terça-feira, 2 de agosto de 2011

"Super-ministro" explica super salário da sua "super-chefe de gabinete"

Oposição confrontou Álvaro Santos Pereira com o vencimento recorde da sua colaboradora. "A qualidade tem de ser paga", explicou o ministro da Economia e Emprego. (Filipe Santos Costa) (www.expresso.pt)-2 de agosto de 2011;



O ministro comparou o seu ministério com os "dois ministérios e meio" que veio substituir- Mário Cruz/Lusa


"A questão foi lançada pelo socialista Paulo Campos durante a audição de Álvaro Santos Pereira na comissão parlamentar de economia: como se explica que o ministro, que tanto falou aos deputados sobre a sua vontade de cortar nos gastos excessivos, tenha nomeado uma chefe de gabinete que ganha "mais 50%" do que os chefes de gabinete dos restantes ministros?

Álvaro Santos Pereira, que tem sido tratado (até pelos deputados da oposição) como "super-ministro" confirmou que "é verdade" que o salário da sua colaboradora é mais alto e deu a sua explicação: "Também é verdade que a minha chefe de gabinete é uma super-chefe de gabinete. Está a perder mais de 50 mil euros em ordenado por estar a trabalhar para nós", justificou Santos Pereira.

"Desde que sejam respeitadas as regras estabelecidas pelo Governo para salários, a qualidade tem de ser paga", insistiu o ministro, considerando que "esta pessoa tem as qualidades que é preciso para governar um super-ministério da melhor maneira".

Em causa está Marta Neves, que, segundo o site das nomeações do Governo, recebe um salário bruto de 5.821 euros. Todos os outros chefes de gabinete dos ministros recebem 3.892 euros brutos - a diferença é superior a 40%. A chefe de gabinete de Álvaro Santos Pereira é a mais bem paga de todos ministérios que já disponibilizaram esta informação, incluindo até o gabinete do primeiro-ministro - Francisco Ribeiro de Menezes, chefe de gabinete de Passos Coelho, recebe 4.592 euros.

"Regalias exageradas e salários desproporcionados"



Por mais do que uma vez ao longo da audição parlamentar, o ministro da Economia e Emprego comparou o seu ministério com os "dois ministérios e meio" que veio substituir, informando que "houve uma redução de cerca 50%" na quantidade de adjuntos e assessores.

Santos Pereira prometeu ainda que, nos organismos e empresas públicas quer tem sob a sua tutela, o número de dirigentes terá uma "redução na ordem de pelo menos 30%". O governante insistiu que encontrou "regalias exageradas e salários desproporcionados, que serão devidamente analisados e reajustados."

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