Creio que toda a gente já terá entendido que a decisão do 1º ministro de acabar abruptamente com a tolerância de ponto do carnaval se está revelar verdadeiramente desastrosa. Não apenas pelo conteúdo substantivo do “diktat” com que Passos Coelho eivou a decisão, mas também pelo modo como a justificou, ou seja, um estilo abundantemente subserviente e reverente aos trabalhos da troika, para além do “timing” irrealista e ignoto como a anunciou.
É que Passos Coelho tinha a obrigação de bem recordar a catástrofe em que incorreu, em 1993, o seu homólogo de então, o 1º ministro Cavaco Silva. Como é do conhecimento geral e histórico, Cavaco iniciou com decisão similar o seu inabalável declínio que terminou com a vitória socialista em Outubro de 1995, pese embora o facto de Cavaco ter tentado “corrigir o tiro” não fazendo retirar a tolerância no ano de 1994.
O que vale por dizer que Passos vai ser o principal derrotado pelo desconchavo como tratou de forma arrogante a matéria do carnaval. É que, como é bem sabido, Passos vai confrontar-se com a desobediência de milhares de autarcas, “maxime” do PSD, dos principais municípios e dos governos regionais, para além de vastos setores da economia, da banca às maiores empresas, onde vigoram contratos coletivos que inscrevem e respeitam a tradição do carnaval. Sem falar na generalidade dos diversos níveis de ensino, a que se somam hospitais e tribunais onde há muito se definiu que só o serviço urgente seria efetuado.
Ou seja, a próxima terça-feira de carnaval vai ser um dia de verdadeira paralisação nacional reforçada e o 1º ministro e respetivo séquito vão entrar na história dos “momos”, ou por outra, dos “bufões”. Óbvio que Passos Coelho se defenderá invocando a propalada “coerência” das imposições recentes dos feriados, prouvera retorquindo com o infelizmente célebre “custe o que custar”, o que, por se tratar de um bordão de linguagem do ditador espanhol Franco, aconselharia a que Passos o devesse evitar, por mera questão de bom senso e de bom gosto.
Tudo para que conste que este é o mesmo 1ºministro que vilipendiou os portugueses apodando-os de “piegas” entre outros impropérios, num registo discursivo verdadeiramente inenarrável e grosseiro, mais próprio de quem pretende amedrontar e aterrorizar os cidadãos que sofrem os sucessivos acréscimos do desemprego, o aumento da austeridade vazada em cima da austeridade, os cortes dos subsídios de férias e de Natal, a que acresce a recente baixa do produto interno bruto (PIB) e a consequente e inevitável ausência de medidas que favoreçam o crescimento económico.
Passos Coelho, a ver também pelo desgoverno e má coordenação do executivo, de que os dislates de Relvas, afrontando o Parlamento, não indiciam nada de primaveril, vai passar um mau bocado com a batalha perdida em que se transformou o despautério carnavalesco. Pode passar-lhe por cima o vagão pesado da derrota e a consequente demissão.
É que Passos Coelho tinha a obrigação de bem recordar a catástrofe em que incorreu, em 1993, o seu homólogo de então, o 1º ministro Cavaco Silva. Como é do conhecimento geral e histórico, Cavaco iniciou com decisão similar o seu inabalável declínio que terminou com a vitória socialista em Outubro de 1995, pese embora o facto de Cavaco ter tentado “corrigir o tiro” não fazendo retirar a tolerância no ano de 1994.
O que vale por dizer que Passos vai ser o principal derrotado pelo desconchavo como tratou de forma arrogante a matéria do carnaval. É que, como é bem sabido, Passos vai confrontar-se com a desobediência de milhares de autarcas, “maxime” do PSD, dos principais municípios e dos governos regionais, para além de vastos setores da economia, da banca às maiores empresas, onde vigoram contratos coletivos que inscrevem e respeitam a tradição do carnaval. Sem falar na generalidade dos diversos níveis de ensino, a que se somam hospitais e tribunais onde há muito se definiu que só o serviço urgente seria efetuado.
Ou seja, a próxima terça-feira de carnaval vai ser um dia de verdadeira paralisação nacional reforçada e o 1º ministro e respetivo séquito vão entrar na história dos “momos”, ou por outra, dos “bufões”. Óbvio que Passos Coelho se defenderá invocando a propalada “coerência” das imposições recentes dos feriados, prouvera retorquindo com o infelizmente célebre “custe o que custar”, o que, por se tratar de um bordão de linguagem do ditador espanhol Franco, aconselharia a que Passos o devesse evitar, por mera questão de bom senso e de bom gosto.
Tudo para que conste que este é o mesmo 1ºministro que vilipendiou os portugueses apodando-os de “piegas” entre outros impropérios, num registo discursivo verdadeiramente inenarrável e grosseiro, mais próprio de quem pretende amedrontar e aterrorizar os cidadãos que sofrem os sucessivos acréscimos do desemprego, o aumento da austeridade vazada em cima da austeridade, os cortes dos subsídios de férias e de Natal, a que acresce a recente baixa do produto interno bruto (PIB) e a consequente e inevitável ausência de medidas que favoreçam o crescimento económico.
Passos Coelho, a ver também pelo desgoverno e má coordenação do executivo, de que os dislates de Relvas, afrontando o Parlamento, não indiciam nada de primaveril, vai passar um mau bocado com a batalha perdida em que se transformou o despautério carnavalesco. Pode passar-lhe por cima o vagão pesado da derrota e a consequente demissão.
Osvaldo Castro
2 comentários:
Caro Osvaldo
Excelente! Frontal!
Vou-te surripiar o post.
Grande Abraço
PS: Tinha escrito outro comentário, mas acho que se perdeu
É mesmo assim. Com muita estima.
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