menina dos Olhos Tristes",Adriano.... Porque a Guerra Colonial começou há 50 anos!


Poema de Reinaldo Ferreira,Música de Zeca Afonso,aqui cantada por Adriano Correia de Oliveira.
Tratava-se de um Hino de Revolta que se cantava, antes do 25 de Abril, em coro, em manifestações,nas Universidades, nos Quartéis...sempre que se podia...como desafio aos sicários do fascismo e como alerta ao povo português, cujos filhos estavam a ser sacrificados numa guerra injusta e de opressão.

Andy Garcia, "A Las 5 de la Tarde"


Federico Garcia Lorca,"Pranto por Ignacio Sanchez Mejias"

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Porque Sócrates falou, com muita oportunidade, sobre o PSD e do seu "Samba de uma nota só"...


"Samba de uma Nota Só", António Carlos Jobim

"Não haverá despedimentos na função pública",diz José Sócrates

Lisboa, 05 fev (Lusa)

O secretário-geral do PS e primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou hoje que "não haverá despedimentos na função pública", alegando que essa medida e as privatizações são a base da "agenda liberal" do PSD.

No encerramento de uma Convenção da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, num hotel de Lisboa, na qualidade de secretário-geral dos socialistas, José Sócrates referiu-se às jornadas parlamentares do PSD que se realizaram na segunda e terça-feira.

"O que é que se ouve? Sempre as mesmas duas coisas. Por um lado, a ideia de despedimentos na função pública. É esta a agenda deles. Claro, depois passam toda a semana a explicar que não é bem assim porque temem essa impopularidade, mas é isso que está na cabeça deles, é a ideia de que deve haver despedimentos na função pública", alegou José Sócrates.

"Pois não haverá despedimentos na função pública e o Governo fará o seu dever pondo as contas públicas em ordem sem recorrer a essa agenda liberal de despedir pessoas na Administração Pública", afirmou.

Segundo José Sócrates, a agenda do PSD inclui uma segunda ideia, "a ideia de que se deve privatizar".

"Eu acho até que é um programa de uma nota só, como na canção brasileira 'Samba de uma nota só'. A qualquer problema responde-se com um verbo: pri-va-ti-zar", disse pausadamente, acusando o PSD de querer privatizar os setores da Saúde e da Educação.

"E também as empresas de transporte. E até devemos acabar com os passes sociais. Esta é a agenda da direita portuguesa, é a agenda liberal, de radicalismo liberal que é próprio do FMI", reforçou.

IEL/Lusa

Centro direita será "penalizado" pelos eleitores se provocar crise política antes de 2013, diz Silva Pereira

Porto, 05 fev (Lusa)

O ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, alertou hoje os “partidos do centro direita” que, se provocarem uma crise política antes de 2013, correm “um risco político sério” e serão “penalizados” pelos eleitores.

Falando perante uma plateia de várias dezenas de militantes socialistas da Área Metropolitana do Porto, Silva Pereira apontou “três factos políticos” que marcaram pela positiva o início de 2011 e que penalizarão quem tentar precipitar eleições legislativas: os “bons resultados” na execução orçamental de 2010, o facto de as emissões de dívida pública “contrariarem as previsões mais pessimistas” e a circunstância de as eleições presidenciais “não terem lançado uma onda de direita que anunciasse um novo ciclo político”.

“Estes três factos políticos são tudo indicadores de que o cenário de uma crise política é um risco não apenas evidentemente para o país (que precisa de estabilidade política), mas também um risco político sério para os partidos do centro direita, na medida em que uma crise política inconveniente antes do final da legislatura significa uma penalização que os eleitores não deixarão de fazer em relação a esses partidos
”, sustentou o ministro.

Para Silva Pereira, “se o centro direita se quer constituir como alternativa política tem que pedalar a sua própria bicicleta” e o facto é que “ainda tem muito que pedalar para se poder apresentar como uma alternativa credível que os portugueses possam reconhecer”.

A este propósito, o ministro da Presidência lamentou que, à direita, apenas se veja “a multiplicação de cenários de crise política” para 2011, numa atitude que classificou como sendo “quase um terrorismo” político.

“Parece que o grande tema da direita é saber se a crise política deve ser provocada antes ou depois do orçamento para 2012 e quais são as condições que deve pôr em cima da mesa para haver ou não uma crise política, e aí a criatividade é imensa”, criticou.

Por outro lado, Silva Pereira denunciou “uma grande ausência de alternativas da parte da direita, que se pretende constituir em alternativa sem apresentar propostas ou soluções para os problemas do país”.

Apesar das poucas propostas da direita que diz serem conhecidas, o ministro sustenta que “a alternativa que se desenha é muito clara em alguns aspetos essenciais”.

Para isso, disse, “basta olhar para os três sinais muito fortes da agenda da direita: o projeto de revisão constitucional do PSD (fim da justa causa como garantia constitucional a propósito dos despedimentos, fim da gratuitidade como princípio geral do Serviço Nacional de Saúde e fim da missão do Estado de assegurar uma rede pública de educação) e as propostas de Passos Coelho de extinção das empresas públicas deficitárias e de cortes nos passes sociais”.

Uma “agenda” que considerou “perigosa, liberal e muito irrefletida e impensada” e “contra a qual o PS pode e deve bater-se”.

PD/Lusa

Goya, "Inquisição"