quarta-feira, 9 de novembro de 2011

OE2012: Governo não abordou questão da "folga" porque "infelizmente não existe folga nenhuma" – Marques Guedes

Lisboa, 09 nov (Lusa)

O secretário de Estado da Presidência afirmou hoje que o Conselho de Ministros não abordou a questão da "folga" orçamental invocada pelo PS porque, "infelizmente, não existe folga nenhuma" no Orçamento do Estado para 2012.

"De facto, o assunto não foi abordado, mas eu não quero deixar de dizer que não foi abordado porque, infelizmente, não existe folga nenhuma", declarou Luís Marques Guedes aos jornalistas, na conferência de imprensa sobre as conclusões do Conselho de Ministros.

O secretário de Estado da Presidência reiterou que, "infelizmente para o país e infelizmente para os portugueses, não há folgas no Orçamento do Estado" e observou: "De resto, era um pouco recorrente nos últimos anos a ideia de que havia folgas na despesa pública, e isso trouxe-nos onde nos trouxe".

O Governo PSD/CDS-PP elaborou "um orçamento de verdade e não um orçamento que tenha folgas", insistiu Marques Guedes, contrariando assim a tese do PS segundo a qual a proposta de Orçamento do Estado para 2012 inclui uma "almofada" de cerca de 900 milhões de euros.

Por outro lado, questionado se o executivo está preocupado com a subida dos juros dos títulos de dívida de Itália, Marques Guedes respondeu que "esse assunto não constou da agenda do Conselho de Ministros", escusando-se por isso a comentá-lo.

Em entrevista à TVI, na terça-feria à noite, o secretário-geral do PS, António José Seguro manteve a tese de que existe uma folga de cerca de 900 milhões de euros na proposta de Orçamento para 2012.

De acordo com António José Seguro, há verbas na ordem dos 450 milhões de euros que não vão transitar de 2011 para 2012 e há inscrição de verbas a mais nalgumas rubricas.

Como exemplos, o secretário-geral do PS apontou que o Governo inscreveu 124 milhões de euros a mais em relação ao valor a pagar à "troika" pela assistência financeira a Portugal e não contabilizou a descida dos juros a pagar pelo Estado, inscrevendo 200 milhões de euros a mais.

IEL (PMF)/Lusa

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