Lisboa, 30 set (Lusa)
O ex-primeiro-ministro António Guterres manifestou-se hoje convicto na manutenção da moeda única, apesar da falta de união na Europa, que, a seu ver, deixou de ser um projeto político e passou apenas a gerir o quotidiano.
Guterres, que lidera atualmente o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), falava na Grande Entrevista da RTP1, onde afirmou que o seu Governo “fez um grande esforço para reduzir a dívida” portuguesa, através de “um programa ousado de privatizações”.
Confrontado com o perdão do seu Executivo à dívida da Madeira, respondeu que “se fez o que, porventura, devia fazer-se”.
Mas, minimizou, “não é isso que me preocupa”, invocando “as situações extremamente trágicas” que tem acompanhado, designadamente a morte de milhares de pessoas à fome no Corno de África ou a violação de crianças e mulheres na República Democrática do Congo.
Sobre a Europa, António Guterres sustentou que “tem um papel fundamental a desempenhar, mas não está unida”, sendo que “as dificuldades" continuam a vir “das grandes potências europeias”.
O ex-dirigente socialista atribuiu a falta de avanço para “um processo de integração mais forte” aos “líderes” europeus, mas também uma “complexidade social”.
Para o antigo primeiro-ministro, existe “um desajustamento como se globalizou a economia, a comunicação, e como não se globalizou a decisão política”.
António Guterres crê que, apesar da desunião na Europa, o euro “possa manter-se” e que a UE “possa voltar a ser um projeto político” e não de mera “gestão do quotidiano”.
Como alto-comissário da ONU para os Refugiados, vê-se confrontado com a “enorme pressão” da “multiplicação de novas crises” e da continuidade das “velhas que não morrem”, como as do Afeganistão, do Sudão e da República Democrática do Congo.
Guterres defendeu que, muito embora tenha havido na Europa “um recrudescimento dos fenómenos de xenofobia e irracionalidade”, assiste-se agora “a um refluxo dessas ideias”, a “um renascimento da visão humanista da Europa, de uma encruzilhada de civilizações”.
O responsável do ACNUR realçou que, ao contrário de outros países, que se têm fechado aos refugiados subsarianos na fronteira da Líbia com a Tunísia, Portugal “prontificou-se a acolher” três deles.
Reiterando que não tenciona regressar à vida política portuguesa, recordou, emocionado, um caso que o marcou enquanto alto-comissário para os refugiados: o de uma mulher somali que caminhou 15 dias com os seus seis filhos e chegou a um campo na Etiópia apenas com três, os que conseguiram sobreviver à fome.
ER/Lusa
O ex-primeiro-ministro António Guterres manifestou-se hoje convicto na manutenção da moeda única, apesar da falta de união na Europa, que, a seu ver, deixou de ser um projeto político e passou apenas a gerir o quotidiano.
Guterres, que lidera atualmente o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), falava na Grande Entrevista da RTP1, onde afirmou que o seu Governo “fez um grande esforço para reduzir a dívida” portuguesa, através de “um programa ousado de privatizações”.
Confrontado com o perdão do seu Executivo à dívida da Madeira, respondeu que “se fez o que, porventura, devia fazer-se”.
Mas, minimizou, “não é isso que me preocupa”, invocando “as situações extremamente trágicas” que tem acompanhado, designadamente a morte de milhares de pessoas à fome no Corno de África ou a violação de crianças e mulheres na República Democrática do Congo.
Sobre a Europa, António Guterres sustentou que “tem um papel fundamental a desempenhar, mas não está unida”, sendo que “as dificuldades" continuam a vir “das grandes potências europeias”.
O ex-dirigente socialista atribuiu a falta de avanço para “um processo de integração mais forte” aos “líderes” europeus, mas também uma “complexidade social”.
Para o antigo primeiro-ministro, existe “um desajustamento como se globalizou a economia, a comunicação, e como não se globalizou a decisão política”.
António Guterres crê que, apesar da desunião na Europa, o euro “possa manter-se” e que a UE “possa voltar a ser um projeto político” e não de mera “gestão do quotidiano”.
Como alto-comissário da ONU para os Refugiados, vê-se confrontado com a “enorme pressão” da “multiplicação de novas crises” e da continuidade das “velhas que não morrem”, como as do Afeganistão, do Sudão e da República Democrática do Congo.
Guterres defendeu que, muito embora tenha havido na Europa “um recrudescimento dos fenómenos de xenofobia e irracionalidade”, assiste-se agora “a um refluxo dessas ideias”, a “um renascimento da visão humanista da Europa, de uma encruzilhada de civilizações”.
O responsável do ACNUR realçou que, ao contrário de outros países, que se têm fechado aos refugiados subsarianos na fronteira da Líbia com a Tunísia, Portugal “prontificou-se a acolher” três deles.
Reiterando que não tenciona regressar à vida política portuguesa, recordou, emocionado, um caso que o marcou enquanto alto-comissário para os refugiados: o de uma mulher somali que caminhou 15 dias com os seus seis filhos e chegou a um campo na Etiópia apenas com três, os que conseguiram sobreviver à fome.
ER/Lusa
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