quinta-feira, 3 de maio de 2012

Presidenciais em França: Bayrou, líder centrista, dá o seu voto a Hollande


03.05.2012 - Por:Público/Isabel Arriaga e Cunha
François Hollande recebeu esta quinta-feira um apoio simbólico de peso de François Bayrou, o líder do partido centrista (MoDem), que lhe garantiu, a título pessoal, o seu voto na segunda volta das presidenciais de domingo.
Anunciada ao princípio da noite, a posição de Bayrou constituiu um verdadeiro balde de água fria para Nicolas Sarkozy, o Presidente conservador cessante. A surpresa foi tanto maior quanto o líder centrista tem assumido posições muito críticas face ao programa económico do candidato socialista, chegando mesmo a considerá-lo “uma catástrofe”. 
Numa curta declaração à imprensa que tinha anunciado para depois do debate decisivo de quarta-feira entre os dois candidatos, Bayrou justificou a sua escolha pela “violência” da campanha de Sarkozy na “corrida” ao voto da extrema-direita com posições anti-imigração que constituem uma “contradição dos valores” dos centristas e “uma negação do projecto europeu”. 
Bayrou sublinhou que não dará indicação de votos aos seus 3 milhões de eleitores (9%) da primeira volta das eleições. Mas, frisou “não quero votar em branco, seria uma indecisão e nas actuais circunstâncias a indecisão é impossível. Resta o voto em favor de François Hollande, e essa é a minha opção”. 
A posição de Bayrou foi interpretada pelos próximos de Sarkozy como a expressão da sua inimizade pessoal com o Presidente e uma manobra táctica para se colocar desde já ao lado do provável vencedor de domingo. 
Apesar de constituir uma bomba no plano simbólico, a posição de Bayrou não deverá alterar a relação de forças entre os dois candidatos, tanto mais que as sondagens já estão a integrar a partilha dos eleitores do MoDem entre ambos. 
Novas sondagens publicadas depois do debate mais esperado de toda a campanha, na quarta-feira, continuam a apontar para uma diferença de 6 a 8 pontos percentuais entre os dois a favor de Hollande. O que significa, segundo os analistas, que o debate, seguido por quase 18 milhões de telespectadores, não alterou o panorama eleitoral. 

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