quinta-feira, 11 de março de 2010

Ministro das Finanças garante que maior parte da redução do défice será com redução da despesa

Lisboa, 11 mar (Lusa)

"O ministro das Finanças garantiu hoje que a maior parte da redução do défice prevista para este ano será realizada à custa da redução da despesa, e apelou para “uma atitude séria e responsável” no debate da proposta de orçamento.

Estamos a atravessar um momento seriíssimo e isso requer de todos nós uma atitude séria e responsável. Nós temos de definir medidas, soluções, para ultrapassar o tempo de dificuldades que ainda teremos pela frente. Isso requer uma avaliação ponderada, séria, das propostas”, afirmou Teixeira dos Santos.

O ministro, que utilizava palavras do líder do BE Francisco Louçã, aproveitou para criticar os partidos à esquerda do PS, acusando-os de se terem demitido do debate e considerando “pouco sério e pouco responsável” resumir a situação “a frases bombásticas dizendo que aquilo que se está a fazer é um atentado terrorista”.

Teixeira dos Santos reavivou ainda a habitual ‘picardia’ com o deputado do PSD Miguel Frasquilho, pedindo-lhe que fosse “mais rigoroso a lidar com os números” e garantindo que entre 2005 e 2007 “55 por cento da redução (do défice de 6,1 para 2,6 por cento) deveu-se a uma redução do peso da despesa e o resto à melhoria da receita”.

Quanto a este ano, Teixeira dos Santos garantiu que mais de metade da redução do défice prevista voltará a ser à custa da redução da despesa (0,6 pontos percentuais).

A intervenção do governante terminou um período de boa disposição no Parlamento. Vítor Batista (PS) comentou a demarcação do PSD, feita por Miguel Frasquilho, das orientações do orçamento apesar de o viabilizar “como uma noiva ou noivo que está perto do enlace” e que passa o tempo “a chorar”.

O líder do Bloco de Esquerda aproveitou para sublinhar o “momento inédito” que foi o “anúncio de casamento entre o PS e o PSD.

Brincadeiras à parte, o PS, através de Afonso Candal, garantiu que os socialistas vão chumbar todas as propostas relativas à Madeira para além da isenção de visto prévio para as obras de reconstrução da Madeira e de uma apresentada pelo PS sobre os benefícios a conceder para o abate de carros, relativamente à Madeira.

“Há outras medidas, outras preocupações, que têm sido evidenciadas por diversos grupos parlamentares neste câmara que não têm o mesmo carácter de urgência, e neste sentido o partido socialista não apoiará com o sentido de voto favorável estas propostas”, disse o deputado.

“Não por discordância integral daquilo que é o teor das mesmas, mas pela simples razão que não entendemos que não devemos estar de alguma forma a prejudicar o processo de conversações que tem sido estabelecido, entre o Governo da República e Governo da Região Autónoma da Madeira, no sentido de ser apresentada uma lei especial para corrigir e minimizar aquilo que são os danos da catástrofe que se abateu sobre a Região Autónoma da Madeira”, acrescentou."


NM/LUSA

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. ***
OC

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