terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

As próximas reuniões do PS...

...São óptimos momentos para José Sócrates poder reiterar a sua inocência perante um chorrilho malicioso de acusações e ao mesmo tempo ter a oportunidade de falar, olhos nos olhos, com os núcleos mais restritos e mais alargados de dirigentes, esclarecendo dúvidas e pondo termo a desconfianças que vazadas em certos "media", por repetidas, vão fazendo caminho e ganhando foros de “verdade mediática”.
Será uma boa oportunidade para reafirmar que em Portugal não está em causa, nem esteve, a liberdade de expressão, a liberdade informação ou a liberdade de imprensa.
Basta ler os jornais, ouvir as rádios ou assistir aos jornais informativos das televisões para facilmente concluir que a liberdade de expressão goza no nosso país de um estatuto por demais consagrado.
Só as palavras arrivistas e insensíveis à representação do país no estrangeiro é que podem explicar a “boutade “, de sabor eleitoralista, usada pelo candidato Rangel em Estrasburgo. Coisa tão estapafúrdia que, a ser levada a sério, significava que Portugal já não devia fazer parte da EU, pois se “não é um Estado de Direito”, como vociferou o novel candidato a líder do PSD, assim mandando às malvas o sentido de Estado que qualquer eurodeputado aprende quando toma o chá em pequeno.
Mas é nesta linha ofensiva de desinformação que todas as oposições vêm jogando, embora, reconheça-se, com acentuado destaque para certos sectores do PSD, movidos pelo “vale-tudo” da sua campanha interna. Ora fingindo ignorar a presunção de inocência de qualquer cidadão, designadamente do primeiro-ministro, ora acusando-o de ser mandante de acções referidas em escutas em que o visado nem sequer entra....
...A tudo isto, o PS só pode responder com serenidade e cabeça fria. Discutindo tudo internamente, mas falando a uma só voz na comunicação para o país. E não pode embarcar no canto de sereia dos que querem bizarras substituições do primeiro-ministro ou provocar moções de censura ou de confiança. A situação económica e financeira do País não se compagina com tais aventuras.
Reconheça-se também, tudo indica que um retorno às urnas não daria nada de muito diferente do que existe, penalizando apenas quem “primeiro puser a cabeça de fora”.
Finalmente, não se vê nada de consistente que impeça Sócrates de continuar a exercer o seu mandato eleitoral.
O PS, também na defesa do país e do bom funcionamento das instituições, deve mostrar a sua coesão interna e externa. No caso, é também estar ao lado do Secretário-Geral, esmagadoramente eleito em eleições internas, e do primeiro-ministro que venceu as legislativas de Setembro, ou seja, José Sócrates.
(extractos de artigo de opinião a publicar no Jornal de Leiria de 18 de Fevereiro de 2010)
Osvaldo Castro

6 comentários:

Alzira Henriques disse...

Meu caro camarada Osvaldo de Castro,
Salvo melhor opinião, o nosso Primeiro Ministro e camarada José Sócrates não necessita de reiterar a sua inocência. Na verdade, ele não está a ser técnicamente julgado porque, nesse campo, os algozes sabem que perderiam a contenda.
Ele está a ser alvo de uma campanha difamatória simplesmente vergonhosa para o nosso Estado de Direito que, infelizmente, é composto por partidos políticos que outro objectivo não têm que não seja a conquista do poder, a qualquer preço.
E, assim se vai "enterrando" Portugal por algozes famintos!

Um abraço socialista,

Alzira Henriques

Vinagrete disse...

Caro Osvaldo
Hesitei bastante antes de me decidir a manifestar a minha satisfação por teres decidido abrir este espaço de comunicação.
Faço-o neste post, porque ele se focaliza em situações que tipificam o que de mais sórdido se faz, quando se está na política e o "vale tudo" se aplica na luta pelo poder. Mais sórdido ainda, quando este tipo de maquinação se faz dentro do mesmo partido, para afastar a concorrência e abrir caminho aos mais afoitos, até chegarem a Presidente de Câmara, Governador Civil, ao Parlamento, a Bruxelas, ou ao Conselho de Adm. da PT.
Quer nestes casos das escutas, quer na novela Freeport, quer em qualquer outro que se funde em questões de carácter, eu recuso-me a fazer juizos de valor e a participar em "julgamentos populares". Tenho muita dificuldade em utilizar expressões como:- "À mulher de Cèsar não basta ser séria, também tem de parecer", ou "quem semeia ventos colhe tempestades", ou ainda "pôs-se a geito, agora leva".
A campanha desencadeada a partir das escutas de alguns "jovens executivos rosas", pretende atacar e ferir de morte o primeiro ministro. Acredito e tudo leva a crer que os mais altos representantes da magistratura também, que José Sócrates não terá responsabilidade directa em actos que configurem manipulação de grandes empresas e grandes grupos de comunicação social, mas pouco me espantaria que esses jovens gestores, deslumbrados com o estatuto que lhes caiu no regaço, não tenham resistido à tentação de o tentar fazer.
Se este vil achincalhamento das instituições democráticas, em particular do Primeiro Ministro e da Justiça, levado a cabo pelo PSD, para outra coisa não servir, ao menos que faça reflectir o Primeiro Ministro sobre a qualidade dos quadros que nomeia e dos assessores com que se rodeia.
Lembro-me, a nível local e regional, de péssimas escolhas que deveria repensar.

Unknown disse...

Força Osvaldo.Que não te doa a "pena"!
Parabéns pela ideia.
Não posso estar mais de acordo com o teu texto.
Grande abraço fraterno e saudações matulónicas.

JMMedeiros

Carta a Garcia disse...

Cara Alzira Henriques,
Como V/ muito bem compreendeu "reiterar a inocência", no caso, refere-se precisamente ao julgamento público que as oposições eos "media" estão a fazer ao primeiro-ministro. Se teve oportunidade de ler na íntegra no "Jornal de Leiria" o meu artigo, seguramente que aí encontrará toda a contextualização da matéria.
Obrigado pela S/atenção e pelo comentário.
Volte sempre.
OC

Carta a Garcia disse...

Meu Caro Vinagrete,
É quase certo que já anteriormente te terei reconhecido por trás do pseudónimo. Até tentei telefonar-te para agradecer palavras que terás escrito no FLC, mas o teu número ou mudou ou não respondeu.
Creio que percebo bem onde queres chegar e reconheço que terás uma parte muito substancial de razão. Que atire a primeira quem nunca se equivocou nas avaliações humanas.
Não obstante, continuo a pensar que há lutas que vale a pena travar e que os partidos, com os seus defeitos e imperfeições, ainda são o lugar que mais adequadamente o permitem.No entanto, respeito os pontos de vista em adverso que se sustentem.
Fiquei sensibilizado por te determinares a escrever neste blog como comentador, e fica sabendo que te sigo lá onde julgo que escreves.
Não quererás confirmá-lo por email ou por telefone? Claro que sempre respeitarei e reservarei a tua identidade.
Um abraço,
Volta sempre.
Osvaldo Castro

Carta a Garcia disse...

Meu Caro José Miguel,
Muito obrigado por me teres recordado a República coimbrã por onde ambos passámos.Claro que não vou poupar na tinta nem na pena. A situação exige-o de todos nós.
Um grande abraço,
Volta sempre,
OC