A Espanha tem “necessidades reais” de financiamento que “têm de ser resolvidas rapidamente”, disse esta sexta-feira o vice-presidente do Banco Central Europeu, Vítor Constâncio, à entrada de uma audiência na comissão parlamentar de inquérito dedicada ao Banco Português de Negócios (BPN).
“A solução do resgate pode acalmar os marcados”, acrescentou Constâncio, ex-governador do Banco de Portugal, enfatizando que “a solução tem de ser rápida”.
Disse que ainda não foi pedida ajuda, mas recusou-se a comentar as datas e montantes de um provável resgate a Espanha, ou pelo menos à sua banca, como tem sido avançado nos últimos dias.
Esta sexta-feira, a agência Reuters noticiou que a Espanha deverá pedirá no fim-de-semana ajuda financeira para os bancos em dificuldades, mas entretanto o Governo espanhol desmentiu essa informação. A Comissão Europeia avançou, por seu lado, que desconhece o agendamento da reunião que a Reuters disse estar prevista para esse fim.
Vítor Constâncio está esta sexta-feira no Parlamento porque era o supervisor da banca portuguesa quando o BPN passou para a alçada do Estado, em finais de 2008. Essa passagem aconteceu depois de serem conhecidas diversas fraudes financeiras que colocaram o banco em insolvência após o rebentamento da crise financeira internacional que pôs a banca ocidental à beira do colapso, no seguimento da falência do banco de investimento Lehman Brothers.
Com forte impacto nas contas nacionais, o BPN tornou-se um processo político e judicial. Em Março deste ano, foi concluída a venda ao Banco BIC por 40 milhões de euros.
08.06.2012 - Por:Público/ Cristina Ferreira, Paulo Miguel Madeira
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