Obrigado por nos trazeres esse belíssimo poema de António Gedeão, declamado por esse grande actor que foi Mário Viegas. Penso ter percebido a mensagem que nos quiseste transmitir.
Do mesmo autor e com a mesma intenção mando-te tambem uma mensagem (não é bem a carta a Garcia).
Dez réis de esperança
Se não fosse esta certeza que nem sei de onde me vem, não comia, nem bebia, nem falava com ninguém. Acocorava-me a um canto, no mais escuro que houvesse, punha os joelhos á boca e viesse o que viesse. Não fossem os olhos grandes do ingénuo adolescente, a chuva das penas brancas a cair impertinente, aquele incógnito rosto, pintado em tons de aguarela, que sonha no frio encosto da vidraça da janela, não fosse a imensa piedade dos homens que não cresceram, que ouviram, viram, ouviram, viram, e não perceberam, essas máscaras selectas, antologia do espanto, flores sem caule, flutuando no pranto do desencanto, se não fosse a fome e a sede dessa humanidade exangue, roía as unhas e os dedos até os fazer em sangue.
Caro Amigo Osvaldo de Castro Um poeta é um jogador de palavras ainda mais sensível que a própria beleza delas... Gedeão...Viegas - duas sensibilidades fenomenais: a arte de exprimir sentimentos por meio da palavra ritmada no universo que medeia o escrito e o oral. Obrigada por este momento de sensibilidade... Um abraço Ana Brito
Cara Ana Brito, Muito obrigado pelas S/ palavras e pela atenção que vai dando a este blogue. Gedeão e Mário Viegas é de facto uma mistura de sensibilidades inultrapassável.
Caro Osvaldo Tb costumo andar a navegar por aqui. Embora mais longe continuas a estar presente nestas andanças. Gostei desta do António Gedeão, por Mário Viegas. Um abraço
Tantas estrelas no firmamento que não sou capaz de a distinguir... Creio que nunca deixei de andar por perto. Eu,pelo menos, não me sinto longe dos meus sítios... Espero que continue a navegar por aqui...volte sempre. Quem gosta do Gedeão e do Viegas é sempre bem recebido por aqui. Cumprimentos. OC
Minha boa Amiga, claro que foi um dos nomes que me perpassou pela memória... Mas a referência da Vieira deixou-me sem dúvidas. Que grande gosto revê-la por esta via digital... Volte sempre, um grande Abraço,
Na guerra entre os EUA e a Espanha, a propósito da despótica colonização espanhola de Cuba, ocorreu o episódio que deu origem à frase “Levar a carta a Garcia”, divulgada por Elbert Hulbard em 1899. O presidente americano, Mackinley, precisou de contactar com um dos chefes da guerrilha cubana, o general Garcia. Chamou um tal Soldado Rowan e passou-lhe uma carta para ser entregue, em Cuba, ao comandante rebelde. Pelo que se conta, Rowan, sem nada perguntar, meteu a missiva numa bolsa impermeável e partiu para Cuba. Percorreu montes e vales, selvas e praias, mas, quatro dias depois, entregou a carta a Garcia e regressou aos EUA para dar conta do cumprimento da missão ao seu presidente. É este o sentido da expressão que dá título a este blogue: “Cumprir eficazmente uma missão, por mais difícil ou impossível que possa parecer”. (in Ciberdúvidas)
8 comentários:
Caro Osvaldo.
Obrigado por nos trazeres esse belíssimo poema de António Gedeão, declamado por esse grande actor que foi Mário Viegas. Penso ter percebido a mensagem que nos quiseste transmitir.
Do mesmo autor e com a mesma intenção mando-te tambem uma mensagem (não é bem a carta a Garcia).
Dez réis de esperança
Se não fosse esta certeza
que nem sei de onde me vem,
não comia, nem bebia,
nem falava com ninguém.
Acocorava-me a um canto,
no mais escuro que houvesse,
punha os joelhos á boca
e viesse o que viesse.
Não fossem os olhos grandes
do ingénuo adolescente,
a chuva das penas brancas
a cair impertinente,
aquele incógnito rosto,
pintado em tons de aguarela,
que sonha no frio encosto
da vidraça da janela,
não fosse a imensa piedade
dos homens que não cresceram,
que ouviram, viram, ouviram,
viram, e não perceberam,
essas máscaras selectas,
antologia do espanto,
flores sem caule, flutuando
no pranto do desencanto,
se não fosse a fome e a sede
dessa humanidade exangue,
roía as unhas e os dedos
até os fazer em sangue.
António Gedeão
Obrigado, Caro Folha Seca, aí fica o poema que enviaste, tão belo quanto aquele que publiquei.
Um grande Abraço, também por perceberes a mensagem.
OC
Caro Amigo Osvaldo de Castro
Um poeta é um jogador de palavras ainda mais sensível que a própria beleza delas...
Gedeão...Viegas - duas sensibilidades fenomenais: a arte de exprimir sentimentos por meio da palavra ritmada no universo que medeia o escrito e o oral.
Obrigada por este momento de sensibilidade...
Um abraço
Ana Brito
Cara Ana Brito,
Muito obrigado pelas S/ palavras e pela atenção que vai dando a este blogue.
Gedeão e Mário Viegas é de facto uma mistura de sensibilidades inultrapassável.
Abraço amigo e volte sempre.
Osvaldo Castro
Caro Osvaldo
Tb costumo andar a navegar por aqui.
Embora mais longe continuas a estar presente nestas andanças.
Gostei desta do António Gedeão, por Mário Viegas.
Um abraço
Cara Maria Estrela,
Tantas estrelas no firmamento que não sou capaz de a distinguir...
Creio que nunca deixei de andar por perto. Eu,pelo menos, não me sinto longe dos meus sítios...
Espero que continue a navegar por aqui...volte sempre.
Quem gosta do Gedeão e do Viegas é sempre bem recebido por aqui.
Cumprimentos.
OC
Tantas estrelas no firmamento mas na Vieira....mt poucas
Cara Maria Estrela,
Minha boa Amiga, claro que foi um dos nomes que me perpassou pela memória... Mas a referência da Vieira deixou-me sem dúvidas.
Que grande gosto revê-la por esta via digital...
Volte sempre, um grande Abraço,
OC
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