Porque
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Sophia de Mello Breyner Andresen
6 comentários:
Caro Osvaldo
Não sei quem cantou primeiro este poema. Mas tenho o timbre de voz do Franscisco Fanhais nos ouvidos.Provavelmente outros o musicaram e cantaram antes ou depois, mas esta voz ficou.
Abraço
Caro Amigo Osvaldo
Para Sophia...uma braçada de rosas..."Porque"...era assim que ela gostava...
A minha homenagem...
Grande Abraço com Amizade :)
Ana Brito
Caro Osvaldo,
Grata, aproveito para lhe dizer que, naturalmente!, fiz link.
Um abraço.
Caro Folha Seca,
Sim,creio que se trata de Fanhais o que continuas a ouvir e a reter na tua excelente memória auditiva.
Mas, claro, o poema da Sophia não é datado, é de todos os tempos...
Abraço,
Ana Brito,
Exacto, "Rosas para Sophia"...vou por essa ideia e homenagem...
Abraço Amigo,
OC
Ana Paula,
Disponha sempre.É uma honra para "A Carta a Garcia" que tenha tempo para se lembrar de linkar posts nossos...
Grato,
Abraço Amigo,
Osvaldo Castro
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