A ajuda europeia à Espanha para o reforço do capital dos bancos poderá rondar os 100 mil milhões de euros, segundo os termos do debate entre os ministros das finanças da zona euro que decorreu este sábado, em teleconferência, entre as 15h e as 18h (hora de Lisboa).
Madrid ainda não pediu formalmente a ajuda, mas deverá fazê-lo nos póximos minutos, no quadro de uma conferência de imprensa convocada pelo ministro das Finanças, Luis de Guindos, para as 18h30 (hora de Lisboa).Uma das exigências que têm sido feitas pelo Governo de Mariano Rajoy para formalizar o pedido prende-se com as condições associadas ao empréstimo europeu, que Madrid quer o mais suaves possível para não ficar sob a tutela da troika dos credores, como acontece nos outros três países ajudados (Grécia, Irlanda e Portugal).Acima de tudo, os espanhóis esperam ficar livres de novas exigências em termos de política de austeridade face às que o governo já se comprometeu a aplicar para respeitar os limites europeus fixados para o défice orçamental. Neste contexto, as condições que serão exigidas a Madrid poderão limitar-se ao saneamento financeiro dos bancos ajudados, cujos contornos ainda não estão definidos.Um relatório sobre uma avaliação do sector financeiro espanhol publicado na sexta-feira à noite pelo FMI, três dias antes da data prevista, reforçou a determinação dos outros países europeus de acelerar a estabilização dos bancos submersos por montanhas de créditos irrecuperáveis depois da implosão da bolha imobiliária dos últimos anos. Sexta-feira, o Governo de Rajoy insistia em esperar pelos resultados de uma outra auditoria independente, que são esperados dentro de dez dias. Tudo indica, porém, que a urgência colocada pelos parceiros acabou por convencer Madrid a acelerar o processo.O FMI calcula que as necessidades mínimas de capital dos bancos espanhóis se elevam a perto de 40 mil milhões de euros, embora defenda que o montante efectivo da ajuda europeia deva ser muito superior para criar uma margem de segurança destinada a proteger o sector contra outros factores, como a recessão económica.
Fredrik Reinfeldt, primeiro ministro da Suécia – país que não é membro do euro e não participa, assim, directamente nas negociações – considerou a uma rádio nacional que os empréstimos deverão ultrapassar os 80 mil milhões de euros.
09.06.2012 - 17:56 Por:Público/ Isabel Arriaga e Cunha, Bruxelas
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