Caro Osvaldo Realizado por Cottinelli Telmo, este 1º sonoro português continua a ser uma delícia. Foi um êxito devido ao carácter tipicamente português das suas personagens e das situações que conduziam à identificação dos espectadores com o filme, acrescendo as canções que depressa se popularizaram. Ocorre-me que na mesma data, 1933, António Ferro ficou à frente do SPN e, mais tarde, do SNI. O filme sonoro implicou mudanças radicais e, para além dos processos, dos equipamentos e do poder que passa a exercer sobre a audiência portuguesa, não podemos esquecer que o bom uso da palavra foi útil para defender a moral e servir a propaganda. Temas prometedores aumentam o ruído, esvaziando-se subtilezas do mundo. Promove-se a propaganda e a ideologia do regime, tantas vezes, para a conversão dos descrentes. É neste género de produção que assenta a imagem ideal do país detentor de uma história também idealizada e baseada numa vida rural com uma população tipificada através dos costumes e trajos regionais. E, assim, é passada a mensagem política do regime, os valores da Nação, a cidadania ideal, enfim, o painel de vida do país que tem como objectivo manter e defender a imagem do Estado Novo. A década de 30 é a época áurea da comédia, que, em questões de amor, se envolve com o musical. Desenvolveu-se, progressivamente, a máquina dos sonhos a preto e branco do Estado Novo. Um Abraço Amigo Ana Brito
Na guerra entre os EUA e a Espanha, a propósito da despótica colonização espanhola de Cuba, ocorreu o episódio que deu origem à frase “Levar a carta a Garcia”, divulgada por Elbert Hulbard em 1899. O presidente americano, Mackinley, precisou de contactar com um dos chefes da guerrilha cubana, o general Garcia. Chamou um tal Soldado Rowan e passou-lhe uma carta para ser entregue, em Cuba, ao comandante rebelde. Pelo que se conta, Rowan, sem nada perguntar, meteu a missiva numa bolsa impermeável e partiu para Cuba. Percorreu montes e vales, selvas e praias, mas, quatro dias depois, entregou a carta a Garcia e regressou aos EUA para dar conta do cumprimento da missão ao seu presidente. É este o sentido da expressão que dá título a este blogue: “Cumprir eficazmente uma missão, por mais difícil ou impossível que possa parecer”. (in Ciberdúvidas)
2 comentários:
Caro Osvaldo
Realizado por Cottinelli Telmo, este 1º sonoro português continua a ser uma delícia. Foi um êxito devido ao carácter tipicamente português das suas personagens e das situações que conduziam à identificação dos espectadores com o filme, acrescendo as canções que depressa se popularizaram.
Ocorre-me que na mesma data, 1933, António Ferro ficou à frente do SPN e, mais tarde, do SNI. O filme sonoro implicou mudanças radicais e, para além dos processos, dos equipamentos e do poder que passa a exercer sobre a audiência portuguesa, não podemos esquecer que o bom uso da palavra foi útil para defender a moral e servir a propaganda. Temas prometedores aumentam o ruído, esvaziando-se subtilezas do mundo. Promove-se a propaganda e a ideologia do regime, tantas vezes, para a conversão dos descrentes. É neste género de produção que assenta a imagem ideal do país detentor de uma história também idealizada e baseada numa vida rural com uma população tipificada através dos costumes e trajos regionais. E, assim, é passada a mensagem política do regime, os valores da Nação, a cidadania ideal, enfim, o painel de vida do país que tem como objectivo manter e defender a imagem do Estado Novo. A década de 30 é a época áurea da comédia, que, em questões de amor, se envolve com o musical.
Desenvolveu-se, progressivamente, a máquina dos sonhos a preto e branco do Estado Novo.
Um Abraço Amigo
Ana Brito
Cara Ana Brito,
Obrigado pelo S/ Comentário que muito valoriza e complemento o vídeo que postei.
Abraço Amigo,
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