quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Passos Coelho admite risco de "declínio económico" que pode levar a novas medidas,na entrevista na Sic

Lisboa, 30 nov (Lusa)
O primeiro-ministro considerou hoje que há um risco de o "declínio económico" em 2012 ser maior do que o previsto pelo Governo e admitiu que nesse cenário sejam adotadas novas medidas de austeridade.

"O maior risco que nós enfrentamos nesta altura é o de declínio económico", afirmou Pedro Passos Coelho, em entrevista à SIC, acrescentando que se a recessão económica no próximo ano for superior aos três por cento previstos pelo Governo a meta do défice ficará posta em causa.

"Perante uma circunstância dessas, claro que nós teríamos de adotar novas medidas. Não quero nesta altura dizer que medidas poderão ser. Julgo que não é a altura adequada para estar a falar disso", declarou o primeiro-ministro, que tinha sido questionado se podia garantir aos portugueses que em 2012 não vai apresentar, por exemplo, um imposto extraordinário sobre os subsídios de férias e de Natal dos trabalhadores do setor privado.

Em seguida, Passos Coelho ressalvou que está "muito confiante" na execução de "um orçamento que tem riscos, mas que é cumprível" e que a sua perspetiva "não é a de ser pessimista, é a de ser realista e de mostrar profissionalismo".

Por outro lado, questionado se a forma como o empréstimo de 78 mil milhões a Portugal vai ser distribuído no tempo não poderá levar a que falte dinheiro, o primeiro-ministro discordou dessa leitura: "Não me parece. Até é possível que falte dinheiro, mas não é por essa via, com certeza".

Passos Coelho voltou a dizer que o que preocupa o Governo é a capacidade das empresas públicas para refinanciarem as suas dívidas, adiantando que a discussão deste assunto com a 'troika' não teve ainda uma conclusão e será retomada em fevereiro.

"Esta é uma matéria que claramente nos preocupa nesta altura e que está ainda em discussão com a 'troika' e que merecerá, espero eu, a possibilidade de haver aqui alguma flexibilização, que não é necessariamente mais dinheiro", disse.

Sobre as privatizações da REN e da EDP, o primeiro-ministro referiu que o Governo está em condições de concluir esse processo até ao final do ano.

IEL/Lusa

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