por:dn.pt- Lusa-Hoje
O primeiro-ministro socialista da Grécia deverá apresentar na segunda-feira a sua demissão ao Presidente da República, Carolos Papulias, para permitir a formação de um Governo de coligação.
O dia de hoje foi assinalado por intensas negociações políticas e quando se perspectiva um novo Executivo de coligação, de novo liderado pelo Partido Socialista Pan-Helénico (PASOK), e com o actual ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, figura de prova da ala da "esquerda intelectual", no cargo de primeiro-ministro.
"O novo Governo deverá integrar pequenos partidos com o PASOK", disse a mesma fonte do Governo à agência Lusa, que acrescentou estar a perspectivar-se a participação de formações de pólos políticos opostos, mas unidas em nome do "interesse nacional".
Os contactos envolvem a União Ortodoxa Radical (LAOS), uma formação da direita nacionalista radical dirigida pelo jornalista Georgios Karatzaferis que elegeu 15 deputados nas eleições de 2009; a Aliança Democrática (DA), dirigida por Dora Bakoyanis, filha do ex-primeiro-ministro conservador Kostas Mitsotakis e que conta cinco deputados.
A DA tem origem numa cisão parlamentar da Nova Democracia (ND, conservador e principal força de oposição grega); por último, também deverá integrar a coligação a Esquerda Democrática (DL) liderada por Fotris Kouvelis, com seis deputados no Parlamento e que também resultou de uma ruptura parlamentar do Syrizia (coligação da esquerda radical), que mantém sete deputados.
A DA e a DL, que surgiram no Parlamento helénico há cerca de um ano e meio, nunca se apresentaram a eleições.
O único obstáculo para a consumação desta nova coligação "esquerda-direita" parece residir na recusa do líder do LAOS em admitir que o novo primeiro-ministro seja um membro do PASOK, no poder desde Outubro de 2009 e que ainda garante uma maioria parlamentar, com 153 dos 300 deputados, após a "deserção" de seis parlamentares.
Um obstáculo que, no entanto, poderá se ultrapassado, como admitem diversos círculos políticos em Atenas.
Quanto à ND, que elegeu 91 deputados em 2009 após ter governado o país cinco anos e meio, parece ser a grande perdedora desta nova recomposição política, e deverá ficar afastada do novo Executivo helénico, à semelhança do Partido Comunista (KKE), que garante 21 deputados.
Analistas políticos em Atenas admitem uma nova cisão no grupo parlamentar conservador, com uma facção de deputados da ND disposta a apoiar o Executivo em preparação.
O novo Governo helénico poderá ter como função essencial fornecer uma imagem de "coesão interna" aos parceiros da União Europeia e credores internacionais do país, e quando em finais de Outubro foi legitimado um segundo "plano de resgate" de 130 mil milhões de euros, acompanhado pelo perdão de parte da dívida helénica e que vai implicar novas e draconianas medidas de austeridade.
O sinal que pretende ser emitido é simples: a Grécia quer permanece na UE e na zona euro.
O provável Governo de Venizelos, definido de "emergência e unidade nacional", deverá permanecer em funções até que existam condições políticas para a convocação de eleições legislativas antecipadas, que segundo diversos observadores em Atenas poderão ocorrer num prazo de quatro a seis meses.
A recente "humilhação" do primeiro-ministro grego na cimeira do G20 em Cannes - onde compareceu após exigência da chanceler alemã, Angela Merkel, e do Presidente francês, Nicolas Sarkozy, acabou por gerar os recentes desenvolvimentos políticos.
O ainda primeiro-ministro foi muito criticado pelos seus poderosos colegas europeus sobre a decisão em convocar o referendo, que originou uma reação muito negativa dos mercados. Uma situação que apanhou de surpresa o seu próprio partido, mas que acabou por ser solucionada pelo próprio Papandereou, que fim "renunciou" à ideia.
No rescaldo deste complexo "puzzle" político, Papandreou, nome de uma das mais ilustres linhagens políticas da Grécia, abandona o poder com alguma dignidade. E tranquiliza um pouco o país, a UE, e os mercados.
Na noite de sexta-feira, junto ao Parlamento, o epicentro de todos os protestos que têm assolado a turbulenta Grécia, viveu-se uma das noites mais tranquilas dos últimos meses.
O primeiro-ministro socialista da Grécia deverá apresentar na segunda-feira a sua demissão ao Presidente da República, Carolos Papulias, para permitir a formação de um Governo de coligação.
O dia de hoje foi assinalado por intensas negociações políticas e quando se perspectiva um novo Executivo de coligação, de novo liderado pelo Partido Socialista Pan-Helénico (PASOK), e com o actual ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, figura de prova da ala da "esquerda intelectual", no cargo de primeiro-ministro.
"O novo Governo deverá integrar pequenos partidos com o PASOK", disse a mesma fonte do Governo à agência Lusa, que acrescentou estar a perspectivar-se a participação de formações de pólos políticos opostos, mas unidas em nome do "interesse nacional".
Os contactos envolvem a União Ortodoxa Radical (LAOS), uma formação da direita nacionalista radical dirigida pelo jornalista Georgios Karatzaferis que elegeu 15 deputados nas eleições de 2009; a Aliança Democrática (DA), dirigida por Dora Bakoyanis, filha do ex-primeiro-ministro conservador Kostas Mitsotakis e que conta cinco deputados.
A DA tem origem numa cisão parlamentar da Nova Democracia (ND, conservador e principal força de oposição grega); por último, também deverá integrar a coligação a Esquerda Democrática (DL) liderada por Fotris Kouvelis, com seis deputados no Parlamento e que também resultou de uma ruptura parlamentar do Syrizia (coligação da esquerda radical), que mantém sete deputados.
A DA e a DL, que surgiram no Parlamento helénico há cerca de um ano e meio, nunca se apresentaram a eleições.
O único obstáculo para a consumação desta nova coligação "esquerda-direita" parece residir na recusa do líder do LAOS em admitir que o novo primeiro-ministro seja um membro do PASOK, no poder desde Outubro de 2009 e que ainda garante uma maioria parlamentar, com 153 dos 300 deputados, após a "deserção" de seis parlamentares.
Um obstáculo que, no entanto, poderá se ultrapassado, como admitem diversos círculos políticos em Atenas.
Quanto à ND, que elegeu 91 deputados em 2009 após ter governado o país cinco anos e meio, parece ser a grande perdedora desta nova recomposição política, e deverá ficar afastada do novo Executivo helénico, à semelhança do Partido Comunista (KKE), que garante 21 deputados.
Analistas políticos em Atenas admitem uma nova cisão no grupo parlamentar conservador, com uma facção de deputados da ND disposta a apoiar o Executivo em preparação.
O novo Governo helénico poderá ter como função essencial fornecer uma imagem de "coesão interna" aos parceiros da União Europeia e credores internacionais do país, e quando em finais de Outubro foi legitimado um segundo "plano de resgate" de 130 mil milhões de euros, acompanhado pelo perdão de parte da dívida helénica e que vai implicar novas e draconianas medidas de austeridade.
O sinal que pretende ser emitido é simples: a Grécia quer permanece na UE e na zona euro.
O provável Governo de Venizelos, definido de "emergência e unidade nacional", deverá permanecer em funções até que existam condições políticas para a convocação de eleições legislativas antecipadas, que segundo diversos observadores em Atenas poderão ocorrer num prazo de quatro a seis meses.
A recente "humilhação" do primeiro-ministro grego na cimeira do G20 em Cannes - onde compareceu após exigência da chanceler alemã, Angela Merkel, e do Presidente francês, Nicolas Sarkozy, acabou por gerar os recentes desenvolvimentos políticos.
O ainda primeiro-ministro foi muito criticado pelos seus poderosos colegas europeus sobre a decisão em convocar o referendo, que originou uma reação muito negativa dos mercados. Uma situação que apanhou de surpresa o seu próprio partido, mas que acabou por ser solucionada pelo próprio Papandereou, que fim "renunciou" à ideia.
No rescaldo deste complexo "puzzle" político, Papandreou, nome de uma das mais ilustres linhagens políticas da Grécia, abandona o poder com alguma dignidade. E tranquiliza um pouco o país, a UE, e os mercados.
Na noite de sexta-feira, junto ao Parlamento, o epicentro de todos os protestos que têm assolado a turbulenta Grécia, viveu-se uma das noites mais tranquilas dos últimos meses.
Sem comentários:
Enviar um comentário