"Gary Cameron, o repórter fotográfico da Reuters, captou por estes dias, as cerejeiras de Washington em flor. Washington espera um milhão de visitantes para a celebração da primavera ao longo das margens do Potomac. O rio já mudou o sexo dos peixes, tão poluídas vão as suas águas. Mas as imagens das cerejeiras em flor fazem dele o mais belo rio da primavera, como nos é mostrado na edição impressa do DN ou na sequência de fotos que vários jornais do mundo nos oferecem nas suas edições electrónicas. Numa delas, vê-se a estátua do general Winfield Scott entre flores de cerejeira, noutra o monumento a Luther King, noutro o obelisco, noutra o memorial de Jefferson.
As palavras são como as cerejas e isso explica que haja, nos almanaques, mais citações do presidente Jefferson do que flores abertas neste mar de árvores que o Japão ofereceu aos Estados Unidos há precisamente 100 anos, como símbolo da amizade.
Jefferson fica bem entre estas cerejeiras em flor. Certa vez, falando aos cidadãos de outra Washington ( a de Maryland) ele lembrou que "cuidar da vida humana e não da sua destruição é o primeiro e único objectivo de um bom governo". Jefferson fica bem entre cerejeiras em flor, ele que sabia os segredos do campo já antes de ter percorrido, quando embaixador, os vinhedos de França e ter definido, com tantas outras frases para o jardim das citações, o sonho de uma grande nação agrícola.
Ora esta imagem de milhares de cerejeiras em flor nas margens do Potomac chama-me para as cerejeiras de Lisboa. Para o jardim de cerejeiras de Lisboa, já que a "sagração da primavera", ao fundo do Parque, não pode ainda ser bordada a flor de jacarandá. Enfim, há uma maneira. Há um poema de Matilde Rosa Araújo, n' "As fadas verdes" que faz florir o jacarandá, todos os dias. É talvez uma bela maneira de continuar a sagração da primavera. Depois de termos sido tocados pelo perfume de Stravinsky no Parque, levamos o poema de Matilde para junto do rio. Levamos o jacarandá florido que convoca " a viola da noite" e "a flauta do dia", "o vinho doce da noite" e "a água clara do dia" e procuramos o jardim de cerejeiras japonesas de Lisboa. Não são milhares, como as das margens do Potomac, as cerejeiras do jardim do Tejo. São pouco mais de cem, são também uma oferta do Japão, em sinal de amizade. Florescem com a primavera, ao lado do Museu de Arte Popular, em Belém. Abrem-se em flores brancas, da variedade chamada Shimizu. Quer quer dizer "água límpida". Abrem-se tão perto das águas a que regressam os golfinhos. As cerejeiras de Lisboa. Chamam por nós, enquanto não chega Maio e " o jacarandá florido/ que o silêncio cantava"."
As palavras são como as cerejas e isso explica que haja, nos almanaques, mais citações do presidente Jefferson do que flores abertas neste mar de árvores que o Japão ofereceu aos Estados Unidos há precisamente 100 anos, como símbolo da amizade.
Jefferson fica bem entre estas cerejeiras em flor. Certa vez, falando aos cidadãos de outra Washington ( a de Maryland) ele lembrou que "cuidar da vida humana e não da sua destruição é o primeiro e único objectivo de um bom governo". Jefferson fica bem entre cerejeiras em flor, ele que sabia os segredos do campo já antes de ter percorrido, quando embaixador, os vinhedos de França e ter definido, com tantas outras frases para o jardim das citações, o sonho de uma grande nação agrícola.
Ora esta imagem de milhares de cerejeiras em flor nas margens do Potomac chama-me para as cerejeiras de Lisboa. Para o jardim de cerejeiras de Lisboa, já que a "sagração da primavera", ao fundo do Parque, não pode ainda ser bordada a flor de jacarandá. Enfim, há uma maneira. Há um poema de Matilde Rosa Araújo, n' "As fadas verdes" que faz florir o jacarandá, todos os dias. É talvez uma bela maneira de continuar a sagração da primavera. Depois de termos sido tocados pelo perfume de Stravinsky no Parque, levamos o poema de Matilde para junto do rio. Levamos o jacarandá florido que convoca " a viola da noite" e "a flauta do dia", "o vinho doce da noite" e "a água clara do dia" e procuramos o jardim de cerejeiras japonesas de Lisboa. Não são milhares, como as das margens do Potomac, as cerejeiras do jardim do Tejo. São pouco mais de cem, são também uma oferta do Japão, em sinal de amizade. Florescem com a primavera, ao lado do Museu de Arte Popular, em Belém. Abrem-se em flores brancas, da variedade chamada Shimizu. Quer quer dizer "água límpida". Abrem-se tão perto das águas a que regressam os golfinhos. As cerejeiras de Lisboa. Chamam por nós, enquanto não chega Maio e " o jacarandá florido/ que o silêncio cantava"."
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