Por:Sílvia Freches/DN
Maioria dos jogadores que joga a final do Mundial de Sub-20 não tem espaço nos clubes que os formou.
"Se os jovens portugueses têm valor? Basta ver os jogos deste mundial e reparamos que os jovens têm muito valor, é só apostar." Durante a festa de qualificação para a final do Mundial de Sub-20, um grito de alerta fez-se ouvir. Danilo, o maior protagonista da vitória de Portugal frente à França, revelou a grande preocupação que aflige a maioria dos jogadores que está prestes a entrar na história do futebol mundial.
A "geração da coragem", também conhecida pela "selecção à rasca", poderá repetir na madrugada de domingo os títulos mundiais de 1989 e de 1991, mas o seu futuro é de enorme incerteza e as perspectivas de evolução em boas equipas são quase nulas. Em princípio, só Mika, Nelson Oliveira e Roderick deverão ter hipótese de fazer parte do plantel de um dos principais clubes, mas com escassas probabilidades de jogar.
Danilo está entre o vasto lote dos jogadores talentosos que não têm espaço nos clubes que os formaram. No caso do médio-defensivo, o Benfica, nesta pré-época, contratou mais de uma dúzia de estrangeiros - alguns deles com a idade de Danilo (19 anos), que na época de 2010/11, em final de contrato, acabou por sair da Luz.
"O Benfica propôs a renovação de contrato ao Danilo, por um período entre dois e três anos, mas a ganhar um valor baixo. Era cedido ou ao Fátima ou ao Estoril [Liga de Honra], e sem qualquer perspectiva de poder, num futuro a curto/médio prazo, vir a integrar a equipa principal do Benfica", começa por contar o empresário Bruno Meirelles, explicando que a oferta dos encarnados não foi aceite porque "Danilo tinha potencial para muito mais".
Foi então que apareceu o Parma no caminho do médio. "Não é com palmadinhas nas costas que se convence, hoje em dia, um jogador a assinar um contrato. Surgiu a hipótese Parma, desde logo muito mais interessante e com perspectivas de futuro", explica o agente.
Neste momento, Danilo, que esteve emprestado na época passada aos gregos do Aris de Salónica, é jogador do Parma, com contrato até 2015.
O que se passou com Danilo é, na opinião de João Alves, treinador do médio quando este estava nos juniores, algo que o futebol português tem de evitar. "Há que mudar a mentalidade dos dirigentes dos clubes, da Federação, da Liga, de todos os agentes desportivos. Há que ter coragem de criar novas leis que defendam o jogador português", diz ao DN João Alves, salientando as grandes potencialidades do jogador. "No primeiro ano de juniores era o mais novo da equipa e afirmou-se. Foi titular, fez uma excelente época e fomos campeões. O seu treinador passou a ser o Diamantino, e desconheço o que se passou a seguir".
O futuro dos jovens futebolistas portugueses também preocupa o presidente do Sindicato de Jogadores, Joaquim Evangelista, que critica a aposta dos clubes portugueses em estrangeiros: "Estamos a assistir ao desmoronamento dos clubes e ao aumento crescente do desemprego dos jogadores". Na época passada foram utilizados 93 jogadores portugueses contra 131 estrangeiros na I Liga. Este ano, a proporção será semelhante e, dos 21 jovens da "geração coragem", poucos terão a possibilidade de se mostrar".
*com Tiago Silva Pires
"Se os jovens portugueses têm valor? Basta ver os jogos deste mundial e reparamos que os jovens têm muito valor, é só apostar." Durante a festa de qualificação para a final do Mundial de Sub-20, um grito de alerta fez-se ouvir. Danilo, o maior protagonista da vitória de Portugal frente à França, revelou a grande preocupação que aflige a maioria dos jogadores que está prestes a entrar na história do futebol mundial.
A "geração da coragem", também conhecida pela "selecção à rasca", poderá repetir na madrugada de domingo os títulos mundiais de 1989 e de 1991, mas o seu futuro é de enorme incerteza e as perspectivas de evolução em boas equipas são quase nulas. Em princípio, só Mika, Nelson Oliveira e Roderick deverão ter hipótese de fazer parte do plantel de um dos principais clubes, mas com escassas probabilidades de jogar.
Danilo está entre o vasto lote dos jogadores talentosos que não têm espaço nos clubes que os formaram. No caso do médio-defensivo, o Benfica, nesta pré-época, contratou mais de uma dúzia de estrangeiros - alguns deles com a idade de Danilo (19 anos), que na época de 2010/11, em final de contrato, acabou por sair da Luz.
"O Benfica propôs a renovação de contrato ao Danilo, por um período entre dois e três anos, mas a ganhar um valor baixo. Era cedido ou ao Fátima ou ao Estoril [Liga de Honra], e sem qualquer perspectiva de poder, num futuro a curto/médio prazo, vir a integrar a equipa principal do Benfica", começa por contar o empresário Bruno Meirelles, explicando que a oferta dos encarnados não foi aceite porque "Danilo tinha potencial para muito mais".
Foi então que apareceu o Parma no caminho do médio. "Não é com palmadinhas nas costas que se convence, hoje em dia, um jogador a assinar um contrato. Surgiu a hipótese Parma, desde logo muito mais interessante e com perspectivas de futuro", explica o agente.
Neste momento, Danilo, que esteve emprestado na época passada aos gregos do Aris de Salónica, é jogador do Parma, com contrato até 2015.
O que se passou com Danilo é, na opinião de João Alves, treinador do médio quando este estava nos juniores, algo que o futebol português tem de evitar. "Há que mudar a mentalidade dos dirigentes dos clubes, da Federação, da Liga, de todos os agentes desportivos. Há que ter coragem de criar novas leis que defendam o jogador português", diz ao DN João Alves, salientando as grandes potencialidades do jogador. "No primeiro ano de juniores era o mais novo da equipa e afirmou-se. Foi titular, fez uma excelente época e fomos campeões. O seu treinador passou a ser o Diamantino, e desconheço o que se passou a seguir".
O futuro dos jovens futebolistas portugueses também preocupa o presidente do Sindicato de Jogadores, Joaquim Evangelista, que critica a aposta dos clubes portugueses em estrangeiros: "Estamos a assistir ao desmoronamento dos clubes e ao aumento crescente do desemprego dos jogadores". Na época passada foram utilizados 93 jogadores portugueses contra 131 estrangeiros na I Liga. Este ano, a proporção será semelhante e, dos 21 jovens da "geração coragem", poucos terão a possibilidade de se mostrar".
*com Tiago Silva Pires
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