Desde que o Governo diminuiu o desconto aplicado aos passes sociais para idosos, em Fevereiro, quase 42 mil idosos da Grande Lisboa deixaram de comprar o passe destinado à terceira idade, segundo dados revelados à Lusa pela Carris.
De acordo com a empresa, no primeiro semestre do ano passado 242.717 pessoas compraram o passe Navegante Urbano 3ª idade (Carris, Metro e CP na zona urbana), um número que nos primeiros seis meses deste ano desceu para 200.876, correspondendo a uma redução de mais de 17%, ou seja menos 41.841 pessoas.
Além dos vários aumentos de preços que os tarifários sofreram no último ano, em Fevereiro o Governo decidiu diminuir o desconto que os idosos beneficiavam na compra do passe social, que passou dos 50 para os 25%.
Além dos idosos, também os restantes utentes estão a reduzir a utilização dos transportes públicos. A Carris perdeu 25 milhões de passageiros no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2011, segundo os dados revelados ao PÚBLICO.
No ano passado foram transportados 118,3 milhões de passageiros, um número que caiu este ano para 93,3 milhões (ou seja, menos 21,1%).
Por seu lado, o Metropolitano de Lisboa registou uma redução de 11,5 milhões de passageiros, tendo passado dos 92,2 registados nos primeiros seis meses de 2011 para os 80,7 registados este ano.
Na Transtejo, a queda foi menos acentuada: menos 1,5 milhões de pessoas viajaram de barco no Tejo entre Lisboa e a Margem Sul. A empresa teve nos primeiros seis meses do ano passado 14 milhões de passageiros, número que caiu para os 12,5 este ano.
Ouvido pela Lusa, o presidente do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP), Carlos Braga, lamenta os números mas afirma que as pessoas “não têm dinheiro para adquirir tudo”. “Com os aumentos da água, do gás, da luz, a reforma reduzida e os subsídios roubados, as pessoas têm de fazer opções e optam por ir comendo”, considera.
Frisando que o aumento do passe 3ª idade atinge sobretudo “pessoas já com mobilidade muito mais reduzida”, o presidente do MUSP lamenta que crie também “condições para que fiquem cada vez mais isolados”.
04.08.2012 -Por: Público, Lusa
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