domingo, 14 de agosto de 2011

Governo admite novo aumento de impostos em 2012



"Ministro das Finanças Vítor Gaspar defendeu em entrevista à TVI que a subida do IVA na eletricidade e no gás e o imposto extraordinário equivalente 50% do subsídio de natal "resolvem metade do desvio".

O ministro das Finanças afirmou hoje que o aumento do IVA na eletricidade e no gás anunciado esta manhã, bem como o pagamento do imposto extraordinário equivalente a 50 por cento do subsídio de natal "resolvem metade do desvio" orçamental.

Em entrevista à TVI, Vítor Gaspar afirmou que o aumento do imposto anunciado esta manhã, que altera o valor do IVA cobrado no gás natural e na eletricidade de, 6 por cento para 23 por cento (taxa normal), "não aparece fora de contexto", uma vez que o Governo encontrou um buraco de 2 mil milhões de euros, equivalente a 1,1 pontos percentuais do PIB.

"Estes dois aumentos de impostos resolvem metade do desvio e é muito claro", afirmou Vítor Gaspar, argumentado que o atual Executivo, mal chegou ao Governo, entendeu que "era importante tomar medidas por antecipação para proteger os portugueses de situações adversas".

"Aumento dos impostos está previsto no programa"

Questionado sobre se o Governo prevê um novo aumento de impostos para 2012, Vítor Gaspar admitiu que tal irá acontecer.

"Sim, [o aumento de alguns impostos] está previsto no programa e irão executar-se de acordo com o calendário previsto por razões de consolidação orçamental" cujo valor estimado é de 410 milhões de euros, conforme consta do memorando de entendimento entre o Governo e a troika.

Ora, se o Estado vai arrecadar €800 milhões já este ano através do imposto extraordinário equivalente ao corte de 50% do subsídio de natal, aos quais acrescem mais 100 milhões de euros do aumento do IVA hoje anunciado, Vítor Gaspar foi questionado sobre onde o Governo tenciona cortar para alcançar um milhão de euros, conforme anunciado previamente.

Vítor Gaspar rejeitou que esteja escrito, quer no programa do Governo, quer no memorando, a expressão "cortes nas gorduras [despesas]"e escusou-se a avançar de que forma o Executivo irá proceder aos cortes na despesa.

Sobre se esta é a forma mais "fácil" de arrecadar dinheiro, Vítor Gaspar respondeu: "Não é de todo fácil, é mais rápido ir buscar dinheiro aos contribuintes".

Estado vai cortar 9% na despesa primária



O Estado prevê consagrar uma redução da despesa primária no Orçamento do Estado para 2012, anunciou o ministro das Finança, recusando avançar quais os limites impostos a cada ministério.

O governante foi confrontado com noticias hoje avançadas pela comunicação social segundo as quais o Governo iria anunciar cortes na despesa em 2011 no valor de 1.500 milhões de euros.

"Essa informação não tem qualquer fundamento", argumentou Vítor Gaspar, acrescentando que "no conselho de ministros realizado na quinta-feira foram acordados os tetos da despesa por ministério".

O ministro das Finanças rejeitou que o Governo nada esteja a fazer para cortar na despesa e anunciou que "o orçamento do próximo ano vai consagrar uma redução da despesa primária (gastos totais do Estado menos os juros da dívida) de cerca de 9 por cento", anunciou Vítor Gaspar.

Rejeitou, contudo, avançar quais os limites estabelecidos por ministério, uma vez que o orçamento para o próximo ano "ainda está a ser ultimado". "A seu tempo e a pouco e pouco será conhecido", rematou.

Lusa/Expresso

2 comentários:

Ana Paula Fitas disse...

Caro Osvaldo,
... em termos de razoabilidade, considera plausível, um tal aumento do custo de vida?... isto é e se me permite a pergunta directa e quase indiscreta: pensa que a maioria dos cidadãos portugueses resistirão a estas medidas ou seria razoável que a troika exigisse ao governo português o exercício mínimo do bom-senso?
Um abraço.

Carta a Garcia disse...

Cara Ana Fitas,

Plausível, sempre pode ser...mas considero algo de irrazoável e,prouvéra, provocatório...
Ou seja, a carestia de vida,a fome e a doença que se lhe associa, podem gerar focos de tensão social generalizados...
Portanto, como diz,a "troika" devia exigir bom senso ao governo...e a oposição tem ter um papel muito rigorosa exigência...
Abraço,
OC