terça-feira, 13 de setembro de 2011

Ajuda externa: FMI desbloqueia mais 3,98 mil milhões de euros para Portugal

Lisboa, 13 set (Lusa)

O Fundo Monetário Internacional (FMI) desbloqueou hoje a segunda parcela do resgate a Portugal, de 3,98 mil milhões de euros, elevando os fundos atribuídos a Lisboa para um total de 10,43 mil milhões de euros.

“O conselho de administração do FMI completou hoje a primeira avaliação do desempenho de Portugal em relação ao programa de apoio a três anos de 27,27 mil milhões de euros”, refere a instituição liderada por Christine Lagarde, em comunicado.

“O governo [português] assinalou o seu forte compromisso com o programa e foram realizados bons progressos na implementação de políticas. Ao passo que o ambiente externo (…) se tem mantido muito difícil, a política recente do Conselho Europeu para reforçar a gestão da crise na Zona Euro aumentou as hipóteses de sucesso”, afirmou, em comunicado, Nemat Shafik, responsável do FMI.


Nemat Shafik disse também que “as autoridades [portuguesas] se estão a focar nas recentes derrapagens orçamentais para garantir que os objetivos do programa para 2011 são cumpridos”.

Considerando que Lisboa está “empenhada em recentrar o orçamento de 2012 nas medidas de despesa permanente”, a responsável do FMI defendeu que “o avanço das reformas orçamentais estruturais - através do reforço da fiscalização, da simplificação do setor público e da redução dos riscos orçamentais, particularmente os que decorrem das empresas públicas e das operações sobre as parcerias público-privadas – vai fortalecer significativamente a sustentabilidade orçamental a médio prazo”.

Nemat Shafik refere que a melhoria das posições de capital por parte dos bancos, através de soluções de mercado e o recente aumento do montante disponível para apoiar o capital e a liquidez são “a chave para atingir uma desalavancagem ordeira e para restaurar a confiança”.

Quanto ao crescimento económico e à competitividade, a responsável considera ainda que estes “vão melhorar ao longo do tempo com as reformas estruturais em curso no mercado de trabalho e nos mercados de ativos, bem como no sistema judicial”.

O fundo de resgate do FMI, aprovado em maio de 2011, faz parte de um pacote de apoio em parceria com a Comissão Europeia e com o Banco Central Europeu, que ascende aos 78 mil milhões de euros, nos próximos três anos.

ND/Lusa

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