O primeiro dia da cimeira do G20 foi dominado pela Grécia, com os líderes das principais economias a tentarem estancar o agravamento da crise na zona euro depois do primeiro-ministro grego ter anunciado um referendo ao plano de resgate europeu.
A meio da tarde, quando chegaram notícias de que George Papandreou admitia recuar na intenção de chamar os gregos a pronunciarem-se sobre o acordo alcançado no final de outubro, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, elogiou o “sentido de responsabilidade” do partido da oposição na Grécia, realçando que os líderes europeus têm de enviar uma “mensagem de credibilidade para todo o mundo”.
Enquanto se suspirava de alívio no Palácio de Festivais, em Cannes, o anfitrião da cimeira do G20 dizia aos jornalistas que “quando se tomam decisões têm que ser aplicadas e, quando se definem regras, têm que ser cumpridas”, alertando que a desaceleração da economia vai além do “mundo desenvolvido”.
À chegada à reunião, o primeiro-ministro britânico já tinha começado a escrever a mensagem de credibilidade da economia da zona euro, revelando que o Reino Unido está disponível para aumentar a sua participação nos empréstimos que o Fundo Monetário Internacional (FMI) faz aos países em dificuldades financeiras.
“Estou aqui para salvaguardar a economia britânica”, afirmou David Cameron, citado pela agência de informação Bloomberg, sublinhando que, apesar de estar disponível para aumentar a contribuição britânica, não concorda com o investimento direto do FMI no fundo de resgate dos países em dificuldade.
Do outro lado do Atlântico, o presidente dos Estados Unidos considerou que a União Europeia já deu alguns “passos importantes” para combater a crise das dívidas soberanas, mas alertou para a necessidade de definir "detalhes" do plano de resgate da zona euro, instando a chegar a uma solução abrangente.
“Aqui no G20 vamos ter de definir os detalhes de como [o plano de resgate da zona euro] poderá ser implementado total e decididamente”, disse Barack Obama em Cannes, ao início da manhã, na conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo francês.
O alerta para o perigo de uma reação em cadeia provocada pela crise das dívidas soberanas na União Europeia soou também pela voz do primeiro-ministro japonês, considerando que “é preciso evitar uma reação em cadeia criada por problemas orçamentais em alguns países”.
“Esta situação tem um grande impacto sobre a economia real na Europa e fora da Europa, nos países emergentes”, declarou Yoshihiko Noda, numa mesa redonda organizada por organizações patronais dos países do G20.
O chefe do Governo nipónico chamou a atenção para a experiência japonesa de injeção massiva de fundos públicos no sistema financeiro, nos anos 90 e no início do século XXI, para solucionar uma crise grave nos bancos do país. “Não podemos deixar que economia real sofra para além dos limites”, declarou, realçando que “em caso de falência, é preciso injetar capitais no sistema de imediato”, acrescentou.
Entretanto, os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, Durão Barroso e Herman Van Rompuy, declararam que a União Europeia (UE) continuará a trilhar o caminho para a aplicação de um imposto sobre as transações financeiras, através de uma carta conjunta divulgada na cimeira.
A cimeira com o grupo de 19 maiores potências económicas e da União Europeia, que em conjunto representam 80 por cento do PIB mundial, prossegue na sexta-feira, aguardando os ecos de Atenas, onde decorrem negociações do primeiro-ministro com o partido da oposição de direita para um governo de coligação.
JNM/(MBA)/Lusa
A meio da tarde, quando chegaram notícias de que George Papandreou admitia recuar na intenção de chamar os gregos a pronunciarem-se sobre o acordo alcançado no final de outubro, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, elogiou o “sentido de responsabilidade” do partido da oposição na Grécia, realçando que os líderes europeus têm de enviar uma “mensagem de credibilidade para todo o mundo”.
Enquanto se suspirava de alívio no Palácio de Festivais, em Cannes, o anfitrião da cimeira do G20 dizia aos jornalistas que “quando se tomam decisões têm que ser aplicadas e, quando se definem regras, têm que ser cumpridas”, alertando que a desaceleração da economia vai além do “mundo desenvolvido”.
À chegada à reunião, o primeiro-ministro britânico já tinha começado a escrever a mensagem de credibilidade da economia da zona euro, revelando que o Reino Unido está disponível para aumentar a sua participação nos empréstimos que o Fundo Monetário Internacional (FMI) faz aos países em dificuldades financeiras.
“Estou aqui para salvaguardar a economia britânica”, afirmou David Cameron, citado pela agência de informação Bloomberg, sublinhando que, apesar de estar disponível para aumentar a contribuição britânica, não concorda com o investimento direto do FMI no fundo de resgate dos países em dificuldade.
Do outro lado do Atlântico, o presidente dos Estados Unidos considerou que a União Europeia já deu alguns “passos importantes” para combater a crise das dívidas soberanas, mas alertou para a necessidade de definir "detalhes" do plano de resgate da zona euro, instando a chegar a uma solução abrangente.
“Aqui no G20 vamos ter de definir os detalhes de como [o plano de resgate da zona euro] poderá ser implementado total e decididamente”, disse Barack Obama em Cannes, ao início da manhã, na conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo francês.
O alerta para o perigo de uma reação em cadeia provocada pela crise das dívidas soberanas na União Europeia soou também pela voz do primeiro-ministro japonês, considerando que “é preciso evitar uma reação em cadeia criada por problemas orçamentais em alguns países”.
“Esta situação tem um grande impacto sobre a economia real na Europa e fora da Europa, nos países emergentes”, declarou Yoshihiko Noda, numa mesa redonda organizada por organizações patronais dos países do G20.
O chefe do Governo nipónico chamou a atenção para a experiência japonesa de injeção massiva de fundos públicos no sistema financeiro, nos anos 90 e no início do século XXI, para solucionar uma crise grave nos bancos do país. “Não podemos deixar que economia real sofra para além dos limites”, declarou, realçando que “em caso de falência, é preciso injetar capitais no sistema de imediato”, acrescentou.
Entretanto, os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, Durão Barroso e Herman Van Rompuy, declararam que a União Europeia (UE) continuará a trilhar o caminho para a aplicação de um imposto sobre as transações financeiras, através de uma carta conjunta divulgada na cimeira.
A cimeira com o grupo de 19 maiores potências económicas e da União Europeia, que em conjunto representam 80 por cento do PIB mundial, prossegue na sexta-feira, aguardando os ecos de Atenas, onde decorrem negociações do primeiro-ministro com o partido da oposição de direita para um governo de coligação.
JNM/(MBA)/Lusa
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