quarta-feira, 16 de maio de 2012

Dilma chorou ao dar posse à comissão que vai investigar crimes da ditadura

A presidente brasileira Dilma Rousseff emocionou-se nesta quarta-feira, em Brasília, ao dar posse à Comissão da Verdade que ao longo dos próximos dois anos vai investigar os crimes da ditadura brasileira.
“Não nos move o revanchismo, o ódio nem o desejo de reescrever a história, mas mostrar o que aconteceu, sem camuflagem, sem vetos, por isso, muito me alegra estar acompanhada por todos os presidentes que me antecederam”, disse, perante José Sarney, Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso e Lula da Silva.
Durante a ditadura militar (1964-1985), Dilma esteve presa três anos e foi torturada. Está entre os milhares de brasileiros que foram vítimas da repressão, entre os quais se contam cerca de 400 mortos ou desaparecidos. 
O Brasil esperou décadas por uma investigação. E ao dar posse oficial aos sete nomes que escolheu para liderar esse trabalho, a Presidente chorou: “A desinformação não ajuda a apaziguar. A sombra e a mentira não são capazes de promover a concórdia. O Brasil e a nação merecem a verdade. É como se disséssemos que existem filhos sem pais, mortos sem túmulos. Nunca, nunca mesmo pode existir uma voz sem história. Uma frase que se atribui a Galileu Galilei diz que ‘a verdade é filha do tempo, e não da autoridade’. Eu diria que a força pode esconder a verdade, mas o tempo acaba por trazer a luz, e esse tempo chegou.”A lista de sete nomes inclui a advogada que defendeu Dilma na ditadura, Rosa Maria Cardoso da Cunha, aplaudida de pé durante a cerimónia, quando o seu nome foi chamado. Os restantes são José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça; Gilson Dipp, ministro do Superior Tribunal de Justiça; Claudio Fonteles, ex-procurador-geral da República; Paulo Sérgio Pinheiro, advogado e ex-secretário de Direitos Humanos; Maria Rita Kehl, psicanalista e escritora; e o advogado José Paulo Cavalcanti Filho.
As escolhas têm sido acolhidas com elogios nos vários sectores da sociedade brasileira, e dos militares não se ouviram críticas explícitas. 
Alexandra Lucas Coelho,Publico-12/05/2012

3 comentários:

folha seca disse...

Caro Osvaldo
É importante que lá como cá(e no resto do mundo) "não se deixe apagar a memória". Os mortos os exilados os incorporados à força nas F. Armadas, os presos os deportados e as vítimas das mais diversas arbitrariedades devem ser lembrados e se possível julgar os culpados.
Abraço meu caro.
Rodrigo
Sabes estava a tentar encontrar inspiração para escrever sobre a 5ª Feira de Ascensão. Mas estou meio "bloqueado". Não queres escrever sobre isso? Eu plagio.

folha seca disse...

Caro Osvaldo
Partilhei o teu post na Página do facebook do Alípio Cristiano de Freitas. Sim aquele da cantiga do Zeca.
Desculpa o Abuso.
abraço

Osvaldo Castro disse...

Abraço, Caro Rodrigo, por seres um dos militantes que se bate pela sobrevivência da Memória...
Um abraço pela tua longa viagem a Aljustrel, que bem recordo...
E um abraço pela "estória" que contas a propósito do Dia da Espiga...e dos mineiros cantores...
OC