É mesmo o que apetece começar por dizer, a propósito da insensata deriva oportunista dos dirigentes do BE quando anunciam, à distância de um mês, uma “jacquerie” teatreira para o Hemiciclo de S.Bento. Quando, além do mais ousam fazê-lo como se de edital se tratasse e publicasse no decurso de um debate com o 1ºministro.
A consequência e a coerência do património de atitudes dos dirigentes do BE tem, forçosamente, de andar muito por baixo para se consentirem agir em conformidade com o que dias antes criticavam ao PCP. Ou melhor, na disputa dos restos da esquerda parece que, para alguns, pode valer tudo quando se trate de confronto por proeminências, em claro sinal de que a irresponsabilidade já não se deixa perturbar com o peso do ideológico e que vale tudo, mesmo rastejado, para chegar à meta antes do concorrente mais próximo.
Como alguém já disse, Francisco Louçã e o seu “inner circle” não estiveram à altura de saber digerir com sageza a derrota das presidenciais. Mal habituados a derrotas, pensando que os crescimentos e sucessos partidários são uma interminável colina ascendente, os bloquistas, face ao primeiro grande revés, assobiaram contra o vento e buscaram a saída tática que lhes desse alento e oportunidade de continuarem na primeira fila do benefício das pantalhas mediáticas. Ledo engano e pura estultícia. Óbvio se mostra que, desta vez, a opinião pública e a publicada já não perdoam mais grosserias irresponsáveis, sem tino e sem sentido político.
O generalizado clamor contra a proposta do BE assenta em muito na sua irrelevância política e na sua falta de real objecto. Por mais duro que seja o conteúdo frásico da anunciada moção, a verdade é que não passará de mais um discurso, contra o governo e contra a direita, assevera Pureza, mas, mesmo assim, nada mais que um texto proclamatório.
Ora brincar às moções de censura sem efeito prático, é tão inútil como Louçã apodou idêntica ideia, oriunda do PCP. Tão só dois dias antes de anunciar, de forma lapidar, a sua moção de censura, a um mês de vista…
Tais atitudes estultas e ocas de conteúdo costumam ser apresentadas como “case study” em qualquer manual de ciência política e habitualmente catalogadas como o paradigma do verbalismo radical de tendência oportunista.
Foi por aí que o BE, irresponsavelmente, optou, mesmo expondo-se, ou abrindo caminho, a futuras soluções que poderão conduzir a direita pura e dura aos corredores do poder.
Que depois o BE, e o PCP, se também lhe fugir o pé para a chinela do radicalismo verbalista, se não queixem sobre o leite azedo e derramado de um eventual governo de direita que destrua tudo o que se veio logrando em matéria de igualdade de direitos, de costumes ou de práticas de natureza social, educacional e de garantias em matérias de direitos laborais, para abordar tão só algumas das conquistas dos últimos 6 anos.
A moção de censura do Bloco de Esquerda é provavelmente o maior “flop” político da esquerda radical, desde que logrou entrar por direito próprio e constituir grupo parlamentar no Parlamento.
O BE salivou e escorregou na sofreguidão de se ver antecipado por uma simples “ideia abstrata” do PCP e ainda nem sequer o quis admitir.
Os seus eleitores e militantes mostram-se severamente dececionados. O país em nada beneficia com a inabilidade política do BE, e se o PSD demorar muitos dias a cortar as vazas às imponderações bloquistas, o país continuará a ser fustigado pela dúvida dos mercados.
O BE não tinha necessidade de ser tão comezinho e vulgar do ponto de vista tático. Teve uma recidiva na doença infantil do verbalismo radical. Que recupere depressa da recaída, antes que o seu eleitorado e os seus militantes se lembrem de um partido que dava pelo nome de PRD.
Osvaldo Castro
A consequência e a coerência do património de atitudes dos dirigentes do BE tem, forçosamente, de andar muito por baixo para se consentirem agir em conformidade com o que dias antes criticavam ao PCP. Ou melhor, na disputa dos restos da esquerda parece que, para alguns, pode valer tudo quando se trate de confronto por proeminências, em claro sinal de que a irresponsabilidade já não se deixa perturbar com o peso do ideológico e que vale tudo, mesmo rastejado, para chegar à meta antes do concorrente mais próximo.
Como alguém já disse, Francisco Louçã e o seu “inner circle” não estiveram à altura de saber digerir com sageza a derrota das presidenciais. Mal habituados a derrotas, pensando que os crescimentos e sucessos partidários são uma interminável colina ascendente, os bloquistas, face ao primeiro grande revés, assobiaram contra o vento e buscaram a saída tática que lhes desse alento e oportunidade de continuarem na primeira fila do benefício das pantalhas mediáticas. Ledo engano e pura estultícia. Óbvio se mostra que, desta vez, a opinião pública e a publicada já não perdoam mais grosserias irresponsáveis, sem tino e sem sentido político.
O generalizado clamor contra a proposta do BE assenta em muito na sua irrelevância política e na sua falta de real objecto. Por mais duro que seja o conteúdo frásico da anunciada moção, a verdade é que não passará de mais um discurso, contra o governo e contra a direita, assevera Pureza, mas, mesmo assim, nada mais que um texto proclamatório.
Ora brincar às moções de censura sem efeito prático, é tão inútil como Louçã apodou idêntica ideia, oriunda do PCP. Tão só dois dias antes de anunciar, de forma lapidar, a sua moção de censura, a um mês de vista…
Tais atitudes estultas e ocas de conteúdo costumam ser apresentadas como “case study” em qualquer manual de ciência política e habitualmente catalogadas como o paradigma do verbalismo radical de tendência oportunista.
Foi por aí que o BE, irresponsavelmente, optou, mesmo expondo-se, ou abrindo caminho, a futuras soluções que poderão conduzir a direita pura e dura aos corredores do poder.
Que depois o BE, e o PCP, se também lhe fugir o pé para a chinela do radicalismo verbalista, se não queixem sobre o leite azedo e derramado de um eventual governo de direita que destrua tudo o que se veio logrando em matéria de igualdade de direitos, de costumes ou de práticas de natureza social, educacional e de garantias em matérias de direitos laborais, para abordar tão só algumas das conquistas dos últimos 6 anos.
A moção de censura do Bloco de Esquerda é provavelmente o maior “flop” político da esquerda radical, desde que logrou entrar por direito próprio e constituir grupo parlamentar no Parlamento.
O BE salivou e escorregou na sofreguidão de se ver antecipado por uma simples “ideia abstrata” do PCP e ainda nem sequer o quis admitir.
Os seus eleitores e militantes mostram-se severamente dececionados. O país em nada beneficia com a inabilidade política do BE, e se o PSD demorar muitos dias a cortar as vazas às imponderações bloquistas, o país continuará a ser fustigado pela dúvida dos mercados.
O BE não tinha necessidade de ser tão comezinho e vulgar do ponto de vista tático. Teve uma recidiva na doença infantil do verbalismo radical. Que recupere depressa da recaída, antes que o seu eleitorado e os seus militantes se lembrem de um partido que dava pelo nome de PRD.
Osvaldo Castro
4 comentários:
O Bloco, os seus dirigentes, sem ligação à realidade (de resto como os messiânicos do PCP...)"divertem-se" a elaborar "jogos de cabeça".
Ele há uma espécie de autismo onanista, que tomou de assalto os bestuntos líderes bloquistas (parece que há divisões: Fazenda e os albaneses/estalinistas; a tendência trotskista/Gil Garcia e mais o Daniel Oliveira, e mais o Rui Bebiano e mais...e não se percebe o que é que anda por lá a mourejar o brilhante académico de Coimbra, José Manuel Pureza).
Parece que estamos a assistir às dores de parto prematuro, a fazer recordar a cesariana que significou a célebre/celebrada Moção de Censura botada pelo então PRD, apoiada pelo PS de então e que se transformou em 10 anos de Aníbal Cavaco Silva.
Os tempos são outros; as aritméticas parlamentares são diferentes, mas os oportunismos por aí campeiam em procura de pasto em prados édenicos.
Vamos ver o que isto vai dar.
Mas, basta o Paulo Portas, dizer "niet" (em alemão, como os submarinos)para a E-moção precária...se escafeder.
Abraço e bom trabalho na Comissão da Revisão Constitucional,
JA
Exprimi a minha opinião sobre o assunto, num post intitulado "Picardias do Bloco de Esquerda" que publiquei no sábado no blog
http://ponteeuropa.blogspot.com/
Caro José Albergaria,
Com desculpas pelos atrasos nas respostas aos comentários.
Subscrevo "in totum" o S/ excelente e abalizado Comentário...
Vamos ter de enfrentar com serenidade, mas determinação, a mescla de oportunismos que por aí campeia...!
Abraço,
OC
Caro Horta Pinto,
Claro que li o teu post até porque acompanho o Ponte Europa que vou adicionar ao meu blogroll.
Abraço,
OC
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