sexta-feira, 8 de abril de 2011

Ajuda externa: Governo e Comissão garantem que PEC IV não incluía já resgate

Lisboa, 08 abr (Lusa)

O Governo e a Comissão Europeia garantiram hoje que, na negociação do chamado PEC IV com Bruxelas, não estava incluída a ajuda externa a Portugal no valor de 80 mil milhões de euros.

Em declarações à agência Lusa, a porta-voz da presidência da Comissão Europeia afirmou ser "falso" que, quando o primeiro-ministro José Sócrates apresentou em Bruxelas o chamado PEC IV, "tenha ficado também estabelecido que a esse acordo se seguiria um pedido de ajuda externa de 80 mil milhões de euros".

O semanário Sol noticiou hoje que José Sócrates teria estabelecido com Bruxelas, quando assinou o acordo com as medidas do chamado PEC IV a 11 de março, que se seguiria um pedido de ajuda externa no valor de 80 mil milhões de euros.

O Governo já veio hoje rejeitar qualquer tipo de acordo com as instâncias comunitárias e, em comunicado, disse que a notícia do semanário "revela que para aquele jornal já vale tudo para desenvolver as campanhas políticas a que frequentemente se entrega". Os ministros do Eurogrupo revelaram que o pedido de resgate de Portugal chegou hoje à Comissão Europeia e ao FMI.

O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, disse na Hungria que programa de ajuda a Portugal atingirá provavelmente os 80 mil milhões de euros e poderá abranger um período de três anos.

Falando numa conferência de imprensa no final de uma reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro, alargada aos restantes 10 Estados-membros da UE, na qual foi formalmente lançado o processo de resgate, Rehn disse que ainda é prematuro apontar nesta fase um montante exato da ajuda, que só será determinado após uma análise exaustiva da situação do país, mas avançou com um valor “na ordem dos 80 mil milhões de euros”.

Ressalvando repetidamente que, “nesta fase, são estimativas muito, muito provisórias”, o comissário europeu arriscou também, no entanto, apontar um prazo para a extensão do programa: “Estamos a falar de um programa multianual, muito provavelmente um programa de três anos”, declarou. A agência Lusa tentou contatar o semanário Sol para obter uma reação, mas até ao momento não foi possível.

AJG (FPB/ACC)/Lusa

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