quinta-feira, 14 de abril de 2011

Juros/Dívida: Valores podem continuar elevados devido à "irracionalidade que vai nos mercados", diz ministro da Presidência


Lisboa, 14 abr (Lusa)


O ministro da Presidência admitiu hoje que as taxas de juro nos mercados secundários de dívida pública permaneçam elevadas mesmo após a conclusão das negociações da ajuda externa, atribuindo a situação à “irracionalidade que vai nesses mercados financeiros”.

Interrogado sobre os níveis elevados que continuam a atingir das taxas de juro nos mercados secundários de dívida pública, o ministro da Presidência considerou que a situação “reflete sobretudo a circunstância de o processo estar ainda em curso”.

Contudo, acrescentou, mesmo após a conclusão das negociações será “natural” que a situação não sofra alterações. “É natural a julgar por aquilo que aconteceu com outros países, que permaneça ao nível do mercado secundário de dívida pública soberana um nível de taxas de juro que apenas expressa a irracionalidade que vai nesses mercados financeiros”, sublinhou.

Pedro Silva Pereira, que falava aos jornalistas na conferência de imprensa realizada no final da reunião semanal do Conselho de Ministros, rejeitou ainda que essa situação tenha alguma relação com as negociações que o Governo terá ainda de fazer com os partidos de oposição.

Relativamente às negociações com os partidos, o ministro da Presidência adiantou que “não há nenhuma novidade a reportar”, recordando que decorre neste momento “um processo de avaliação técnica da situação" por parte das autoridades internacionais que se encontram em Portugal. “Não é expectável que nos próximos dias exista alguma novidade de grande significado nesse processo”, acrescentou.

Instado a comentar a notícia avançada hoje pelo Diário de Notícias que as autoridades internacionais defendem um aumento do preço das casas para tornar mais interessante o mercado de arrendamento, Pedro Silva Pereira escusou-se a comentar, frisando que não é razoável neste momento estar a especular sobre o que pode acontecer.

“Julgo que devemos acompanhar este processo com serenidade, também com moderação nos comentários”, declarou, defendendo que se deve aguardar o momento em que se esteja “a desenhar o conteúdo preciso do programa de ajuda externa” para falar sobre qual pode ser a sua configuração.

VAM/Lusa

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