terça-feira, 30 de agosto de 2011

Seguro quer propostas nacionais de Passos Coelho em périplo europeu e dá exemplo de ´off-shores´

Lisboa, 30 ago (Lusa)

O secretário-geral do PS disse hoje esperar que no périplo europeu que realiza esta semana o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, apresente propostas nacionais sobre temas que “carecem de decisão” no seio da União Europeia.

Em conferência de imprensa, António José Seguro apontou, a propósito, “os ´off-shores´ e a necessidade de haver transparência no seu funcionamento”.“Espero que o primeiro-ministro, na deslocação que vai fazer a três capitais europeias tenha oportunidade para defender algumas propostas que carecem de uma decisão no seio da União Europeia. Refiro-me aos ´off-shores´ e quanto à necessidade de haver transparência no seu funcionamento, se não for possível mesmo pôr fim à sua existência que de uma vez por todas a UE possa também taxar os movimentos financeiros como foi proposto recentemente”, disse.

O primeiro-ministro realiza esta semana um périplo europeu que inclui, na quarta-feira, um encontro em Madrid com o chefe do Governo espanhol, José Luís Rodríguez Zapatero, seguindo-se uma deslocação a Berlim na quinta-feira para uma reunião com a chanceler alemã, Angela Merkel.

No regresso de Berlim, Passos Coelho passará ainda por Paris, onde participará numa reunião internacional promovida pelo presidente francês, Nicholas Sarkozy.

“Desejo muito êxito e muito sucesso nas propostas que o primeiro-ministro vai com certeza apresentar à senhora [Ângela] Merkel e ao senhor [Nicolas] Sarkozy no sentido de os sensibilizar para que haja um verdadeiro Governo económico no seio da União Europeia, para que haja uma prioridade ao crescimento económico, para que haja mais recursos afetos à criação de emprego na União Europeia”, afirmou Seguro.

E acrescentou: “Ficaria muito triste e muito dececionado que o primeiro-ministro do meu país fosse a Paris e a Berlim receber ordens da senhora [Ângela] Merkel e do senhor [Nicolas] Sarkozy, em vez de apresentar propostas que defendam os interesses nacionais”.

Afirmando-se “um federalista”, António José Seguro defendeu que, apesar de alguns dos problemas nacionais exigirem resposta nacional, “há outros que devem ser solucionados no plano europeu”.

“E há muito tempo que venho defendendo a necessidade de outros líderes europeus poderem tomar a iniciativa e apresentar propostas (…) hoje mais do que nunca demonstra-se a necessidade de a Europa se dotar de uma verdadeira governação política e económica (…) deixa-me triste que as instituições europeias pareçam ajoelhadas perante as reuniões bilaterais entre a senhora [Ângela] Merkel e o senhor [Nicolas] Sarkozy”, comentou.

O líder socialista remeteu ainda uma posição do partido sobre a inclusão de um limite ao endividamento na Constituição para um debate “nos órgãos próprios do partido”, mas salientou que esta questão é “apenas uma” das “muitas questões em jogo” no seio da União.

“As respostas aos problemas por que passam hoje os europeus passam muito mais pela adoção de medidas de política económica concreta e a dotação de recursos financeiros para que a UE deixe de andar atrás do prejuízo. É altura de a UE tomar decisões e não fazer uma coleção de decisões pontuais”, frisou.

PGF/Lusa

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