quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Passos Coelho não resistiu e teve de quebrar meio tabu

No dia em que foi conhecida a data da discussão e votação na generalidade do Orçamento de Estado para 2011, ou seja, 28 e 29 de Outubro, Passos Coelho não resistiu à pressão dos media e teve de falar.
Por sinal, falou "em redondo", com lugares comuns e dizendo o óbvio para quem dirige o principal partido da oposição....
Que se trata de "um mau orçamento" e que "quando o governo apresentar o seu Orçamento,nós diremos o que pensamos sobre esse Orçamento,mas isto não é uma forma de fugir àquilo que o governo já disse....", e ainda mais banal, que "o PSD sabe bem o que quer e que não se prefigura um bom orçamento"...Mais balbuciando,"e é tudo que vou dizer nesta altura", rematou...
Para logo de seguida ter de reconhecer:"Nós sabemos, infelizmente, que o país vai ter de fazer muita austeridade..." e que "o PSD não está na disposição de viabilizar um qualquer Orçamento"...
Creio que Monsieur La Palisse não teria falado melhor que o líder do PSD, que, reconheça-se, foi apanhado à saída de uma Comemoração do 5 de Outubro na Assembleia da República, o que o pode ter perturbado, sabido como é que Passos Coelho foi muito criticado por não ter estado presente, ontem, nas cerimónias oficiais na Câmara de Lisboa,a que presidiu o Presidente da República.
O que fica certo é que Passos Coelho insiste em pressionar o governo,sem apresentar alternativas. Mas, verdadeiramente, sem saber o que quer. Claro, que não basta dizer que não se pode aumentar impostos ou mexer nas deduções fiscais, especialmente se é imperioso e necessário aumentar a receita e, desse modo, lograr equilibrar a anunciada e indispensável redução da despesa.
Sublinhe-se que nas declarações de hoje, que se saiba, o lider do PSD não falou de ausência de aumento de impostos, e refugiou-se sempre no lugar comum frásico do "mau orçamento"...
Vale por dizer, Passos Coelho quer mostrar para consumo interno e para gáudio populista que é contra aumento de impostos e contra a redução das deduções fiscais.Mas, reitero, Passos Coelho está nervosamente ansioso por viabilizar um Orçamento que lhe possa ser conveniente para as suas futuras ambições...
A não ser assim, Passos Coelho prepara-se, de forma irresponsável e tripudiando sobre o sentido de estado, para abrir uma crise política de proporções inéditas na nossa democracia e pela qual só ele poderá ser responsabilizado.


Osvaldo Castro

6 comentários:

Ana Brito disse...

Caro Amigo Osvaldo
Como já referi anteriormente continuo a pensar que Passos Coelho não vai ser capaz de abrir uma crise política e, portanto, o orçamento vai vingar e também ficará sem margem para concretizar as suas ambições, porque o rumo do país terá de seguir uma directriz consensual no que respeita os compromissos nacionais e internacionais assumidos.
Abraço com Amizade :)
Ana Brito

Ferreira, M.S. disse...

Caro Osvaldo,

Eu sei que comentar sobre política não é “a minha praia”, mas não consigo inibir-me de expressar o que penso.

A não-aprovação do OE será para Portugal um atentado de morte – Passos Coelho sabe disso, tal como sabe que essa probabilidade lhe será reversa, ao que, no final, não terá outra opção senão aprovar o diploma.

No entanto, ainda continua a tentar fintar o eleitorado com comentários ocos e “irresponsáveis”.

Não apresentando alternativas dignas de credibilidade, vem para a praça pública fazer comentários como os que o Osvaldo replica no seu texto sem olhar às consequências daí resultantes. O que mais me irrita, em especial, é ver tais acções a despoletar imediatamente a atenção dos Media estrangeiros que encontram imediatamente uma coluna para colocar o mau exemplo português. Basta ler a imprensa ou ver noticiários internacionais. Não é bonito, digo-o eu.

Abraço

Carta a Garcia disse...

Cara Ana Brito,
Como anteriormente disse, espero que V/ tenha toda a razao...a minha analise è do mesmo teor.O sentido de responsabilidade e o sentido de estado devem ser prioritarios...
Abraço Amigo,

Carta a Garcia disse...

Caro Ferreira,

Quem como V/ reside e trabalha no estrangeiro estarà em especiais condiçoes para avaliar a catàstrofe que viveremos em Portugal se nao tivermos Orçamento aprovado...
Espero e creio que poderemos ultrapassar esta "estrada estreita".
Volte sempre!Abraço!

Ana Paula Fitas disse...

Caro Osvaldo Castro,
Fiz link.
Obrigado.
Abraço.

Carta a Garcia disse...

Cara Ana Paula,
Obrigado.é sempre uma honra um link de "A Nossa Candeia".
Abraço Amigo,
OC