sexta-feira, 16 de setembro de 2011

“Confiança política é uma questão do PSD da Madeira e do eleitorado”,diz Passos Coelho

Paris, 16 set (Lusa)

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje em Paris que “a confiança política é uma matéria que depende do PSD da Madeira e dos eleitores da Madeira” no caso do “buraco” nas contas da Região.

Pedro Passos Coelho falava aos jornalistas após um encontro com o Presidente da República francês, Nicolas Sarkozy.

“Alberto João Jardim é presidente do governo regional da Madeira e é presidente do PSD da Madeira”, lembrou Pedro Passos Coelho, respondendo deste modo a uma questão lançada pelo líder do PS, António José Seguro, no Parlamento.

O secretário-geral do PS exigiu hoje ao primeiro-ministro que ponha cobro aos défices encobertos na Madeira e que esclareça se mantém a confiança política em Alberto João Jardim enquanto recandidato a presidente do Governo Regional.

“Aquilo que posso dizer é que foi o Governo da Região Autónoma da Madeira que solicitou a avaliação desta situação. Ela está a ser feita com uma equipa onde se inserem elementos do Fundo Monetário Internacional, do Instituto Nacional de Estatística, da Inspeção de Finanças”, explicou Pedro Passos Coelho.

O Instituto Nacional de Estatística e o Banco de Portugal acusaram hoje a Administração Regional da Madeira de ter omitido informação relativa às suas contas públicas, que consideram “grave” e da qual não têm conhecimento de casos similares.

Em causa estão encargos que não foram registados e Acordos para Regularização de Dívidas que não foram reportados às duas entidades, responsáveis por apurar as contas nacionais.

O INE e o BdP dizem que após diligências, terão chegado informações entre o final de agosto e esta semana que dão conta de Acordos de Regularização de Dívidas celebrados em 2010, com um valor aproximado de 571 milhões de euros, dos quais não tinham conhecimento, mais 290 milhões de euros de juros de mora “que também não foram comunicados às autoridades estatísticas”.

Já para este ano, mais 11 milhões destes acordos respeitantes a dívida contraídas desde 2005 e juros de mora no primeiro semestre de 32 milhões de euros não foram reportados.

A Madeira não terá ainda comunicado encargos, que ainda não foram objeto destes acordos relativos a serviços de saúde de 2008, 2009 e 2010, em montantes de 20, 25 e 54 milhões de euros, respetivamente.

PRM/SMA/Lusa

1 comentário:

Nuno Sotto Mayor Ferrao disse...

Caríssimo amigo Osvaldo Castro,

A autocracia insular de A.J. Jardim não pode justificar estes despesismos ocultos das contas da região autónoma da Madeira. É claramente insuficiente a admoestação pública do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho que não quis ser acintoso com o Presidente do Governo Regional. Na verdade, A.J. Jardim já não tem muito espaço para a sua retórica excêntrica de que no "contenente" são todos uns colonialistas e de que se assim o continuarem a ser se lança mão da bandeira "independentista". Estamos perante um gigante com pés de barro que tem de ser responsabilizado pelos dirigentes nacionais e pelo povo da Madeira, que deve aproveitar esta oportunidade para romper com o ciclo político deste autocrata despesista.

Saudações cordiais, Nuno Sotto Mayor Ferrão
www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt