sábado, 19 de maio de 2012

"Relvas sem condições para continuar", diz sindicato

O Sindicato dos Jornalistas exige esclarecimento sobre as ameaças ao jornal  "Público" e diz que a confirmarem-se as acusações, o ministro deixará de ter condições para manter-se no Governo.
O Sindicato dos Jornalistas exige o cabal esclarecimento do caso das ameaças alegadamente feitas pelo ministro Miguel Relvas ao "Público" e a uma jornalista do jornal e vai pedir a intervenção do regulador do setor e da Comissão Parlamentar de Liberdades e Garantias.(ler também aqui)
O anúncio foi feito na sexta-feira, em comunicado, depois de o Conselho de Redação do Público ter denunciado que o ministro Ajunto e dos Assuntos Parlamentares, que tutela a comunicação social, ameaçou com um "blackout" do Governo ao jornal, uma queixa ao regulador do setor e com a divulgação na Internet de dados da vida privada de uma jornalista do diário, se fosse publicada uma determinada notícia.
A notícia, da autoria de Maria José Oliveira, pretendia evidenciar "as incongruências" das declarações de Miguel Relvas, na terça-feira, no Parlamento, sobre o caso das Secretas. Contudo, o texto não foi publicado, justificando a direção do jornal que "não havia matéria publicável", tendo a decisão sido tomada antes de conhecer as ameaças do ministro, já refutadas pelo seu gabinete.
Esclarecimento cabal
Em comunicado, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) considera que "devem ser cabalmente esclarecidas as acusações", pelo que a direção "vai pedir ao Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social e à Comissão de Direitos, Liberdades e Garantias da Assembleia da República a averiguação urgente das imputações feitas".
Na nota, o SJ realça que, "a serem verdadeiras, as imputações feitas pelo Conselho de Redação" do Público ao ministro, as mesmas "revestem de uma gravidade extrema", atendendo a que Miguel Relvas é "titular de um cargo público, além do mais ministro, e especialmente por ser o membro do Governo responsável pela área da comunicação social".
A confirmarem-se as acusações, sustenta o sindicato, o ministro "deixaria de ter condições para manter-se no Governo".
Expresso,Sábado-19/05/2012

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