segunda-feira, 19 de abril de 2010

Músicas de Abril (6) - Três Cantos


"Como Um Sonho Acordado" nas vozes de José Mário Branco, Sérgio Godinho e Fausto Bordalo Dias.

5 comentários:

Ana Brito disse...

Caro Osvaldo
A propósito de "Como Um Sonho Acordado", que é uma beleza, acho que vale a pena esta citação:
«O que é bonito neste mundo, e anima, é ver que na vindima de cada sonho fica a cepa a sonhar outra aventura. E que a doçura que não se prova se transfigura noutra doçura muito mais pura e muito mais nova.» (Miguel Torga)
Abraço Amigo
Ana Brito

folha seca disse...

Caro Osvaldo

É reconfortante ver muitos cantores de gerações mais recentes reinventarem as canções que foram bandeiras para a tua e minha geração. Ouvir o Zeca na voz da Jacinta e o Adriano na voz do Tim( apenas como exemplo) proporciona-nos momentos extremamente gratificantes e inesquecíveis.

Agora Ouvir o Fausto com esta canção reinventada para ser cantada a 3, e que 3! É qualquer coisa de deslumbrante.
Mais uma vez obrigado por estes momentos.
Abraço

Nota: Diário da viagem, Fernão Mendes Pinto
“Como um sonho acordado "Embarcado num jurupango, com o Mouro Coja Ale, feitor do capitão de Malaca, fomos surgir no rio de Parles no Reino de Quedá. Nesse tempo, estava o rei celebrando com grande aparato e pompa fúnebre as exéquias da morte de seu pai, que ele matara às punhaladas para casar com a sua mãe que já estava prenhe dele. Para evitar murmurações mandou lançar pregão que sob gravíssimas mortes ninguém falasse no que já era feito. Mas Coja Ale era de sua natureza solto de língua e muito atrevido em falar o que lhe vinha à sua vontade. E foi assim que preso por soldados fui chamado ao rei e olhando para onde ele me acenava, vi jazer de bruços no chão muitos corpos mortos todos metidos num charco de sangue. Entre eles o mouro Coja Ale. Por mais de uma grande hora estive como pasmado, debaixo de abano, sem poder falar, arremessado aos pés do elefante em que el-rei estava. Depois de perdoado pelas lamentações e desculpas toscas, mas que vinham ao momento muito a propósito, me fiz à vela muito depressa pelo grande medo e risco de morte em que me vira"
Retirado da Net.

Carta a Garcia disse...

Cara Ana Brito,

Obrigado pela beleza da citação do Miguel Torga..."na vindima de cada sonho fica a cepa a sonhar outra aventura..." É isso que explica as palavras de Fausto, numa das partes aqui cantadas pelo Zé Mário: "Ter medo ao medo...", o mesmo é dizer não sei o que farei para romper e dominar o medo.
Abraço Amigo.

Carta a Garcia disse...

Caro Folha Seca,

É uma grande verdade, a Arte, no caso, a música, subsiste por força do seu intrínseco mérito. E, claro, há gente jovem que tem o talento de reinventar ou criar coisas deslumbrantes. Creio ser o caso desta música do Fausto reinventado pelos Três Cantos...ele próprio, José Mário Branco e Sérgio Godinho.
Abraço,

Rogério G.V. Pereira disse...

Bom trabalho Caro Osvaldo. A canção ainda é uma arma...
(Comentário oportuno do Folha Seca, nem toda a gente estaria a situar a letra, no seu contexto histórico)
Abraço a ambos