O secretário-geral do PS, José Sócrates, acusou hoje o PSD de já se ter rendido ao FMI e de pretender de forma “disfarçada” impor a sua agenda “liberal” através da intervenção daquela instituição. Sócrates referiu-se às palavras do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, segundo as quais não se deve demonizar o Fundo Monetário Internacional (FMI), para defender que “esse é o ato de quem já se rendeu, esse é o ato de quem não percebeu as consequências que isso teria para o nosso país”.
“É por isso que este é o momento também para os portugueses escolherem entre aqueles que querem fazer um programa de ajuda externa, aqueles que querem o FMI e aqueles que darão tudo, o seu melhor, para que Portugal não tenha que pedir ajuda externa, não tenha nenhum programa com FMI”, afirmou.
O recém-reeleito secretário-geral socialista defendeu que “as medidas impostas por esses programas são muito mais nocivas para a qualidade de vida dos portugueses”. “Impõem uma agenda liberal que eu não estou disponível para aceitar”, declarou.
“Compreendo também que um partido como o PSD, que defende aqui em Portugal não deve haver limitação constitucional ao despedimento por justa causa, que não deve haver um Serviço Nacional de Saúde para todos e tendencialmente gratuito, um sistema público de ensino, eu percebo que um acordo com o FMI seja uma forma disfarçada de imporem a sua agenda”, acusou.
Numa intervenção muito violenta, Sócrates multiplicou os adjetivos para caracterizar a atitude da oposição ao abrir uma crise política com o chumbo do PEC, falando em “puro egoísmo partidário”, motivado pela “sofreguidão” em chegar ao poder, “prova de imaturidade” e “cúmulo da irresponsabilidade política”.
Sócrates acusou o PSD de ter para apresentar um “barafunda de propostas”, aludindo às “várias soluções” para resolver o défice orçamental que têm sido admitidas na área social-democrata, tendo-se referido a “despedimentos na Função Pública”, “eliminação do 13 º mês” e “privatização da Caixa Geral de Depósitos” “ Isto não é um programa, é apenas uma barafunda de propostas”, acusou.
O secretario-geral socialista e primeiro-ministro demissionário apelou a um partido “mobilizado e empenhado”, num apelo que foi interrompido por aplausos de pé e gritos de “PS, PS, PS”, antes de ser estendido a “simpatizantes e independentes” que têm estado com os socialistas.
ACL/Lusa
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