Os bispos portugueses consideram que o desemprego é “um dos aspectos mais graves” da actual crise económica do país, num momento que “está a ser difícil para muitos portugueses”.
Numa nota do conselho permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que acaba de ser divulgada em Fátima, acrescenta-se que o direito ao trabalho “não deve ser concebido apenas como forma de manutenção económica, mas como meio de realização humana”. Intitulado Missão da Igreja num país em crise, o documento de duas páginas foi publicado no final da reunião mensal do conselho permanente da CEP. Sexta-feira, o patriarca de Lisboa (e presidente da CEP), D. José Policarpo, afirmara estar “muito preocupado com Portugal”. Antes dele, vários bispos tinham feito, em dias consecutivos, declarações duras contras medidas de austeridade anunciadas nas últimas duas semanas pelo Governo. Na nota, os bispos dizem que “a Igreja é sensível ao sofrimento de todos, particularmente dos mais pobres e dos desempregados, independentemente da fé que professam”. E acrescenta, sobre o desemprego, que ele “supõe um equilíbrio convergente de vários elementos: criatividade nas empresas, caminhos ousados no financiamento, diálogo social em que pessoas e grupos decidam dar as mãos, apesar das suas diferenças”.Referindo-se aos sistemas económico-financeiros, os bispos dizem que os “lucros das pessoas, das empresas e dos grupos devem orientar-se para o bem-comum de toda a sociedade”. A nota recorda o princípio, desde sempre defendido pela Igreja, da liberdade económica, “desde que as suas concretizações se submetam aos objectivos do bem-comum. (LER MAIS)
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