quarta-feira, 5 de maio de 2010

Governo/TVI: Entrevista de Zeinal Bava decidiu Governo

Lisboa, 05 mai (Lusa)
"- O ministro da Presidência afirmou hoje que foi a entrevista do presidente da comissão executiva da PT a “defender o negócio” da compra da TVI que “tornou necessário” que o Governo comunicasse formalmente a sua oposição ao negócio.

“Foi portanto essa entrevista do engenheiro Zeinal Bava que defendeu, aliás brilhantemente, esse negócio de acordo com os interesses estratégicos da PT, que tornou necessário, justificável e bastante compreensível para quem esteja de boa fé que o Governo tenha no dia seguinte a necessidade” de comunicar formalmente a oposição ao negócio.

Pedro Silva Pereira respondia aos jornalistas à saída da comissão de inquérito onde prestou depoimento sobre a atuação do Governo na tentativa de compra da TVI pela PT.

Desde a audição do presidente da PT, Henrique Granadeiro, na semana passada, que os deputados da oposição têm levantado uma dúvida: se o primeiro ministro foi informado pelo presidente da PT, na noite do dia 25 de junho de 2009, que o negócio não iria para a frente, porque é que o Governo decidiu convocar uma reunião com a PT para o dia seguinte para lhe comunicar que se opõe ao negócio?

Confrontado com essa questão pelos jornalistas, Silva Pereira admitiu que o primeiro ministro teve, da parte de Granadeiro, “uma informação” sobre “a inviabilização” do negócio na noite de 25 de junho, mas frisou que “à mesma hora o engenheiro Zeinal Bava estava na televisão [na RTP] a defender o negócio”.

O objetivo do Governo, disse Pedro Silva Pereira, foi “clarificar formalmente e publicamente a sua posição de oposição a esse negócio” para que “não restasse nenhuma suspeita” de que o Governo pretendia interferir na linha editorial da TVI.

À saída da reunião, o ministro criticou o deputado do BE João Semedo de “ter feito acusações com ligeireza” e de ter “ideias preconcebidas”.

“É verdade que do que vi hoje aqui, que o deputado especialmente investido como relator desta comissão, primeiro tira as conclusões e depois faz as perguntas. Isso não é nada animador” em matéria de isenção, disse Pedro Silva Pereira.

Para o ministro, “é a credibilidade do Parlamento que está em causa”.

Tal como tinha feito na reunião da comissão, Silva Pereira afirmou que “é totalmente infundada a acusação” de que teria tido acesso a informação privilegiada no dia 25 de junho de 2009.

“Percebo que há deputados que têm uma tese para tentar salvar, a de que o primeiro ministro mentiu ao Parlamento” quando disse no dia 24 de junho não ter sido informado sobre a tentativa de compra da TVI pela PT.

Silva Pereira sublinhou ainda que “das 80 perguntas” que os deputados da comissão vão enviar ao primeiro ministro “não há nenhuma que o confronte com o contrário do que ele disse”.

SF/Lusa
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

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