quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Governo mexe no trabalho e na economia com 50 medidas

2 comentários:

A. Constâncio disse...

Caro Osvaldo
Confesso que não consigo exprimir um pensamento com princípio, meio e fim, sem utilizar um número elevado de caracteres e também confesso que não me sinto motivado a participar nestes foruns, só para escrever duas ou três palavras de circunstância.
Este tema, em particular, merece mais.
Portugal já é um dos Países Europeus onde a precaridade no emprego é a mais elevada. Contratos a termo e recibos verdes são hoje o prato do dia.
Como se viu no auge da crise 2008/2009, foi possível fazer ajustamentos nos custos de mão de obra, especialmente na indústria automóvel e nas suas subsidiárias, recorrendo a mecanismos previstos na Lei.
Se estivermos atentos aos discursos dos patrões, desde ontem, todos eles dizem que as leis laborais nem serão o maior problema e o impacto das medidas agora propostas, vai ser diminuto.Se não fosse trágico, isto daria vontade de rir. Daqui a pouco tempo, para além de pedirem apoios e mais apoios (leia-se subsídios) a que as PME raramente têm acesso, vão exigir o corte nos descontos para a Segurança Social.
Para mim, que frequento a Escola da Vida em formação contínua, o Estado deveria intervir cirurgicamente, no que me parece essencial:
- Regime especial de contratação para os sectores do Turismo, nomeadamente Hotelaria e Restauração, na medida em que a actividade económica é marcadamente sazonal.
- Regime especial para desempregados com ofertas de emprego abaixo das condições que lhes permitem recusar as ofertas. Parece-me preferível impor a colocação dessas pessoas inactivas e o Estado assumir uma comparticipação que cubra o diferencial, em vez de as manter na situação parasitária de viverem com o dinheiro dos nossos impostos, sem nada produzirem.
Não discordo do estabelecimento de um tecto máximo para as indemnizações no despedimento, na medida em que isso permite a livre negociação para patamares inferiores, cabendo às partes chegarem a acordo.
O banco de horas e a flexibilização de horários e execução de tarefas diferenciadas, desde que o trabalhador as possa realizar, também não me merecem reparo.
De qualquer forma, quer queiramos quer não, a razão maior que contribui para a nossa baixa produtividade, reside na impreparação dos nossos empresários. Exige-se assim um Programa de "Novas Oportunidades" para aumentar o conhecimento da classe empresarial.
Desculpa o tempo e o espaço que ocupei.
Um abraço

Carta a Garcia disse...

Caro A Constâncio,

De modo nenhum...é sempre um gosto ver-te por estas paragens. Creio que posso dizer sem dificuldade que partilho da tua linha de pensamento na matéria, mesmo nas maiores exigências que propões para obtermos mais prodtividade.
E, claro, "As novas oportunidades", com o nome que lhe que lhe queiram dar, não deveriam ficar restritas à ideia inicial de recuperar habilitações...podiam ser um meio de ajudar muitos empresários a adquirirem a formação indispensável para a função que desempenham e se propôem.
Como sempre as tuas ideias são estribadas na vida...isso é muito importante.Volta sempre e ocupa o espaço que quiseres,digo-o sinceramente.
Abraço,
OC