domingo, 16 de janeiro de 2011

Alegre alerta que é fácil Portugal resvalar para o autoritarismo

Baião, 16 jan (Lusa)

O candidato presidencial Manuel Alegre referiu-se hoje às cargas policiais que ocorreram nos tempos em que Cavaco Silva era primeiro-ministro e advertiu que é fácil o país resvalar para o autoritarismo.

Manuel Alegre falava numa sessão no Baião, com algumas centenas de apoiantes, depois do discurso do presidente da Câmara local, José Luís Carneiro.

Na sua intervenção, o candidato apoiado pelo PS e Bloco de Esquerda evidenciou os riscos de uma “mudança de democracia política” caso Cavaco Silva vença as eleições.

“Não podemos esquecer que o atual Presidente da República, quando foi primeiro-ministro, não deixou fazer manifestações como acontece agora com este Governo. Mandou reprimir os trabalhadores, os estudantes e mandou magueiradas de água aos polícias”, disse.

Estes factos, segundo Alegre, “significa que é muito fácil resvalar para certas formas de autoritarismo, sobretudo num país que tem também essa tradição”.

“Se for eleito Presidente saberei ser Presidente de todos os portugueses e serei – e sou – um homem de tolerância. E a tolerância é um valor muito importante num país como o nosso e num país com algumas tradições que não são boas”,
afirmou.

De acordo com Alegre, “a tolerância, o espírito crítico, a abertura e a uma visão cosmopolita e o respeito pela diferença, a liberdade e as liberdades de que a liberdade é feita, tudo isso é importante”.

“Todos estes valores fazem parte do património da esquerda e do património da minha vida. Eu respondo por isso, eu dou essa garantia”,
acrescentou.

Na intervenção anterior, o presidente da Câmara do Baião foi muito aplaudido quando criticou Cavaco Silva por ter ficado em silêncio perante a tentativa do poder judicial de “amesquinhar” o poder político.

PMF/Lusa

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

3 comentários:

Vinagrete disse...

Quem, como nós marinhenses, esteve no palco dos acontecimentos que marcaram os protestos dos trabalhadores vidreiros da Manuel Pereira Roldão. Quem, como nós, assistiu ao exercício da repressão violenta e desproporcionada das forças policiais contra a cidade e as suas gentes. Quem como nós assistiu ao encerramento da Fábrica Escola Irmãos Stephens ordenada por Cavaco Silva. Quem, como nós, ouvia os seus ministros dizer, que algumas fábricas morriam para deixar nascer outras, esquecendo o estatuto especial da FEIS, que até Salazar reconheceu. Quem, como nós, portugueses, "ouviu" o ruidoso slêncio de Cavaco em relação à gestão danosa e criminosa do BPN/SLN e depois o ouvimos a responsabilizar os gestores da CGD pelos problemas do Banco, não pode deixar de reflectir quanto à estatura desta personagem, que se julga e afirma acima de todos, permitindo-se atribuir a si próprio um grau de honestidade que não reconhece a mais ninguém.
Não quero entrar pelas questões de carácter, porque só estes factos que enumerei serão suficientes para o não querer ver de novo no Palácio de S. Bento. Por isso, voltarei Alegre.

Carta a Garcia disse...

Excelente, Meu Caro Vinagrete,

Especialmente por vir de alguém que esteve na ponta da lança dessa luta em defesa das empresas e dos operários vidreiros e que teve de enfrentar os desmandos de Dias Loureiro(era o ministro da Administração Interna,como bem recordas) e do então 1ºministro Cavaco Silva, ao ordenarem a invasão da sede do Município, ao mandarem agredir sacerdotes e jornalistas, além de trabalhadores e mulheres...!
Pois, a Marinha Grande, se tiver memória vota num democrata,Manuel Alegre!
Abraço,
OC

Ana Paula Fitas disse...

Caro Osvaldo,
Faço link.
Obrigado.
Um abraço.