Espanha está esta sexta-feira no centro das maiores pressões dos mercados financeiros, no dia em que o resgate europeu para sanear a banca domina a reunião do Eurogrupo. O risco da dívida espanhola a dez anos disparou para um máximo histórico e as taxas de juro não descolam da barreira dos 7%.
Embora a taxa implícita dos juros das obrigações neste prazo já tenha estado mais alta, a margem de diferença em relação às taxas alemãs é hoje a maior desde que existe a moeda única, tendo chegado aos 593 pontos.A pressão acontece um dia depois de o Parlamento de Madrid ter dado luz verde às medidas de austeridade reclamadas pelos parceiros europeus como contrapartida para o país receber assistência financeira à banca – e que na quinta-feira foram contestadas por milhares de espanhóis nas ruas de várias cidades.No mercado de dívida secundário (onde são transaccionados os títulos após terem sido colocados directamente pelos Estados no mercado primário), os juros mantêm a trajectória ascendente dos últimos dias, ao mesmo tempo em que aumentou o chamado prémio de risco em relação aos títulos de referência no mercado (germânicos).De acordo com dados da agência Reuters, os investidores pedem 7,1% de juros para adquirir obrigações com um prazo de dez anos, ligeiramente acima do valor registado ontem, dia em que o Tesouro foi ao mercado primário emitir dívida pública com as taxas de juro em alta.Alguns analistas consideram o patamar de 7% uma taxa-limite a partir da qual o custo do financiamento de um Estado pode tornar-se insustentável se, uma vez ultrapassada aquela barreira, as taxas se mantiverem naquele nível de forma continuada.
20.07.2012 -Por: Pedro Crisóstomo
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