quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Euro/Crise: Sócrates diz que colocação da dívida foi "um sucesso"

Berlim, 12 jan (Lusa)

O primeiro-ministro considerou a colocação da dívida portuguesa hoje nos mercados de capitais “um sucesso, qualquer que seja o parâmetro pelo qual se analise”.

O leilão de hoje foi “um sucesso na procura e um sucesso no preço, e isso é a melhor demonstração de confiança na economia portuguesa por parte dos mercados”, sublinhou José Sócrates, rodeado de dezenas de representantes da imprensa internacional, à entrada para a Heimtextil, em Frankfurt.

Sócrates acrescentou que o resultado da operação de refinanciamento o deixou “muito satisfeito”, considerando-o “o reconhecimento por parte dos mercados de quer Portugal está a fazer o que deve”.

Lembrou depois que o comportamento da economia portuguesa em 2010 “foi sem dúvida surpreendente”, como já tinha sustentado na véspera, em Lisboa.

“Não só vamos ter um défice menor do que esperávamos, e uma redução do défice superior a dois pontos percentuais, como vamos ter um crescimento económico superior a 1,3 por cento”, disse o primeiro-ministro.

Na opinião de Sócrates, a colocação da dívida a juros menores do que têm vigorado ultimamente em diversas maturidades é “a reação dos mercados à boa conduta do governo português de reduzir o défice e pôr as contas em ordem”, acrescentou.

“Portugal não vai baixar os braços, e o governo português não vai baixar os braços, o meu dever é estar ao lado de todos os portugueses que dão o seu melhor para a recuperação económica do país, e estou em Frankfurt para estar ao lado das empresas portuguesas”, disse o primeiro-ministro, que visitou a Heimtextil, maior feira do mundo de têxteis para o lar, onde estão 56 expositores portugueses.

O Tesouro português colocou hoje obrigações a dez anos com uma taxa de juro de 6,716 por cento, inferior à da emissão anterior, que atingiu os 6,806 por cento, tendo tido uma procura 3,2 vezes superior à da oferta.

A procura, segundo a mesma fonte, bateu o recorde dos últimos dez anos.

Na maturidade a quatro anos, a taxa de juro foi de 5,396 por cento, quando no final de setembro, o Tesouro pagou um juro de 4,041 por cento por dívida com maturidade em 2014.

Esta foi a primeira colocação portuguesa de Obrigações do Tesouro a cinco e dez anos desde que a Irlanda recebeu auxílio internacional.

Portugal necessita, em 2011, de assegurar 20 mil milhões de euros a encaixar, sobretudo, através da emissão Obrigações do Tesouro, com diferentes maturidades.

Na terça-feira, os juros da dívida portuguesa a dez anos recuaram para os 6,889 por cento, depois de terem batido máximos e atingido os 7,913 por cento na sexta-feira.

No mesmo dia, o primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou que o défice orçamental de 2010 se deverá situar abaixo dos 7,3 previstos e que o país tem uma folga orçamental de 800 milhões de euros, com o chefe do Governo a garantir que Portugal não vai pedir ajuda financeira, porque não necessita.

FA/AJG.(NM)

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

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