Davos, Suíça 30 jan (Lusa)
O Fórum Económico Mundial terminou hoje com otimismo mas sob a tónica de que ainda há muito por fazer para superar a pior crise financeira e económica desde a Grande Depressão, que nos últimos três anos ensombrou o encontro.
Os peritos económicos reunidos na localidade suíça de Davos estão de acordo em como as expectativas de crescimento para este ano são positivas, ainda que mantenham um alto grau de incerteza.
A Europa e os Estados Unidos apresentaram diferentes soluções políticas e económicas para não limitar os respetivos crescimentos.
Enquanto a Europa se uniu no objetivo de reduzir o elevado endividamento público, que fez com que os mercados tenham penalizado a dívida soberana dos países periféricos, os Estados Unidos apostam em dar impulso ao crescimento sem reduzir a despesa, sob pena de não poder baixar o défice fiscal.
As economias desenvolvidas continuam a observar com alguma inveja o crescimento dos gigantes asiáticos China e Índia, dos quais dependem para a sua recuperação a longo prazo.
A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, utilizaram as suas intervenções para defender o euro.
Este ano regressaram à estância de esqui de Davos administradores executivos e presidentes de grandes bancos internacionais, após dois anos de ausência em que quiseram passar despercebidos por terem sido resgatados da pior crise financeira desde 1930, que rebentou em agosto de 2007 e se intensificou em setembro de 2008, com a falência da Lehman Brothers.
Por efeito dominó, muitos bancos tiveram de ser resgatados ou nacionalizados parcial ou totalmente: o Fannie Mae, nos Estados Unidos, o Hypo Real Estate e o Commerzbank, na Alemanha, e o Royal Bank of Scotland, no Reino Unido.
Em Davos estiveram este ano os presidentes do JP Morgan, Jamie Dimon, do suíço UBS, Oswald Grübel, e do Citigroup, Vikram Pandit, mas não os homólogos da Goldman Sachs e do Morgan Stanley.
O administrador delegado do britânico Barclays, Bob Diamond, agradeceu ao G20, presidido este ano pela França, que se tenha unido para melhorar a regulação do setor bancário.
Em resposta, a ministra da Economia e Finanças francesa, Christine Lagarde, respondeu que a melhor forma de os bancos agradecerem seria através de "um bom financiamento (concessão de créditos a empresas e famílias) e remunerações sensetas (para os banqueiros)".
Merkel acrescentou que é necessária mais regulação na área financeira internacional e criticou que não exista ainda uma resposta coordenada à possível falência de um banco de grande importância para o conjunto do sistema financeiro. Também criticou que ainda não exista forma de evitar que no final que pague seja o contribuinte.
O presidente do JP Morgan pediu a Sarkozy que evite, durante a presidência francesa do G20, introduzir uma regulação excessiva sobre os bancos.
Sarkozy respondeu que os bancos fizeram coisas que "vão contra o senso comum", pelo que não deveriam opor-se a um aumento da regulação, que classificou como "necessário".
NVI/Lusa
O Fórum Económico Mundial terminou hoje com otimismo mas sob a tónica de que ainda há muito por fazer para superar a pior crise financeira e económica desde a Grande Depressão, que nos últimos três anos ensombrou o encontro.
Os peritos económicos reunidos na localidade suíça de Davos estão de acordo em como as expectativas de crescimento para este ano são positivas, ainda que mantenham um alto grau de incerteza.
A Europa e os Estados Unidos apresentaram diferentes soluções políticas e económicas para não limitar os respetivos crescimentos.
Enquanto a Europa se uniu no objetivo de reduzir o elevado endividamento público, que fez com que os mercados tenham penalizado a dívida soberana dos países periféricos, os Estados Unidos apostam em dar impulso ao crescimento sem reduzir a despesa, sob pena de não poder baixar o défice fiscal.
As economias desenvolvidas continuam a observar com alguma inveja o crescimento dos gigantes asiáticos China e Índia, dos quais dependem para a sua recuperação a longo prazo.
A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, utilizaram as suas intervenções para defender o euro.
Este ano regressaram à estância de esqui de Davos administradores executivos e presidentes de grandes bancos internacionais, após dois anos de ausência em que quiseram passar despercebidos por terem sido resgatados da pior crise financeira desde 1930, que rebentou em agosto de 2007 e se intensificou em setembro de 2008, com a falência da Lehman Brothers.
Por efeito dominó, muitos bancos tiveram de ser resgatados ou nacionalizados parcial ou totalmente: o Fannie Mae, nos Estados Unidos, o Hypo Real Estate e o Commerzbank, na Alemanha, e o Royal Bank of Scotland, no Reino Unido.
Em Davos estiveram este ano os presidentes do JP Morgan, Jamie Dimon, do suíço UBS, Oswald Grübel, e do Citigroup, Vikram Pandit, mas não os homólogos da Goldman Sachs e do Morgan Stanley.
O administrador delegado do britânico Barclays, Bob Diamond, agradeceu ao G20, presidido este ano pela França, que se tenha unido para melhorar a regulação do setor bancário.
Em resposta, a ministra da Economia e Finanças francesa, Christine Lagarde, respondeu que a melhor forma de os bancos agradecerem seria através de "um bom financiamento (concessão de créditos a empresas e famílias) e remunerações sensetas (para os banqueiros)".
Merkel acrescentou que é necessária mais regulação na área financeira internacional e criticou que não exista ainda uma resposta coordenada à possível falência de um banco de grande importância para o conjunto do sistema financeiro. Também criticou que ainda não exista forma de evitar que no final que pague seja o contribuinte.
O presidente do JP Morgan pediu a Sarkozy que evite, durante a presidência francesa do G20, introduzir uma regulação excessiva sobre os bancos.
Sarkozy respondeu que os bancos fizeram coisas que "vão contra o senso comum", pelo que não deveriam opor-se a um aumento da regulação, que classificou como "necessário".
NVI/Lusa
2 comentários:
"A Europa e os Estados Unidos apresentaram diferentes soluções políticas e económicas para não limitar os respetivos crescimentos"
????
Caro Rogério,
É compreensível que assim seja já que são competidores no comércio internacional...
Abraço,
OC
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