“É tempo de passar a outra vida.” A afirmação é de Francisco Louçã, em Maio, na reunião da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda. Mas a decisão está agora tomada em absoluto. Os dez mil militantes do partido ficaram esta noite a saber, na página do Facebook de Louçã, que em Novembro já não estará na coordenação do partido.
A três meses da convenção e 13 anos depois da sua fundação, o BE prepara-se para renovar o núcleo dirigente e trazer para a primeira linha os dois deputados eleitos pelo Porto: João Semedo e Catarina Martins. Em declarações ao PÚBLICO, Louçã assumiu esta hipótese, classificando-a como “de grande consenso”, que une “a capacidade de diálogo” do médico Semedo e “a renovação geracional” da actriz Catarina Martins. Explicou que uma liderança bicéfala é mais indicativa do trabalho colectivo e, ao contemplar um homem e uma mulher, representa “a sociedade tal como ela é no século XXI”.
“O argumento de que esta hipótese é de meios líderes é uma tentativa fracassada de os vulnerabilizar. Esta solução ganhou consenso e ganha força. Tenho muita confiança nesta solução. A decisão não compete ao núcleo de direcção, podem surgir outras opções”, argumenta o líder. Luís Fazenda, outro dos fundadores e actual líder parlamentar, deixará livre a direcção da bancada bloquista. O lugar poderá ser ocupado, segundo vários dirigentes ouvidos pelo PÚBLICO, por Pedro Filipe Soares.
Conforme o PÚBLICO noticiou a semana passada, o BE faz contas de paridade. A sugestão de coordenação bicéfala de um homem e uma mulher, já defendida por Miguel Portas, partiu do próprio Francisco Louçã. Na carta divulgada online, o bloquista escreve: “Para pensar esse novo modelo de direcção fiz uma única sugestão: que a nova representação do Bloco seja assegurada por um homem e uma mulher.” O BE tem agendada uma reunião da Mesa Nacional para 22 de Setembro, mas a comissão política analisará as propostas à liderança no início do mês.(LER MAIS)
17.08.2012 - 23:02 Por:Público, Rita Brandão Guerra
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