«Ó Relvas, vai estudar» ou «É só Máfia!» foram apenas alguns dos gritos que foram ouvidos na manifestação realizada em frente às escadarias da Assembleia da República, que pretendia a demissão do ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas. Mas também foram vistos lenços brancos…
Apesar de mais de três mil pessoas terem confirmado a presença na manifestação convocada para esta segunda-feira através do Facebook, a verdade é que a mesma ficou aquém do esperado, pois poucas pessoas compareceram na convocatória proposta pelo realizador de cinema Miguel Gonçalves Mendes, há uma semana.
«Enfim, é o povo que temos. Nos cafés, nos autocarros e na praia todo mundo reclama da atitude de Relvas. Mas quando é necessário mostrar a nossa indignação, é isto, poucos aparecem. É o normal: o português gosta de reclamar, mas não de agir…», lamentou Carlos Matos, de 25 anos, um dos manifestantes que fizeram questão de mostrar a sua posição em relação ao mais recente escândalo de Miguel Relvas. Assim como Maria Conceição, de 62 anos, que sustentava uma folha A4 com os dizeres «Exigimos valores».
Apesar de contar com cerca de 1000 pessoas, a manifestação conseguiu ainda chamar a atenção, pelo menos dos turistas e dos moradores da Rua de São Bento, que assistiram de camarote a revolta dos manifestantes, concretamente das janelas das suas casas.
«Relvas tem de sair porque personifica o oportunismo levado ao extremo», «Exigimos que os nossos órgãos de soberania não sejam a nossa vergonha» e «Os profs não fizeram a licenciatura em um ano» foram outros dos dizeres que podíamos ler num final de tarde ideal para estar numa esplanada, com os manifestantes a defenderem que, «para a decência, não há equivalência».
Se o objectivo da manifestação convocada pelo cineasta Miguel Gonçalves Mendes foi fazer algum tipo de pressão sobre o Primeiro-Ministro exigindo a demissão de Miguel Relvas, este falhou rotundamente. Apesar dos lenços brancos mostrados ao ministro dos Assuntos Parlamentares, dificilmente Pedro Passos Coelho vai olhar para este «encontro de amigos» com alguma preocupação…
Hoje-20.16-Diário Digital-Por Pedro Justino Alves
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