sexta-feira, 4 de março de 2011

Paula Rego expõe 110 obras em São Paulo

Mulheres Guerreiras


São Paulo, Brasil, 04 mar (Lusa)

Uma exposição apresentará, em São Paulo, no Brasil, 110 obras, entre pinturas, gravuras, desenhos e colagens, dos últimos 56 anos da carreira da artista portuguesa Paula Rego, anunciaram os organizadores.

A mostra, promovida pela Pinacoteca do Estado de São Paulo, um dos mais importantes museus da maior cidade brasileira, estará patente ao público entre 19 de março a 05 de junho.

A mostra já foi apresentada no Museo de Arte Contemporánea de Monterrey, no México, e tem a curadoria de Marco Livingstone, historiador artístico inglês, salientaram os organizadores num comunicado.

“Paula produziu de maneira consistente uma obra que se comunica de forma poderosa e direta com todos que possuem um sentido de compaixão e justiça social”, referiu o curador no comunicado.

Apresentada em ordem cronológica, a mostra exibirá todas as fases da produção de Paula Rego, entre 1953 e 2009.

A mostra inicia-se com as primeiras pinturas realizadas nos anos 1950, quando a artista era uma jovem estudante de arte, e passa pelos desenhos e gravuras, até aos pastéis em grandes formatos.

As primeiras salas da mostra exibem obras como: Celebration (The Birthday Party), 1953, e Life Painting, 1954.

Entre os trabalhos realizados nos anos 1980 estão as pinturas em grandes dimensões como The Policeman’s Daughter, The Maids, The Family e The Cadet and His Sister.

Nos anos 1990, Paula Rego começou a trabalhar com pastel criando imagens em grande formato (120 x 160 centímetros) a partir de modelos humanos.

A mostra incluirá igualmente a série Abortion (1997), produzida com a intenção de chamar a atenção das autoridades portuguesas para a questão do aborto.

No mesmo período, a literatura serviu de inspiração para a artista que criou trabalhos como The Company of Women e Angel, a partir do romance “O crime do Padre Amaro”, de Eça de Queiroz.

A mostra termina com trabalhos realizados nos anos 2000, fase em que Paula Rego retratou a sua história pessoal, como em Misericórdia I, que mostra a morte da mãe da artista.

Nas obras The Pillowman (2004) e The Fisherman (2005), Paula Rego combina motivos literários com recordações das roupas vestidas por seu pai.

Já em Human Cargo (2007-2008) e na série Female Circumcision (2009), a artista mostra o tráfico de seres humanos e a mutilação genital feminina.

MAN/Lusa

2 comentários:

Ana Brito disse...

Caro Amigo Osvaldo
Conheço bem duas Galerias de Arte de São Paulo que sempre visito aquando das minhas deslocações a esta cidade e que primam pela qualidade das obras expostas pelo que deixo aqui uma referência a João Gomes - um português há muito radicado na cidade e que se encontra à frente de uma das galerias de arte da cidade Paulista.
Penso que as obras de Paula Rego constituem uma mais valia da representação artística portuguesa e contextualizam e interpretam os vários percursos, materiais e técnicas utilizados pela artista que, assim, responde com comentários aprofundados a obras particulares neste avultado manancial. Acresce que a discussão de temas como o desenho de modelo, o poder do pessoal e do imaginário ou a relação entre arte, vida e cinema , revelam-se novos pontos de vista face a várias obras actualmente disponíveis.
Grande Abraço com Amizade :)
Ana Brito

Carta a Garcia disse...

Cara Ana Brito,

Congratulo-me com o conhecimento que possui de Galerias de Arte de S.Paulo e por saber que conhece João Gomes que só conheço de referências dos meios artísticos...mas de quem só tenho referências muito abonatórias.
Creio, que por tudo o que diz, mas também pelo prestígio da pintora, Paula Rego, vai fazer sucesso em São Paulo...!
Abraço Amigo,
OC