sexta-feira, 30 de abril de 2010

Tiro e Queda, por Carlos Anjos

Haja lucidez

Nas relações entre a Justiça e a Política, é o momento de alguém com responsabilidades impor uma paragem, fazer um ponto de ordem.

Importa compreender que um Inquérito Parlamentar corre numa comissão na Assembleia da República e apura-se unicamente responsabilidades políticas. Se se apurar outro tipo de responsabilidades comunicam--se ao MP ou à PJ. Já um inquérito-crime corre nos tribunais e apuram-se responsabilidades criminais. Este facto é uma das bases da separação de poderes.

Se existem dúvidas sobre questões criminais quanto ao comportamento de um determinado cidadão, independentemente de quem seja, do lugar que ocupa ou desempenhe, abra-se um processo--crime. Se as dúvidas são de natureza política, então o combate deve ser apenas político. Querer colocar a Justiça ao serviço do combate político, servir-se de magistrados e polícias para a luta política, pode ser tentador, mas é um erro colossal.

Os acusadores de hoje serão os acusados de amanhã, não tenham dúvidas disso. Tenhamos pois a decência de não politizar a justiça mais do que ela já está. É uma questão de regime. Chegou o momento de pararmos para pensar; a bem da política, da justiça e de Portugal.


Carlos Anjos, Conselheiro da ASFIC ( Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal)


(Com a devida vénia ao "Correio da Manhã", onde foi publicado, em 30/4/2010, e ao Autor)

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Um link inevitável e quase-freudiano...

Ele há coisas demasiado complexas que, sem querer, se tornam simples...É ver o que dizem o Mainstreet e o Câmara Corporativa. A Dra Manuela,sim, mas também o Dr José Eduardo Moniz tropeçaram nas suas "inabaláveis" convicções.
Estribados na fé...provavelmente "mentiram"... e confundiram os desejos com a realidade ou, no caso do Moniz, a concupiscência

quarta-feira, 28 de abril de 2010

A mão visível dos especuladores ataca,Standard & Poor em ofensiva contra Espanha


A seguir à Grécia e a Portugal, hoje foi o dia da vizinha Espanha...Há especuladores que dos países mediterrânicos... só querem o sol e "meter a mão na massa", por menor credibilidade e autoridade económica e moral que possuam, como é o caso.

Crise Financeira: PSD assegura "quadro de estabilidade" para cumprimento dos compromissos de Portugal

Lisboa, 28 abr (Lusa) -
O presidente do PSD afirmou hoje que o seu partido vai cooperar com o Governo, assegurando "um quadro de estabilidade" para o cumprimento dos compromissos de redução do défice e da dívida assumidos por Portugal.

Pedro Passos Coelho falava aos jornalistas no final de um encontro com o primeiro ministro, José Sócrates, em São Bento, que se destinou a discutir medidas para reduzir o défice orçamental e responder à classificação da dívida portuguesa pelas agências financeiras e à subida dos juros das obrigações portuguesas.

"Quaisquer que sejam as diferenças políticas - e elas existem, como é patente - entre PSD e PS, essas diferenças não nos impedirão de oferecer a Portugal um quadro de estabilidade para os nossos compromissos internacionais no que respeita à matéria de estabilização financeira. Esta é a principal mensagem que gostaria de deixar aqui hoje", declarou.

"Não se conte com falta de condições em Portugal para que estes objetivos orçamentais venham a ser atingidos. Faremos o que estiver ao nosso alcance e o que se revelar necessário para que o país, de acordo com as medidas que o Governo entende serem mais prioritárias, possa ver cumpridos os seus objetivos internacionais", prometeu.

Antes, o presidente do PSD referiu que o primeiro ministro lhe transmitiu "a intenção do Governo em antecipar várias das medidas que tinha previsto no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) que estavam inicialmente previstas apenas para 2011 mas cuja aplicação, nesta altura em particular, no entender do Governo, deve ser antecipada para 2010".

"E eu transmiti ao senhor primeiro ministro a disponibilidade do PSD para, neste momento em que precisamos de dar uma resposta pronta de confiança e de tranquilidade aos mercados, não deixar nenhuma dúvida da nossa disponibilidade para que essas medidas possam entrar em vigor mais rapidamente", acrescentou.

Passos Coelho reiterou que o PSD se manifestou disponível "para acompanhar de muito perto toda esta situação nas próximas semanas e cooperar com o Governo" para que sejam adotadas "todas as medidas que se revelem necessárias para inverter a atual situação de desconfiança que se gerou, quer sobre a dívida soberana portuguesa, quer sobre o euro".

Segundo Passos Coelho, o primeiro ministro manifestou "abertura também para considerar medidas de reforço do PEC que se venham a revelar necessárias" para que em 2013 Portugal tenha,"de facto, um défice inferior a três por cento.

Não houve direito a perguntas por parte da comunicação social no final do encontro.

Na sua declaração de cerca de quatro minutos, o presidente do PSD referiu quatro vezes a palavra "disponibilidade", afirmando aos mercados internacionais e a todos os portugueses que os sociais democratas vão "colocar o interesse do país acima de tudo".

O presidente do PSD fez questão de assinalar "o espírito de grande cordialidade e de cooperação que o primeiro ministro demonstrou nesta reunião".



IEL/Lusa
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Crise financeira: Sócrates elogia sentido de responsabilidade de Pedro Passos Coelho




Lisboa, 28 abr (Lusa) -
O primeiro ministro elogiou hoje "o sentido de responsabilidade" do presidente do PSD na atual situação de instabilidade financeira, dizendo que o diálogo entre Governo e sociais democratas dá sinais de confiança ao país e aos mercados internacionais.

"Quero deixar uma palavra pessoal ao dr. Passos Coelho para dizer que, do ponto de vista pessoal, muito apreciei a sua atitude de responsabilidade num momento destes", afirmou José Sócrates no final de uma reunião de hora e meia com o líder do PSD em São Bento.

No final da reunião, que durou cerca de hora e meia, o primeiro ministro afirmou que o diálogo entre Governo e PSD "é da maior importância para dar um sinal de confiança para o país e para os mercados internacionais".

"Este é um país que cumpre os seus compromissos e um país que nunca desistiu da sua credibilidade internacional", disse.

Para José Sócrates, na sequência da sua conversa com o líder do maior partido da oposição, o país "ficou a saber que em matéria de compromissos internacionais o Governo e o PSD não desistem de trabalhar em conjunto".

Na sua declaração aos jornalistas, que antecedeu a do presidente do PSD, o primeiro ministro salientou também que o Governo "está absolutamente determinado a fazer tudo o que deve fazer para responder à situação internacional".

"O Governo está disponível para fazer tudo o que for necessário e que resultar da evolução da situação. O mais importante é que os objetivos do PEC sejam cumpridos", salientou.

Em relação às propostas já apresentadas pelo PSD para cortar na despesa e consolidar as finanças públicas, o primeiro ministro deu um sinal de abertura, frisando que o executivo "está muito disponível para considerá-las e ouvi-las", assim como outras propostas provenientes de "outros partidos".


PMF /Lusa
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***


sábado, 24 de abril de 2010

Músicas de Abril (9), E depois do adeus, Paulo de Carvalho...uma das senhas

Músicas de Abril(8), Balada de Outono, Zeca Afonso



Zeca Afonso, ao vivo, no Coliseu de Lisboa, 29 de Janeiro de 1983...Foi o último Concerto...Nesta Balada de Outono Zeca insiste dolorosamente num verso que significa tudo na sua vida...Ouçam, por favor, "que eu não volto a cantar"
Comovente.Foi o Adeus de Zeca Afonso.


OC

domingo, 18 de abril de 2010

Carlos César sem dúvidas, PS vai apoiar Alegre

Carlos César, presidente reeleito do PS nos Açores, reiterou aos jornalistas, no fim do Congresso Regional, que contou com a presença do secretário-geral do PS, José Sócrates, a sua firme convicção de que o PS vai apoiar nas próximas eleições presidenciais o militante socialista, Manuel Alegre, tudo como melhor se pode ler no RTP on line, em colaboração com a LUSA.


OC

Link para "O grande Zoo", de Rui Namorado

Trata-se ainda do 17 de Abril de 1969. Um poema forte, intenso e que sintetiza em poucos versos a vida dos combates por causas. Rui Namorado,o autor, é, desde muito jovem, um poeta e um trabalhador das palavras com que povoou inúmeros momentos da Crise Académica de 1969, em Coimbra. Obrigado Rui !
Leiam-no aqui!


OC

sábado, 17 de abril de 2010

Músicas de Abril (4), Adriano canta Manuel Alegre

"A trova do vento que passa" terá sido provavelmente o canto colectivo mais presente nos diversos momentos da Crise Académica de 1969, em Coimbra.
Com a inapagável letra de Manuel Alegre, Adriano Correia de Oliveira inundou-a com voz de tenor sobre a música e a guitarra de António Portugal e/ou a viola do Rui Pato...e as vozes, "a capella", ou acompanhando o cantor, assumiam o tom robusto de uma juventude que preferia enfrentar os esbirros da ditadura que dobrar a cerviz perante os sicários do fascismo.
Sim, houve gente que resistiu e que sempre disse não...




Osvaldo Castro

A revolta estudantil de 17 de Abril, em Coimbra, já lá vão 41 anos

Em 17 de Abril de 1969,faz hoje 41 anos, os estudantes de Coimbra desencadearam uma luta académica que se prolongou até Novembro desse ano. "Luto"(eufemismo para greve) a aulas, posteriormente, a exames, com adesão de 86% dos estudantes,e encerramento da AAC pelo poder ditatorial da época.E muitos processos disciplinares e criminais contra os principais dirigentes e inúmeras prisões de jovens rapazes e raparigas... e, finalmente, incorporação compulsiva no exército(estávamos em plena guerra colonial) de 49 estudantes dos mais destacados.
Pela primeira vez no decurso do fascismo, o poder autoritário foi forçado a retroceder perante um movimento associativo estudantil.Caíu o Ministro da Educação(o inefável J. Hermano Saraiva), o Reitor e o Vice-Reitor da Universidade, e o governo da ditadura sentiu-se forçado a amnistiar e extinguir os processos desencadeados contra centenas de estudantes.
Na fotografia,o Vice-Presidente da Direcção-Geral da AAC,o subscritor deste "post", dava conta aos estudantes, da prisão, durante a madrugada de 17 de Abril, do Presidente da AAC,Alberto Martins, que ousara cumprir uma decisão estudantil, a de pedir para usar da palavra, em nome dos estudantes de Coimbra, perante o Chefe de Estado da ditadura, Américo Tomás...
Foi a confusão generalizada entre os altos dignitários do regime...
Aí começou o maior movimento de solidariedade e criatividade de jovens estudantes universitários, em Portugal...
Permitam-me recordar aqui a coragem de todos os estudantes de Coimbra que participaram nessa luta e não esquecer alguns dos principais dirigentes,além dos referenciados.Um abraço para a Fernanda Bernarda, Celso Cruzeiro, Matos Pereira, Gil Antunes, José Salvador, Rui Namorado,Strecht Ribeiro, Carlos Baptista, José Manuel Roupiço,Pio Abreu, Rui Pato,Décio Freitas,Luís Januário,Carlos Fraião,Isabel Pinto, Fernanda Campos,Guida Lucas, Filomena Delgado,Fátima Saraiva e os jovens Professores assistentes Avelãs Nunes, Correia Pinto, Vital Moreira e tantos outros que nunca esqueceremos.A nossa saudade sentida para os Profs. Orlando de Carvalho e Paulo Quintela, e também para António Portugal, Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira,Barros Moura, João Amaral,Sardo, Clara Antunes, Manuela Seiça Neves , Garcia Neto e outros que partiram cedo demais.


Osvaldo Castro


(adaptado e reactualizado a partir de um post publicado, em 17 de Abril de 2008, no Praça Stephens)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Músicas de Abril(2) "A morte saiu à rua", por Zeca Afonso



Zeca Afonso, em homenagem ao pintor e resistente antifascista, José Dias Coelho, morto a tiro pela PIDE(polícia política), à traição, nas ruas de Lisboa.


OC

Bruxelas deu aval ao PEC


Como melhor se pode ler no Público on line, pesem embora algumas habituais preocupações e recomendações de prudência, a verdade é que a Comissão Europeia deu o seu aval ao Programa de Estabilidade e Crescimento apresentado pelo governo português em Bruxelas.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Link Inevitável... ao "Banco Corrido", sobre a Grécia...


Os países do Euro aproveitaram o domingo para anunciar a garantia de um empréstimo à Grécia. A retórica é a politicamente correcta, pois não se trata de um subsídio mas de um empréstimo. A face grega também está salva, pois o Eurogrupo anunciou um apoio que a Grécia disse ainda não ter pedido. Mas o efeito prático é simples, os países vão fazer aquilo que proibiram nos tratados que o BCE fizesse, vão salvar a Grécia de uma crise (o famoso "bailout").....
OC

A ler outras Cartas...


Saída de Cartola: Uma corporação de notáveis, Rui Namorado, "O Grande Zoo";

Apoteose,Apocalipse ou Pôr do Sol em Carcavelos, MFerrer, "Homem ao Mar";

Quantas divisões tem o PSD?, Francisco Mendes da Silva, "31 da Armada";

Republicans ans Reforms, Paulo Pedroso, "O Banco Corrido";

Katyn, 70 anos depois, nova tragédia, Raimundo Narciso, "Puxa Palavra";

A Acusação a Baltazar Garzón, José Carlos Pereira, "Incursões";

Da Água do Alqueva aos bloqueados caminhos...a sul, Ana Paula Fitas,"A Nossa Candeia"



Osvaldo Castro

sábado, 10 de abril de 2010

Todos os jornalistas dizem que o Congresso do PSD está morno,ou nem tanto, o Frasquilho quer baixar salários e pensões da função pública


Agora começa a perceber-se melhor a razão por que os apoiantes de Passos Coelho e Paulo Rangel não queriam que o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) fosse aprovado no Parlamento.
Afinal, queriam que fosse ainda mais duro e gravoso para os pensionistas e funcionários públicos. Até agora esconderam-no, mas hoje não resistiram... e trataram de encomendar a peça ao actual e futuro membro da direcção parlamentar, Miguel Frasquilho.
OC

Saudades de um Amigo, Adriano Correia de Oliveira



Teria feito 68 anos em 9 de Abril...e partiu tão cedo.

Osvaldo Castro

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Ciganos: Conselho da Europa recomenda a Portugal medidas de combate à discriminação, que está a aumentar

Lisboa, 08 abr (Lusa)
"A situação das comunidades ciganas em Portugal tem-se agravado nos últimos anos, assumindo contornos particularmente preocupantes no acesso à habitação, emprego, bens e serviços, revela um relatório europeu, que recomenda às autoridades portuguesas medidas efetivas de combate à discriminação.
O terceiro relatório sobre Portugal elaborado pela Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (ECRI), relativo aos ciganos, conclui que estes são vítimas de exclusão no que respeita à habitação, emprego, bens e serviços, no acesso à educação das crianças e na relação com as autoridades e forças da ordem.
A Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância é o orgão do Conselho da Europa para o combate ao racismo, xenofobia, anti-semitismo e intolerância.
Apresentado hoje em Lisboa por Fernando Ramos, membro da ECRI para Portugal, o relatório recomenda "vivamente" às autoridades portuguesas que, no que diz respeito à habitação - tida como o maior problema -, "se debrucem sobre as comunidades que vivem em situações precárias, para as realojar de maneira adequada".
Outra recomendação a Portugal relativamente à habitação é no sentido de serem investigadas as alegações de "comportamentos abusivos", como os "despejos arbitrários", e "tomadas as medidas necessárias para pôr fim a estas situações".
O relatório recomenda também a Portugal que ajude a comunidade cigana a encontrar emprego, proibindo condutas discriminatórias dos empregadores, que combata a discriminação no acesso a locais públicos, bens e serviços, defendendo a punição nos casos em que tal se verifique.
O acesso das crianças ciganas à Educação é outra das preocupações, uma vez que a taxa de abandono é "muito elevada".
O relatório reporta casos de "reações hostis" dos pais de outras crianças que recusam a partilha do mesmo espaço escolar dos seus filhos com alunos de etnia cigana.
Assim, aquele órgão do Conselho da Europa exorta as autoridades portuguesas a intensificar a frequência dos ciganos na escola, em particular raparigas, e a promover a cultura cigana junto de professores e alunos.
No que respeita aos alegados abusos das autoridades, Portugal deve deixar claro que não são toleráveis palavras de racismo contra estes cidadãos e deve "implementar meios de diálogo inter cultural".
Quanto às forças da ordem, a ECRI "exorta as autoridades a assegurar que as alegações de maus tratos contra ciganos sejam objeto de investigação aprofundada e os autores levados a responder perante a Justiça".
"O relatório conclui pela necessidade de uma estratégia nacional para lutar contra a exclusão social das comunidades ciganas, que resulta da indiferença mútua e exclusão que levam os ciganos a fecharem-se em si mesmos e a não participarem na vida pública e política", afirmou Fernando Ramos.
Segundo o mesmo responsável, apesar de já terem sido tomadas algumas medidas positivas, ainda "são muito insuficientes".
O relatório considera, por isso, "deplorável" a ausência de uma estratégia para proteger ciganos que são portugueses e, como tal, gozam dos mesmos direitos dos outros portugueses.
O Conselho da Europa, ao qual pertence a Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância, é uma organização internacional vocacionada para a defesa dos Direitos Humanos criada há cerca de 50 anos."

AL/LUSA

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Tribunal Constitucional não considerou inconstitucionais as normas relativas ao casamento de pessoas do mesmo sexo,suscitadas pelo PR


Tal como decorre da Nota de Imprensa publicada no seu site, o Tribunal Constitucional, com os votos favoráveis de 11 Conselheiros e os votos de vencido de 2 Conselheiros, considerou não padecerem de inconstitucionalidade as normas relativas ao casamento de pessoas do mesmo sexo que lhe foram submetidas pelo Presidente da República, para fiscalização preventiva, e constantes da Proposta de lei recentemente aprovada na Assembleia da República. O Acórdão nº 121/2010 e respectivas declarações de voto podem ser lidos aqui.

Comunicado de 8 de Abril de 2010

Nota

Acórdão nº 121/2010 Processo nº 192/2010 Relator: Conselheiro Vítor Gomes

Em sessão plenária de 8 de Abril de 2010, o Tribunal Constitucional decidiu, em processo de fiscalização preventiva da constitucionalidade requerida pelo Presidente da República, não se pronunciar pela inconstitucionalidade das normas do artigo 1.º, do artigo 2.º – este na medida em que altera a redacção dos artigos 1577.º, 1591.º e 1690.º, n.º 1 do Código Civil – do artigo 4.º e do artigo 5.º do Decreto n.º 9/XI, da Assembleia da República, que permite o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. O Tribunal concluiu que a iniciativa legislativa no sentido de permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo não viola a garantia institucional do casamento, considerando que a mesma não tem por efeito denegar a qualquer pessoa ou restringir o direito fundamental a contrair (ou a não contrair) casamento, que o núcleo essencial da garantia constitucional do casamento não é franqueado pelo abandono da regra da diversidade de sexos entre os cônjuges e que a extensão do casamento a pessoas do mesmo sexo não contende com o reconhecimento e protecção da família como “elemento fundamental da sociedade”. Para assim concluir, o Tribunal não deixou de ponderar que, embora possa considerar-se que o casamento que a Constituição representou, tendo em conta a realidade social e o contexto jurídico em que emergiu, foi o casamento entre duas pessoas de sexo diferente, também pode seguramente concluir-se que não teve qualquer opção no sentido de proibir a evolução da instituição; que da configuração do direito a contrair casamento como direito fundamental resulta que o legislador não pode suprimir do ordenamento jurídico o casamento, enquanto instituto jurídico destinado a regular as situações de comunhão de vida entre as pessoas, num reconhecimento da importância dessa forma básica de organização social; que a Constituição não define o perfil dos elementos constitutivos do instituto a que o n.º 1 do artigo 36.º se refere, relegando no n.º 2 do mesmo preceito para o legislador a incumbência de manter a necessária conexão entre Direito e realidade social; e que o conceito constitucional de casamento é um conceito aberto, que admite não só diversas conformações legislativas, mas também diversas concepções políticas, éticas ou sociais, sendo confiada ao legislador ordinário a tarefa de, em cada momento histórico, apreender e verter no ordenamento aquilo que nesse momento corresponda às concepções dominantes. Votaram favoravelmente a decisão os Conselheiros Vítor Gomes (relator), Ana Maria Guerra Martins (com declaração), o Conselheiro Vice-Presidente Gil Galvão (com declaração), os Conselheiros Maria Lúcia Amaral (com declaração), Catarina Sarmento e Castro (com declaração), Carlos Cadilha, Maria João Antunes (com declaração), Pamplona de Oliveira, João Cura Mariano (com declaração), Joaquim Sousa Ribeiro e o Conselheiro Presidente Rui Moura Ramos (com declaração).

Votaram vencidos os Conselheiros José Borges Soeiro e Benjamim Rodrigues.

Lisboa, 8 de Abril de 2010

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A dar música ao "Crónicas do Rochedo"... Carlos Gardel



A crer nos últimos posts do Carlos Barbosa de Oliveira no "Crónicas do Rochedo", creio que o meu agradecimento pela distinção que fez à "Carta a Garcia",poderá ajudar a matar as suas saudades das belas cidades latinoamericanas e de Buenos Aires, pois claro.
Aqui fica o imortal Carlos Gardel e "Caminito".
Com amizade,

Osvaldo Castro

terça-feira, 6 de abril de 2010

Pais do Amaral diz que TVI funcionou como plataforma para derrubar Santana Lopes

Lisboa, 06 abr (Lusa)
"O ex-presidente da Media Capital afirmou hoje que a TVI funcionou como plataforma para derrubar o Governo liderado por Pedro Santana Lopes apesar de ter chamado a atenção da direção de José Eduardo Moniz.
"Houve efetivamente um período em que a TVI tomou um conjunto de posições que se desviaram da linha de isenção e de credibilidade que eram apanágio da estação", referiu Miguel Pais do Amaral à margem da audição na comissão parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura.
Segundo referiu aos jornalistas, isso aconteceu "durante o Governo de Santana Lopes", tendo "a TVI funcionado como plataforma para derrube desse Governo".
Pais do Amaral adiantou que, nessa altura, teve "várias vezes de chamar a atenção do diretor geral e diretor de informação [José Eduardo Moniz, dizendo-lhe] que uma televisão não existe para derrubar governos, existe para informar o público".
Questionado sobre se a campanha para derrubar o Governo de Santana Lopes estaria a ser liderada por José Eduardo Moniz, Pais do Amaral respondeu "não ter dúvidas" sobre isso.
O empresário referiu ainda que os factos que hoje relatou sucederam na mesma altura do "caso Marcelo".
O comentador político decidiu abandonar a TVI perante um alegado ultimato que lhe terá sido feito por Pais do Amaral, na altura presidente da Media Capital, empresa detentora da estação de Queluz.
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou na altura que Pais do Amaral lhe impôs um prazo para que repensasse o teor das suas intervenções nas edições de domingo no "Jornal Nacional", já que era "inaceitável que houvesse uma informação e uma opinião sistematicamente anti-governamental na TVI".
Questionado pelos deputados da comissão parlamentar sobre um caso referido por Moniz na mesma comissão e que remonta a 2001 a propósito de uma reportagem em Évora, Pais do Amaral disse que essa conversa tem apenas uma parte de verdade.
Moniz disse no inicio de março que José Sócrates tentou intervir na informação da estação enquanto ainda era ministro do Ambiente, tendo sido apoiado pelo então presidente do grupo.
Segundo José Eduardo Moniz, além do desagrado manifestado por Sócrates à jornalista, também Pais do Amaral o chamou para lhe comunicar que considerava a reportagem "exagerada" referindo ainda "não querer ter problemas como tinha tido no Independente".
Aos deputados, Pais do Amaral disse que essa conversa nada teve a ver com José Sócrates adiantando que "nem o conhecia na altura".
Contudo, confirmou que teve uma conversa com Eduardo Moniz indicando-lhe que apenas que não queria repetir a experiência do Independente.
"Queria que fosse uma estação apartidária, independente, credível e séria e que não tivesse como papel destruir ou construir governos", disse.
Já relativamente a Manuela Moura Guedes, o ex-presidente da Media Capital disse que a jornalista desvalorizava a TVI.
"O estilo de informação tabloide de Manuela Moura Guedes na minha opinião desvalorizava a TVI. Se deixasse de ser pivot isso era um valor acrescentado, não escondo que tentei que isso acontecesse mas não por qualquer pressão política", disse".

GC/JRS/LUSA

*** Este texto foi escrito ao abrigo do Acordo Ortográfico ***

Santos Silva diz que governo desconhecia negócio PT/TVI


Santos Silva, que foi na anterior legislatura o ministro responsável pela área da comunicação social, referiu hoje na Comissão de Ética, Sociedade e Cultura que o governo foi alheio a qualquer inciativa de negócio de aquisição da TVI pela PT, como se pode ler no DN online.

PGR Pinto Monteiro limita-se a cumprir a lei ao não enviar para o Parlamento documentos com escutas nulas

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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Recordar a sensibilidade de Mandela...ou relembrar Invictus,o filme



A propósito da situação explosiva que ocorre na República da África do Sul e a que o "Público"aqui dá o devido relevo, apetece relembrar e rever o cerne de "Invictus", o excelente filme de Clint Eastwood, com duas soberbas interpretações de Morgan Freeman e Matt Damon e que é um verdadeiro manual da sensibilidade política, um dicionário da tolerância e do saber conciliar o aparentemente inconciliável.
Nelson Mandela, talvez já muito cansado, provavelmente não poderá ajudar, mas que os dirigentes sul-africanos, pelo menos, se recordem do seu modo de fazer política e do seu sentido de Estado. Responder às provocações agressivas da extrema direita, é, no mínimo, não entender nada sobre a razão por que Mandela teve a paciência de esperar tantos anos pelo seu tempo em Robben Island.


Osvaldo Castro

sábado, 3 de abril de 2010

Em desafronta ao António Variações, ao lado de Camané e dos Humanos




Sim,desafronta da vergonha em que se consubstancia o acto de um obscuro "actor"(?) ,de nome Rui, num programa da SIC Radical, "Gente da minha Terra". Encontrei-o pela mão e olhos atentos da Ana Vidigal, no "Jugular"...
A SIC Radical,como ela sugere, bem pode "limpar as mãos à parede" e corar de vergonha pela obscenidade do acto do "menino" Rui que, além de homofóbico, é torturador de gatos, "enterrando-os vivos"...e se enterrassem o programa naquela zona dos tesourinhos deprimentes e provocatórios?
Quem se der ao trabalho de ver o minuto 26 do Programa, como a Ana Vidigal sugeriu, ficará mudo de espanto,mas revoltado, perante o reaccionarismo emperdenido de quem dá tempo de antena e consente o desaforo do senhorito Rui.



Osvaldo Castro

Rachmaninov-Suite nº1-Pâques

sexta-feira, 2 de abril de 2010

A Constituição completa hoje 34 anos

(capa original da Constuição da República Portuguesa)

No momento em que alguns sectores da direita, batidos pelo desânimo, começam a falar do fim da II República (III, para os que consideram que os 48 anos da ditadura foram a II, o que rejeito), será útil lembrar que a Constituição da República Portuguesa perfaz hoje mesmo 34 anos de boa e provecta saúde democrática.
Porque pode interessar, aqui fica o link do Parlamento que, de forma resumida, descreve o processo eleitoral que deu origem à Assembleia Constituinte que em dez meses discutiu,escreveu e aprovou, em 2 de Abril de 1976, a Constuição do regime democrático, conquistado em 25 de Abril de 1974, por acção e iniciativa dos militares de Abril.
Osvaldo Castro

Passos Coelho, uma vitória de Pirro?

"...Passos Coelho para se afirmar como verdadeiro candidato a 1ºministro carece de posturas de exigência e rigor, coisas que até agora não demonstrou de modo suficiente. Não se lhe conhece um verdadeiro programa alternativo de governo, nem ideias a tal propósito. As que foi adiantando, tipo “sound bites”,são irresponsáveis, em matéria de justiça ou de aumento de poderes presidenciais e devastadoras e delapidadoras do estado pelo seu teor liberal -conservador em matéria económica. São, por exemplo os casos da privatização da CGD, da Segurança Social ou até da RTP, verdadeiros atentados contra a Constituição e sobretudo medidas de carácter incendiário pela ruptura que sempre provocariam. Se tal se propõe, é bom que se conte ter pela frente a mais generalizada repulsa, mesmo oriunda dos sectores mais populares do seu partido.
Se assim for, e até agora Passos Coelho não desmentiu nada do que irresponsavelmente propôs nas eleições internas, então será de admitir que o anterior líder da JSD ainda não percebeu o que é ser candidato a primeiro-ministro e, com alta probabilidade, não chegará às próximas eleições
."
...
Publicado também no Jornal de Leiria, de 1 de Abril de 2010 (sem link disponível);
Osvaldo Castro