segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Euro/Crise: Bruxelas antecipa pagamento de quase 630 milhões a Portugal

Bruxelas, 01 ago (Lusa)

Portugal vai beneficiar de um pagamento antecipado de quase 630 milhões de euros de Bruxelas, que poderá ir até 95 por cento, ao abrigo de um programa destinado a contribuir para a recuperação de seis economias europeias.

A iniciativa insere-se no âmbito de um acordo hoje alcançado pela Comissão Europeia (CE) relativamente a um conjunto de medidas que “deverão contribuir significativamente para a recuperação das economias europeias mais abaladas”.

“A Comissão vai disponibilizar cofinanciamento suplementar da UE para a Grécia, Irlanda, Portugal, Roménia, Letónia e Hungria, o que é vital para projetos que reforçam o crescimento e a competitividade em cada um destes países” no âmbito da coesão, de desenvolvimento rural e das pescas, revela a CE em comunicado.

No documento a Comissão esclarece que a medida proposta “não representa financiamento novo ou adicional”, mas permite um reembolso antecipado de fundos já autorizados ao abrigo das políticas da UE em matéria de coesão, de desenvolvimento rural e das pescas.

De acordo com Bruxelas, a contribuição da UE poderá ir até 95 por cento, caso um dos Estados-Membros em causa o solicite, mas “deve ser dada prioridade a projetos que incidam sobre o crescimento e o emprego, como a reconversão de trabalhadores, a criação de clusters de empresas ou investimentos nas infraestruturas de transportes”.

Desta forma, “pode aumentar-se tanto o nível de execução como a capacidade de absorção, e acelerar a injeção de dinheiro extra na economia”, lê-se no documento.

“Estas propostas são uma resposta excecional a circunstâncias excecionais. Ao acelerar estes fundos, juntamente com os programas de assistência financeira, a Comissão mostra a sua determinação de reforçar a prosperidade e a competitividade nestes países, mais severamente atingidos pela crise financeira – contribuindo, assim, para uma espécie de "Plano Marshall" para a recuperação económica”, afirmou o Presidente da CE, José Manuel Durão Barroso.

A decisão, segundo destacou Barroso, “vai injetar financiamento essencial nas economias nacionais, reduzindo simultaneamente a pressão para o cofinanciamento de projetos pelos orçamentos nacionais”.

A medida hoje aprovada destina-se aos Estados-Membros mais afetados pela crise e que beneficiaram de apoio financeiro ao abrigo de um programa do mecanismo de auxílio à balança de pagamentos para países que não pertencem à área do euro (Roménia, Letónia e Hungria), ou do mecanismo europeu de estabilização financeira em relação a países que pertencem a essa área (Grécia, Irlanda e Portugal).

A Comissão solicita ao Conselho e ao Parlamento Europeu que adotem a proposta através de um procedimento legislativo acelerado, até ao final de 2011, de modo a permitir o lançamento de projetos vitais com maior brevidade.

“Apelo agora ao Parlamento Europeu e ao Conselho para que aprovem quanto antes a decisão, de modo a que o financiamento em questão esteja operacional no início do próximo ano”, rematou Durão Barroso.

O ajustamento do nível dos recursos é uma medida temporária excecional, que termina assim que os Esta
dos-Membros deixam de receber apoio ao abrigo dos programas de assistência financeira.

SMS/Lusa

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